terça-feira, 29 de outubro de 2013

História...

Civilização Chinesa
 

Historiadores baseados em documentos antigos afirmam que a civilização chinesa possui mais de quatro mil anos de idade, estes registros atestam a condição de uma das mais antigas e importantes civilizações de todo o mundo. Os registros mais remotos do povo chinês comprovam a sua formação múltipla marcada pela influência de vários povoados que habitaram pioneiramente o território e estabeleceram-se nas proximidades do rio Amarelo. A Civilização chinesa foi responsável pela criação de importantes invenções. Até o século XV, os chineses ocuparam posição destacada na produção intelectual e tecnológica. São eles os inventores da pólvora, do compasso, das primeiras prensas e da medicina. Entretanto, na Idade Contemporânea, a superioridade do Império Chinês foi abalada pelo contato com as nações europeias envolvidas no processo de expansão da economia industrial. Durante o século XIX, a ação imperialista acabou estabelecendo uma série de conflitos que colaboraram para um novo período da história chinesa. Os chineses então modernizaram suas instituições e, hoje, ocupam a categoria de potência mundial.

China
A China era habitada desde os tempos pré-históricos. No início do Período Neolítico, agricultores estabeleceram-se no vale do rio Amarelo (Huang-Ho). Por volta de 3000 a.C., já havia comunidades agrícolas sofisticadas no território chinês. Por volta de 1600 a.C., constituiu-se a primeira dinastia chinesa – a Shang.
 

Além da avançada agricultura, esse povo construiu palácios de madeira e desenvolveu a fabricação de objetos em bronze e em porcelana.
 
 

Poucas culturas despertam tanta curiosidade quanto a chinesa. Arqueólogos, historiadores, outros estudiosos e turistas visitam constantemente o país na tentativa de desvendar seus mistérios. E mistério é o que não falta na história desse povo milenar.

A China é uma das civilizações mais antigas do mundo, juntamente com o Egito, a Mesopotâmia, a Pérsia, a Índia e a Grécia. Diversos objetos inventados na China antiga ainda hoje fazem parte do nosso cotidiano: o jogo de xadrez, os papagaios ou pipas de empinar, a bússola, a porcelana, a pólvora, os fogos de artifício, o guarda-chuva, o papel, a imprensa, produtos e técnicas medicinais como a acupuntura.
 

Os chineses eram conhecidos por sua grande preocupação com a saúde. Uma prova disso é que na Antiguidade o curso de medicina era muito procurado pelos jovens. Segundo a tradição, se alguém recebia seu corpo como uma dádiva dos pais, era sua obrigação protegê-lo contra doenças. Os exercícios corporais sempre foram muito valorizados pelos chineses, como forma de manter o corpo e a saúde mental em perfeitas condições.

Havia exceções a essa regra, como a prática, muito difundida entre os chineses, de cortar parte do corpo (pernas, braços, etc.) para ser usada no preparo de uma sopa medicinal, que era servida aos pais quando ficavam doentes.
Localização

A China situa-se na parte leste da Ásia. A China é terceiro maior país do mundo depois da União Soviética e do Canadá, é limitada ao norte pela Mongólia e pela União Soviética, a leste pela União Soviética, Coréia do Norte, mar Amarelo e mar da China Oriental; ao sul pelo mar da China do Sul, pelo Vietnã do Norte, Laos, Birmânia, Índia, Butão, Silkim, Nepal e Paquistão Ocidental; a oeste pelo Afeganistão e União Soviética.
 

Dois terços da China são montanhosos ou semidesérticos. A sua parte oriental é formada por férteis planícies e deltas. Há ilhas, sendo que a maior delas é Hainan, na costa meridional. Os rios principais são: Amarelo, Amur e Yu.

A China tem uma área de 9.596.961 Km2 e uma população superior a 1.300.000.000 de habitantes. Sua capital é Pequim. São cidades principais: Xangai, Pequim, Tientsin, Luta, Shenyang, Cantão, Wuhan, Harbin, Sain. 94% dos chineses são han e 11% de chuangs.

A agricultura é a base da economia. Os chineses plantam arroz, trigo, cevada, soja, painço, algodão, chá e tabaco. Há também grandes reservas de carvão, ferro, cobre, chumbo e outros minerais.

O Império do Meio: o início da grande civilização

Em 1929, o arqueólogo chinês Pei Wenzhong encontrou na aldeia de Zhoukoudian, perto de Beijing ou Pequim, atual capital da China, um crânio humano que datava de aproximadamente 500 mil anos. Esse crânio pertencia ao gênero Homo erectus, que viveu em regiões da África, da Ásia e da Europa entre cerca de 1,8 milhão e 300 mil anos atrás. O arqueólogo batizou o seu achado de “Homem de Pequim”.

Estudando esse fóssil e outros indícios encontrados na região, os pesquisadores concluíram que o Homo erectus chinês vivia em cavernas e produzia artefatos de pedra polida, utilizava o fogo para cozinhar os alimentos e proteger-se do frio. Vivia da caça, da pesca e da coleta de frutos das florestas. Tudo indica que os primeiros chineses tinham vida semelhante à dos demais povos do Paleolítico.

Sabe-se também que, há cerca de 6 mil anos, em Yangzhou, na região fértil do Rio Amarelo, desenvolveu-se uma cultura neolítica  de agricultores e criadores de animais domésticos (cães e porcos). Ali também eram fabricados potes e vasos de cerâmica para armazenar os alimentos. Esses objetos de cerâmica eram ricamente decorados com símbolos que, pelo que parece, deram origem à escrita chinesa.

 
Vaso em cerâmica, um dos principais traços da cultura material chinesa
 

Fragmentos



O povoamento do vale do Rio Amarelo (Rio Hoang-Ho) se explica pela fertilidade do solo, favorável a pratica da agricultura, principalmente o cultivo do arroz. Durante centenas de anos a enchentes do rio  e os ventos do deserto vinham depositando na terra uma camada de argila amarelada, conhecida como loesse, que deu ao rio um tom amarelado e o nome. Precedendo que o loesse era um eficiente fertilizante do solo, os chineses fixaram-se nas planícies às margens do rio, onde iniciaram o cultivo da terra. Para melhor aproveitar os recursos naturais da região, os chineses construíram canais de irrigação e diques para controlar as cheias. Essa prática é semelhante à que os egípcios antigos desenvolveram aproveitando as enchentes do Nilo.

Essas pequenas aldeias agrícolas deram origem a povoados, que mais tarde se transformaram em pequenos  Estados governados por chefes políticos. Posteriormente, alguns desses pequenos Estados foram dominados por outros, fazendo surgir reis poderosos e respeitados. O poder passou a ser transmitido de pai para filho (poder hereditário), dando origem ao que chamamos de dinastias.
A família e aspectos culturais da China

Para a maioria dos chineses, e durante a maior parte da história da China, a família era o centro da vida social, e a devoção a ela era considerada uma grande  virtude. Os pais sentiam-se responsáveis pela transmissão dos ensinamentos que vinham dos antepassados para seus filhos, como preservar a propriedade familiar.

As famílias chinesas eram muito numerosas. Geralmente os parentes viviam na mesma casa (pai, mãe, filhos, avós, netos, tios), reunindo muitas vezes três ou quatro gerações.

Para uma mulher casada, a maior virtude era a fidelidade, e isso também valia caso ela enviuvasse. Entretanto não era ilegal que uma mulher se casasse depois da morte do marido, o que de fato era até comum, por causa das dificuldades econômicas. No entanto, isso era visto como uma prática moral inferior. De acordo com a crença popular, a mulher que casasse em segundas núpcias seria considerada, depois de morta, um fantasma na família dos maridos.

Na China, os meninos recebiam tratamento  diferenciado, uma vez que eram considerados os futuros chefes das famílias. Quando completavam 20 anos de idade, tinham seus cabelos cuidadosamente presos no alto da cabeça e protegidos por um gorro. Os casamentos eram normalmente arranjados entre famílias e, depois de casada, a mulher mudava-se para a casa do marido. Os imperadores chineses costumavam casar suas filhas com membros das famílias reais dos povos vizinhos e, assim, protegiam suas fronteiras.

Os meninos e meninas podiam freqüentar as escolas. A sociedade chinesa sempre deu muita importância para a educação. Mesmo as crianças mais pobres recebiam instrução, muitas vezes da própria família.

A educação das meninas tinha o objetivo de prepará-las para as tarefas do lar, como bordar e costurar. Para os meninos, o objetivo central era prepará-los para concorrer ao cargo de funcionário real, que era escolhido pelo próprio imperador. Se fossem escolhidos, os rapazes teriam uma situação privilegiada dentro do Estado.
  
As cidades chinesas

Desde os primórdios as cidades chinesas foram densamente povoadas. Chang-an foi uma das mais famosas cidades da China na Antigüidade.

Por volta do século VII a.C., Chang-an já possuía 1 milhão de habitantes. Os tipos de moradias variavam de acordo com as condições sociais de cada um. Os nobres e os ricos comerciantes viviam perto dos palácios e a população empobrecida amontoava-se nas periferias das cidades. As melhores moradias tinham mais de um andar, eram cobertas com telhas e decoradas com cuidado e harmonia. Os trabalhadores urbanos e os camponeses habitavam casas pequenas, com pouca ventilação, cobertas por bambu.

A alimentação das camadas privilegiadas era rica e variada: carnes, ovos, cereais e vegetais. A comida era servida em belas vasilhas de porcelana, e como talheres utilizavam pauzinhos, feitos de bambu ou madeira. Para os pobres a comida quase sempre era insuficiente. Geralmente alimentavam-se de um cozido de vegetais. Nas regiões onde havia muitos arrozais (vale dos rios Hoang-Ho e Yang Tse-Kiang, no sudeste da China), a alimentação era acrescida de uma tigela de arroz.

Bebida alcoólicas e chás eram apreciados pela população. Os banquetes organizados pelos nobres eram servidos em belas jarras decoradas com ornamentos de ouro, bronze ou prata.
                           
Religião na China

Não havia somente uma religião na China, mas várias, e constituídas de filosofias diferentes.

Uma das mais conhecidas filosofias religiosas da China foi criada por Confúcio (ou Kung Fu-tzu, “Mestre Kung”), que viveu aproximadamente de 551 a 479 a.C. Confúcio era considerado o maior professor do império, sendo adorado em vários cantos do território. Seus ensinamentos falavam de ética e dos ritos de passagem  de uma etapa da vida a outra, como nascimento, o casamento e a morte.


 
 Confúcio (551-479 a.C.)

 As idéias de Confúcio  valorizavam a busca do equilíbrio e a harmonia para uma vida melhor. O conjunto de seus ensinamentos recebeu o nome de confucionismo. Essa filosofia religiosa, que até hoje é muito difundida na China, não pregava a adoração de um deus, mas o humanismo e as boas relações entre as pessoas. A regra fundamental de Confúcio dizia: “O que não queres que façam a ti, não faças aos outros”.

Outra importante manifestação religiosa continua sendo o budismo (linkar para budismo/religiões), originado na Índia, e que se expandiu na China a partir do século III d.C.

As religiões populares eram festivas e reuniam muitos seguidores. As famílias cultuavam os deuses nas festas anuais e nas oferendas aos antepassados. Acreditavam que os espíritos dos antepassados protegiam o lar e, por isso, reservavam um dos aposentos da casa para lhes servir de moradia. Em certas datas do ano, como aniversário ou morte do antepassado, os familiares o homenageavam.

A maior religião popular da China foi o taoísmo (linkar para religiões). Suas teorias foram criadas pelo pensador Lao-tsé, que viveu por volta do século VI a.C. Segundo Lao-tsé, o Tao seria criador do mundo e responsável pela ordem de todas as coisas e de todas as pessoas. O taoísmo ganhou muitos adeptos entre as camadas populares ao pregar que todos os que levassem uma vida muito miserável e sofrida na Terra poderiam alcançar uma vida melhor pós a morte, pela fé e pela purificação.

Segundo Lao-tsé, toda a natureza é regida pelo equilíbrio das energias yin (energia negativa e feminina) e yang (energia positiva e masculina), os opostos que se complementam. E o corpo humano é parte desse conjunto. A oposição entre as energias yin e yang pode explicar fenômenos que ocorrem em nosso corpo: se em harmonia, essas energias promovem a saúde; se em desequilíbrio, a doença.

Divindades de origem Taoísta

·Os Três Puros — Os Três Puros são a trindade Taoísta de deuses representando os princípios supremos.
·Quatro Imperadores — Reis celestes do Taoísmo.

Imperador de Jade — O Imperador de Jade é o governante supremo de tudo, contado entre as principais divindades Taoístas.

Beiji Dadi  — Governante das estrelas.
Tianhuang Dadi  — Governante dos deuses.
Imperatriz da Terra
· Xi Wangmu ou Rainha Mãe do Oeste é a deusa que detém o segredo da vida eterna e a entrada para o paraíso.
· Pak Tai ou Bei Di é o  Deus Taoísta do Norte, Pak Tai é um dos Cinco Imperadores que desde a Dinastia Han são associados a cada um dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro) segundo a teoria dos Cinco Elementos. Em Hong Kong e Macau, são considerados divindades do vento. Pak Tai é também o deus das águas.
·Oito Imortais:  Os Oito Imortais são uma crença Taoísta descrita pela primeira vez na Dinastia Yuan. O poder de cada Imortal pode ser transferido para uma ferramenta que pode dar vida e destruir o mal. A maioria nasceu nas Dinastias Tang ou Sung. Eles não só são venerados pelos Taoístas como são elementos da cultura chinesa. Vivem na Montanha Penglai.

Divindades de origem Budista
·  Guan Yin ou Kuan Yin é a deusa da compaixão e piedade.
·  Hotei é uma divindade budista popular. Deus da alegria e fortuna.
·  Dizang é aquele que salva da morte.
·  Yanluo é o governante do Inferno (forma abreviada do sânscrito Yama Raja
·  Shi Tennô:  Os Quatro Reis Celestes são deuses guardiões budistas.

Outras divindades

· Erlang Shen é um deus chinês com um terceiro olho na testa que vê a verdade.
· Lei Gong o deus do trovão.
· Guan Yu é o deus das irmandades, das artes marciais e, quando estas ocorrem, também deus da guerra.
· Zhao Gongming, deus da fortuna que monta um tigre.
· Bi Gan também é um deus da fortuna.
· Zhu Rong é o Deus do fogo.
· Gong Gong é o  Deus da água.
· Chi You: Deus da guerra e inventor das armas de metal.

Mitologia chinesa

Os historiadores supõem que a mitologia chinesa tem início por volta de 1100 a.C. Os mitos e lendas foram passados de forma oral durante aproximadamente mil anos antes de serem escritos nos primeiros livros como o Shui Jing Zhu e o Shan Hai Jing. Outros mitos continuaram a ser passados através de tradições orais tais como o teatro e canções, antes de serem escritos em livros como no Fengshen Yanyi.
Pássaros
 

Fenghuang.

Fenghuang — O Fenghuang é considerado a fênix chinesa.
Jian:  A Jian é uma ave mítica que se acredita só tenha um olho e uma asa: um par dessas aves depende um do outro, é inseparável, daí, representar o marido e a mulher.
Jingwei:  Jingwei é o pássaro mítico que tenta encher o oceano com gravetos e seixos. Na verdade o Jingwei era a filha do Imperador Yandi, mas morreu jovem, afogada no Mar do Leste. Após sua morte ela decidiu renascer como um pássaro para vingar-se do mar trazendo gravetos e seixos das montanhas próximas tentando enchê-lo a fim de evitar que sua tragédia aconteça a outros.
Jiu Tou Niao: É uma ave de nove cabeças usada para assustar crianças. Conta à lenda que ela seqüestra jovens meninas e as leva para sua caverna onde ficam até ser salvas por um herói.
Su Shuang é uma ave mitológica, também descrita como uma ave aquática.
Peng:  A Peng é uma ave mitológica gigante e de impressionante poder de vôo.
Zhu — A ave Zhu é tida como um mau presságio.

Dragões
 
  
O dragão chinês é uma das criaturas mais importantes da mitologia chinesa. É considerada a mais poderosa e divina criatura e acredita-se que seja o regulador de todas as águas. O dragão simbolizava grande poder e era apoio de heróis e deuses. Um dos mais famosos na mitologia chinesa é Yinglong. Diz-se ser o deus da chuva. Pessoas de diferentes lugares rezam para ele a fim de receber chuva. Na mitologia chinesa, acredita-se que os dragões possam criar nuvens com sua respiração. O povo chinês usa muitas vezes a expressão "descendentes do Dragão" como um símbolo de sua identidade étnica.
 

Yinglong — é um servo poderoso de Huangdi. Uma lenda diz que Yinglong ajudou um homem chamado Yu  a parar uma enchente do Rio Amarelo abrindo canais com sua cauda.
Reis Dragões — Os reis dragões são os quatro governantes dos quatro oceanos (cada um corresponde a um ponto cardeal). Eles vivem em palácios de cristal no fundo do mar de onde governam a vida animal.
Fucanglong — é um dragão do mundo subterrâneo que guarda os tesouros enterrados. Sua saída da terra provoca a erupção de vulcões.
Shenlong — é um dragão que pode controlar os ventos e as chuvas.
Dilong — é o dragão da terra.
Tianlong — Tianlong são os dragões celestiais que puxam as carruagens dos deuses e guardam seus palácios.
Li — O Li é um dragão dos mares menor. Não tem chifres.
Jiao — O Jiao é outro dragão sem chifre que vive em pântanos. O dragão mais inferior.
Desenvolvimento econômico
 

 O comércio foi uma intensa atividade econômica para os chineses. Primeiramente, praticava-se o escambo, que é a troca direta de mercadorias sem o uso de moedas. Posteriormente, em locais e épocas diferentes, moedas, barras e peças de ouro e bronze começaram a ser usadas nas relações comerciais. Os produtos comercializados eram geralmente alimentos, cerâmica e seda.
 
O comércio da seda foi uma das atividades mais lucrativas para os chineses. No século I d.C., o Império Romano tornou-se um dos maiores consumidores do produto. A seda era transportada geralmente por terra, e o caminho mais conhecido era aquele que atravessava o Deserto de Góbi, as terras dos atuais Cazaquistão e Turquia, até chegar a Roma. Esse trajeto era conhecido como rota da seda.
  
Quando os chineses desenvolveram as técnicas para a produção da seda, grande parte da população passou a se dedicar a essa atividade. A seda era muito utilizada na confecção de roupas para os imperadores e nobres, e, em ocasiões especiais, para decorar painéis e faixas com dizeres festivos ou fúnebres.

Gradualmente a produção da China estendeu-se por toda a Europa, onde o tecido delicado e caro era muito apreciado. Entretanto a seda só foi industrializada na Inglaterra no século XV. Atualmente a China ainda produz a melhor seda do mundo.



O desenvolvimento científico

Os estudiosos chineses, que dominavam tecnologias avançadas para a época, desenvolveram vários instrumentos que ainda hoje são muito úteis, como a bússola magnética, o sismógrafo (que mede a intensidade dos tremores de terra) e o compasso. Já no século II d.C., Zhang Heng construiu um globo celeste. Em 1088 Han Gonglian projetou o primeiro relógio astronômico movido a água do mundo. Os chineses também deram uma grande contribuição  para os estudos de astronomia e aritmética.


                  
 
Bússola                                    Sismógrafo

 
Globo celeste de Zhang Heng



Inúmeros objetos e utensílios de bronze da dinastia Shang (1500-1027 a.C.) encontrados por arqueólogos, e que se encontram expostos em museus, comprovam a riqueza da antiga arte chinesa. O bronze era usado na confecção de objetos que seriam  utilizados nas cerimônias  reais e religiosas e não na fabricação de instrumentos agrícolas, como ocorria na Europa.
                            
                         
Jarro da dinastia Shang    Caixa de laca vermelha imitando um jarro utilizado em rituais

Os artesãos tinham papel de destaque na China antiga. Eram contratados pelo rei para confeccionar objetos de uso pessoal e adornos, tecidos para a roupagem da família imperial e para funcionários reais.

Os chineses consideravam o jade a pedra mais valiosa de todas e, por essa razão, era muito usada para fazer adornos e objetos.

A escrita chinesa

Os mais antigos registros escritos da China de que se tem notícia foram encontrados na cidade de Anyang, no leste da China, gravados em pedaços de ossos de animais e em cerâmicas. Alguns sinais utilizados como escrita podiam ser facilmente relacionas ao Sol, representados por um circulo com um risco no meio, e ao cavalo, representado por um desenho do animal.

Como podemos perceber a escrita chinesa, como a de outras civilizações, é ideográfica, ou seja, os símbolos expressam idéias. A escrita moderna chinesa é um aperfeiçoamento do modelo antigo.
 
Corrigir a ortografia do século 2 DEPOIS de cristo
  
A escrita chinesa e seus símbolos equivalentes ao nosso alfabeto.

Organização social chinesa: Imperadores, mandarins, grandes proprietários e camponeses

Os imperadores tinham a função de manter o equilíbrio e a harmonia entre os dois mundos: o natural (dos vivos)  e o sobrenatural (dos mortos). Acumulavam funções administrativas, religiosas e sociais.

Julgar a capacidade  do imperador era responsabilidade do Céu e nem sempre ela estava relacionada com as tarefas cumpridas na Terra.
           
E como saber se o imperador estava agradando ao Céu?

A sociedade chinesa acreditava que os deuses se manifestavam na natureza e na vida social. Revoltas populares, perturbações naturais (catástrofes, secas, inundações), invasões de povos estrangeiros eram sinais divinos de que o imperador deveria ser substituído por outro a qualquer momento.

Durante a dinastia Chin (221 – 206 a.C.) a China transformou-se em um Estado unificado, com o poder centralizado na figura do imperador. Como parte das medidas tomadas para fortalecer o poder real, surgiram mandarins, funcionários que controlavam a administração do estado, organizando o calendário das atividades reais, a construção de estradas, diques, barragens e obras públicas, e zelando pela justiça e segurança da sociedade. Os mandarins eram muito importantes, pois praticamente administravam o Estado. Por isso, desde cedo os meninos da nobreza eram preparados para exercer essa função.

A dinastia Chin ficou conhecida também pela construção da Muralha da China, com mais de 2.500 quilômetros de comprimento.

 
A Grande Muralha da China



A produção agrícola estava nas mãos de grandes e médios proprietários de terras. Existiam também grupos de camponeses que arrendavam, com suas famílias, as terras do governo, onde criavam animais e plantavam. Essas pessoas trabalhavam arduamente: além de sustentarem a família, tinham de pagar altos tributos pelo arrendamento das terras.

Curiosidades

Sozinha, a China tem duas vezes mais gente do que a Europa inteira.
1,2 bilhões de pessoas, este é o número estimado de habitantes (pessoas registradas) pelo último CENSO.
Um em cada cinco habitantes do planeta vive na China, um quinto da população mundial.
Se o mundo fosse uma única rua, um em cada quatro dos seus vizinhos seria chinês.
Se você morasse na China neste momento estaria dividindo o cômodo que ocupa em sua casa com mais 7 pessoas.
Por causa da superpopulação, cada casal só pode ter um filho. Mas, se o primeiro for menina, pode-se tentar de novo.
Com quase 3.000 km de extensão, a Muralha da China, única obra feita pelo homem que pode ser vista do espaço, começou a ser construída em 200 A.C. e completa atualmente 2200 anos de vida. Sua construção envolveu mais de um milhão de pessoas, muitas das quais morreram ali mesmo.
Sua imponência começa pelo aspecto visual e termina na prática, pois em alguns trechos de suas descomunais escadarias, o visitante só consegue subir os degraus de quatro, com as mãos no chão.
Li ou Lee (forma inglesa) é o sobrenome mais comum do mundo. Só na China existem 87 milhões deles.
O célebre Livro Vermelho de Mao, espécie de cartilha do comunismo chinês, atualmente só serve para ser vendido aos turistas nos portões da Praça da Paz Celestial, onde a figura de Mao Tse Tung ainda brilha.
Na China, as ruas são extensões da casas. Ali os chineses comem, dormem, cortam o cabelo, fazem massagem, Tai-Chi-Chuan e até dançam.
Dentro da China existem várias nações. Algumas inteiras, como é o caso do Tibete e algumas minorias (mongóis, turcos, cazaques, tibetanos, etc.). São por volta de 55 grupos diferentes, ou seja, 60 milhões de chineses não são tão chineses assim - 60 milhões! Mais do que uma França ou duas Argentinas! Na China até as minorias são exageradas.
Imaginar que um país tão grande assim (o terceiro maior do mundo só atrás da Rússia e do Canadá) tenha a mesma geografia de norte a sul é o mesmo que generalizar que no Brasil só existe selva. É um erro grosseiro. Tanto das curiosas formações rochosas de Guilin, no oeste do país, quanto da maior de todas as montanhas - o Monte Everest - a China tem várias faces em sua geografia.
Cobras, ervas, ratos, morcegos. Tudo cura na milenar medicina chinesa. Lagartos ressecados, por exemplo, são bons para tosse comprida, pedra nos rins e até mesmo impotência.
 A Fênix é uma das criaturas mágicas da mitologia chinesa. Dizem que só aparecia quando o país era governado por um bom imperador.
 As pétalas de uma Datura sagrada representam as cinco pontas da estrela.
 O cervo e o alto funcionário: símbolos de prosperidade.
 Por ser o BOI o animal que mais ajuda na lavoura, puxando o arado e a carroça, a maioria do povo chinês considera pecado comer sua carne.
 "Um faz dois, dois fazem três, de três nascem as dez mil coisas." Foi assim que Lao Tsé condensou a cosmologia chinesa. DEZ MIL é a expressão que simboliza o todo e a imortalidade.
O sapo e a rã são símbolos de longevidade.
A arte de empinar pipas é tradicional na China.
O morcego é um símbolo de felicidade, e cinco morcegos juntos representam: longevidade, saúde, fortuna, amor à virtude e morte natural.
Um quarto dos crimes previstos no Código Penal é punido com a morte, incluindo delitos menores como envenenar gado ou difundir pornografia.
Os chineses são muito supersticiosos. Os andares 4, 14 e 24 de muitos prédios não existem, porque o ideograma do 4 é parecido com o da morte. Celulares terminados em 4 ou com muitos 4 são bem mais baratos, e muito utilizados por estrangeiros.

Viva a sabedoria...

O Dia Mundial da Filosofia

O Dia Mundial da Filosofia é o momento propício para se compreender, com Merlau-Ponty, que “a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”.

O Dia Mundial da Filosofia foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todos os anos ele é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Neste ano de 2007, os eventos alusivos à data acontecem neste 15 de novembro, dia durante o qual se discutirá, entre outras coisas, sobre para que serve a filosofia.

Quero entender que essa data reforça a idéia de que a filosofia não está morta. Se ela for mortal, falecerá no dia em que o último ser humano for banido da face da Terra. Por que? Porque a filosofia tem como essência de sua razão de ser a capacidade humana de usar a própria complexidade cognitiva para representar o mundo e a vida concreta nele inserida.

Não há como impedir que o homem e a mulher pensem sobre a vida, representem o existente, analisem os pensamentos já manifestos historicamente ou critiquem as representações que resultam em visões dos mais diferentes matizes. Interditar o pensamento é interditar o humano.
Não fosse isso, os filósofos não estariam preocupados em mostrar que a filosofia possa ser um instrumento a mais a auxiliar o ser humano nessa tarefa de pensar, representar, julgar, decidir e agir com a criticidade que lhe é inerente. Nesse sentido, a filosofia tem muito por fazer na atualidade.

A utilidade e a importância da atitude filosófica podem residir nos atos de avaliar os diversos dogmatismos que assombram o mundo e que são impermeáveis ao diálogo, bem como as operações ideológicas dos seres humanos que manipulam o real, os fanatismos que cegam e as ações destrutivas ao redor do planeta que colocam em risco de extinção todas as manifestações da vida. Esses temas dão um alentado programa de ação para a filosofia, os quais podem ser resumidos em apenas um: fazer ver.

Por que ver? Porque a filosofia é atitude. Ela não é só discurso. Não é mera contemplação. Nem puro ócio. Como disse Sêneca nas Cartas a Lucílio, “A filosofia ensina a agir, não a falar”. Mas, compreendendo que o falar é uma forma de ação humana, um modo de se dizer o que se vê, sou da opinião de que o que Jostein Gaarder, filósofo norueguês, escreveu para a Unesco, por ocasião da comemoração deste Dia Mundial da Filosofia, é digno de nota.

Segundo Gaarder, pensando na Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), talvez seja tempo de pensarmos em uma Declaração Universal dos Deveres Humanos, tal como Kant teria sugerido quando pensou em um imperativo universal para estabelecer a união planetária entre os povos.
Faço notar essa idéia que Gaarder busca em Kant porque não tenho certeza se imperativos são suficientes para que a ação humana no mundo seja mais bem orientada. Entretanto, estou certo de que os organismos internacionais e os filósofos mundializados recorrem a Kant e ao imperativo universal quando querem fazer eco à ideia de tolerância. Está lá, em todos os textos da Unesco.

Sim, em um mundo globalizado, a urgência de se saber conviver com as diferenças e a premência em se praticar o respeito e a convivialidade civilizada são valores humanos universais que poderiam consubstanciar aquela declaração de deveres, pois esses são valores importantes e ninguém nega. O problema recorrente, não apenas nessas ocasiões, é que sempre querem que sejamos tolerantes com coisas intoleráveis. Ora, isso é difícil de aceitar. Certas tolerâncias que querem nos fazer praticar são intoleráveis.
Por exemplo, os dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre as faces da pobreza no mundo dá a dimensão da irracionalidade humana no que se refere à (in)justiça social e mostram os obstáculos para que haja uma união planetária de nações como querem os kantianos.

Esses dados falam por si mesmos. Bem mais de um bilhão de seres humanos no mundo sobrevivem com menos de um dólar por dia. Dois bilhões e setecentos milhões de homens e mulheres contam com menos de dois dólares para se manterem entre uma noite e outra.

Na esteira dessa miséria, seis milhões de crianças morrem atacadas por doenças facilmente curáveis, tais como diarréia, malária e pneumonia. Há regiões do globo nas quais menos da metade das crianças vão à escola no ensino fundamental. Menos de vinte por cento delas chegam ao ensino médio. 114 milhões de crianças não recebem nenhuma educação escolar. 584 milhões delas estão metidas no analfabetismo.
Pergunto: é possível ser tolerante com aqueles e com as estruturas que alimentam essa máquina de sobrevida e de morte? É com base nesse tipo de estrutura que uma declaração de deveres deseja delinear a união entre os povos?

Ora, o texto do PNUD me garante que, todos os dias, 800 milhões de pessoas adormecem com fome, sendo 300 milhões delas crianças... eu devo tolerar esse atentado contra a vida? Isso é desigualdade, não é diferença. A diferença foi feita para ser respeitada e vivida. A desigualdade e a injustiça nós não podemos tolerar.
Não é possível ser complacente quando esse relatório me diz que, a cada três minutos e seis segundo, uma pessoa morre de fome ao redor da Terra. É possível ser tolerante diante desse holocausto?

Esse estado macabro de coisas leva à política, campo em que assisto ao acinte, à desfaçatez e à subestimação de nossa inteligência: quando os políticos se colocam acima da lei e da ética, quase sempre para perpetuarem estruturas que geram vida para poucos e morte para muitos... Com essa política eu devo ser tolerante?
Quando “ser” não é poder, quando “saber” não é poder, mas quando “ter” é que é poder efetivo, inclusive engolindo e moldando a prática política, também diante disso eu devo adotar a postura omissa de quem tolera?

Devo ser tolerante com esse modelo econômico injusto e com esse regime político obtuso, os quais nivelam a cultura pelo que de mais grotesco pode existir nesse setor? Tenho de aceitar essa cultura de massas feita pela quantidade, e não pelo mínimo daquilo que se considera qualidade e bom?

Se o Dia Mundial da Filosofia foi instituído para fazer com que a consciência humana aprofunde a própria criticidade em relação a si mesma, aos julgamentos de que tem participado em nossa época e às ações que as pessoas temos realizado no mundo, então devo indagar: o que é dignidade humana? A economia, a política e a cultura atuais estão a serviço dessa dignidade ou de quê?

Continuando, pergunto: o que vale termos uma declaração de direitos? Se uma declaração de direitos não nos acrescentou humanismo, uma declaração de deveres resolverá os nossos desatinos? Será possível fazer com que, por meio de deveres, todos os povos do mundo se unam em torno de valores humanos que lhes traga a paz e a concórdia? Tenho lá minhas dúvidas.

Enquanto a economia for empregada na produção de desigualdades, enquanto o uso do poder for feito para sacramentar privilégios e desrespeitar valores e enquanto a cultura for utilizada para embrutecer e cegar, penso que a tarefa da filosofia se agiganta.

Na situação em que no vemos, o máximo filosófico a ser feito é fazer as pessoas que amam a sabedoria voltar os olhos de infante ao real que nos circunda e gritar, alto e bom som, igual ao personagem infantil do dinamarquês Hans Christian Andersen: “o rei está nu”. Essa é a tarefa hercúlea da filosofia.
E tomara que o rei não fuja, nem tente matar o menino, nem diga que o garoto está louco. Tomara, ainda, que os acólitos do rei façam o mesmo: aceitem o grito revelador. Desejo, e muito, que o rei possa assumir a própria nudez e tratar de se vestir, o mais rapidamente possível. A vida não pode agonizar sob nossos olhos que não querem enxergar. Sem enxergar, como dar o passo, como empreender a ação?

Sim, o rei precisa ver. Até para escolher a roupa que vestirá após descobrir-se em pelos. De minha parte, tenho uma sugestão de vestimenta: humanidade. Essa seria uma roupa que lhe cairia bem, sobretudo para que compreendesse para que serve o saber filosófico neste Dia Mundial da Filosofia.

Arte...

Sertanejo

O subgênero musical “sertanejo” é totalmente brasileiro. Na verdade, o sertanejo é uma variação ou uma “urbanização”, se é que podemos assim dizer, da música caipira, onde são utilizados instrumentos artesanais e típicos do Brasil-colônia, como a viola, o acordeão e a gaita, algo voltado para o público extremamente rural do Brasil.

O sertanejo se caracteriza pela melodia simples e melancólica das músicas, bem semelhante à música caipira, talvez um pouco mais dançante e sem dúvida, mais urbana. Enquanto a música caipira tinha uma temática baseada na vida do campo, os sertanejos mudaram essa temática para agradar o grande público das cidades, adotando temas como amor e traição. Ocorreu o cuidado particular em se evitar o termo “caipira”, visto com preconceito por grande parte da população.

A partir de 1980, houve no Brasil uma grande exploração comercial da música sertaneja, começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, passando posteriormente para uma grande quantidade de duplas, tendo seu auge entre os anos de 1988 e 1990.

Após esse período, a música sertaneja começou a “esfriar” devido ao destaque dado na mídia à outros estilos musicais, como pop e funk, porém sempre continuou bastante presente na região centro-sul do Brasil. Por volta dos anos 2000, a música sertaneja conquistou novo destaque na mídia através do amplo espaço cedido à nova geração de duplas, como Bruno & Marrone, Edson & Hudson etc.

Entendendo...

Segregação Racial
Martin Luther King lutava contra a segregação racial
Claramente, a palavra segregação não deixa dúvida quanto ao seu significado mais geral, quando pesquisamos no dicionário: separação; divisão a fim de evitar contato; isolamento. Ao trazermos essa palavra para uma discussão de cunho sociológico, é inevitável pensarmos nos desdobramentos negativos para a vida social, principalmente do ponto de vista das hostilidades e conflitos sociais gerados pela segregação em si. Podemos observar vários tipos de segregação ao longo da história, os quais foram (e ainda são em alguns casos) motivados pelos mais variados fatores.

Segundo Ely Chinoy, embora sejam muitas as circunstâncias que possam influenciar na estrutura das relações entre indivíduos de grupos raciais e étnicos diferentes, pelo menos três merecem destaque. O primeiro diz respeito ao tamanho e ao número dos grupos, o que é fundamental para pensarmos em minorias ou maiorias; o segundo ponto diz respeito às diferenças entre esses indivíduos no aspecto físico e também cultural; finalmente, o terceiro aspecto diz respeito à disputa por recursos e por melhores condições de sobrevivência entre tais grupos, sendo que as maiorias almejam, dentro da estrutura social, submeterem as minorias, para delas tirarem vantagem.

Se considerarmos o segundo aspecto apontado por Chinoy, nele se enquadra a segregação racial, a qual diz respeito às diferenças físicas e, até certo ponto, também culturais. Obviamente, os demais fatores como ser uma minoria e estar em constante competição por recursos também devem ser considerados. A segregação racial está embasada na intolerância gerada, muitas vezes, por uma visão etnocêntrica de uma maioria em detrimento de uma minoria em um mesmo território. O etnocentrismo vilipendia as formas de organização que se diferem daquela que se tem por referência, gerando os mais diversos preconceitos. Assim, a construção pelo senso comum de alguns estereótipos, isto é, da rotulação de determinados grupos, é, em certa medida, um meio no qual o preconceito consegue se sedimentar.

A segregação racial não é um fenômeno social novo, estando presente já dentre as primeiras civilizações, as quais lançavam mão de organizações sociais regidas por castas. Porém, em sociedades como a Índia esse tipo de estratificação social ainda é uma realidade. No século XX, o mundo assistiu um dos maiores genocídios já vistos, fruto da segregação racial e do preconceito oriundos do regime nazista de Hitler, o qual foi responsável pela morte de milhões de judeus em campos de extermínio. Para além da Ásia e Europa, podemos pensar em um exemplo do continente africano. Embora a segregação nesse continente tenha origem no processo de colonização, na África do Sul, ao longo de décadas, prevaleceu o chamado regime de Apartheid, através do qual a segregação racial entre brancos (europeus) e negros (africanos) encontrava amparo até mesmo na lei. Uma fatia expressiva da população africana de cor negra era excluída de vários direitos civis, sociais e políticos, ou seja, alienados de sua cidadania. Porém, a transformação dessa realidade (que perdurou ao longo de boa parte do século XX) se daria mais tarde pela luta política de Nelson Mandela. Da mesma forma, é válido citar outros conflitos, mesmo que gerados menos por questões de raça do que por diferenças étnicas, como os que ocorrem entre palestinos e judeus, as lutas pela emancipação do povo basco no continente europeu, a luta entre católicos e protestantes na Irlanda, o preconceito de franceses contra imigrantes, além, é claro, daquele cultivado por norte-americanos em relação a latinos, árabes e imigrantes em geral.

Ainda sobre a segregação racial, é fundamental discorrer sobre a forma como os Estados Unidos lidaram e ainda lidam com o preconceito contra o negro. Para que pudessem ter um presidente afrodescendente, muitas lutas foram necessárias, como a de Martin Luther King, do próprio movimento contracultural, do grupo político dos “panteras negras”, entre outros. Ainda assim, o preconceito e a segregação, em maior ou menor grau, persistem naquela sociedade.

Se tomarmos o Brasil como exemplo, a segregação racial contra negros e índios promovida por brancos desde os tempos de colônia foi decisiva na formação da sociedade brasileira. O mito das três raças como explicação do nascimento do homem brasileiro não foi suficiente para acabar com o racismo, o qual agora existe de maneira velada, escondido atrás de uma falsa democracia racial como já apontava Florestan Fernandes. Contudo, vale a pena observar que, embora o racismo não esteja extinto e ainda existam desigualdades sociais alarmantes, não existe uma segregação racial, étnica ou religiosa tão destacada na sociedade brasileira como a que se viu nos exemplos citados anteriormente, ao redor do mundo. Obviamente, não podemos desconsiderar os recentes ataques pela internet aos nordestinos (tema do enredo de uma escola de samba em 2011), as agressões a jovens homossexuais, e este preconceito racial velado, todos indícios da existência de grupos intolerantes e preconceituosos contra minorias (isso sem falar do preconceito contra as mulheres). Porém, daí a comparar a sociedade brasileira com a África do Sul do Apartheid não seria coerente com a realidade nacional.

Para termos uma ideia da importância dessa temática, bem como do aceno positivo do Brasil para lutar contra qualquer tipo de segregação, a ONU (Organização das Nações Unidas) e o governo brasileiro criaram um site específico sobre gênero, raça e etnia em março de 2011. O site do PNUD, o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia foi feito em parceria com outros órgãos vinculados à ONU, como a OIT e UNICEF, tendo como objetivo defender e propagar a incorporação da equidade de gênero e de cor/raça na gestão pública. Obviamente, esse assunto é mais complexo do que pode parecer, principalmente quando traz em sua esteira outras questões como a construção de uma identidade nacional e a ideia de pertencimento à nação, apenas para citar alguns exemplos.

Por isso, a promoção de fóruns de discussão por toda a sociedade, para além das escolas e universidades, é uma importante ferramenta na compreensão e formulação de alternativas mais justas e tolerantes para que possamos conviver com a diferença em um mundo que se diz “global”.

Curiosidade...

 
Ovo da Galinha

Qual a diferença entre os ovos amarelos e brancos da galinha?

A diferença entre um ovo de coloração branca e um ovo de coloração amarela é a raça da galinha.
Geralmente, as galinhas que põem ovos amarelos são maiores e comem mais, já as galinhas que põem ovos brancos são menores e comem menos. Isso porque a composição do ovo varia de acordo com a alimentação da galinha.

As galinhas que são criadas soltas e alimentam de milho e outros cereais, como a galinha caipira, produzem ovos com a gema mais escura, pois há maior concentração de ferro.
Diferentemente das galinhas de granja que produzem gemas com coloração mais pálida, já que são alimentadas com rações e outros tipos de alimentos.

É importante enfatizar que a cor dos ovos depende exclusivamente da raça da ave, enquanto um canário põe ovo de coloração azulada, a codorna põe um ovo todo pintadinho.

Piada...

O que um escorregador falou pro outro? Aqui os anos passam depressa.

Devanear...

Leia um trecho bem picante do livro "Estranho Irresistível", de Christina Lauren
Depois de "Cretino Irresistível", chegou a hora de você se deliciar com o segundo volume da série.
Atualizado em 25/10/2013 Conteúdo NOVA

- O que exatamente você está oferecendo?

Olhei aqueles estranhos olhos iluminados que se mostravam interessados em tudo ao seu redor. Ele parecia normal, muito são para alguém que me seguiu através de uma boate e disse tão espontaneamente que queria me tocar. Lembrei de Andy e o quanto ele raramente - exceto para manter as aparências - queria meu toque, minha conversa, meu qualquer coisa. Seria assim com ele? Uma mulher o puxaria de lado, se ofereceria, e ele tomaria o que precisasse antes de voltar para casa? Enquanto isso, minha vida tinha se tornado tão pequena que eu mal podia lembrar como preenchia as longas noites solitárias. Será que eu estava sendo gananciosa demais por querer tudo? Uma carreira incrível e um momento louco aqui e ali?

- Você não é um psicopata, é?

Rindo, ele beijou meu rosto.

- Você está sim me deixando meio maluco, mas não, não sou um psicopata.

- Eu só... - comecei a falar, e então olhei para baixo. Pressionei minha mão aberta em seu peito largo. Sua blusa cinza era incrivelmente macia. Caxemira, pensei. O jeans era escuro e o envolvia perfeitamente. Os sapatos pretos não tinham um arranhão. Tudo nele era meticuloso.

- Acabei de me mudar para cá - parecia uma boa explicação para a tremedeira em minha mão.

- E um momento como este não parece muito seguro, não é mesmo?

Balancei a cabeça.

- Não mesmo.

Mas, então, estiquei o braço, agarrei seu pescoço e o puxei para mim. Ele acompanhou o movimento e sorriu, antes de nossos lábios se encontrarem. O beijo foi a combinação perfeita entre suavidade e firmeza, com o uísque esquentando seus lábios contra os meus. Ele gemeu um pouco quando abri a boca e o deixei entrar, e a vibração ateou fogo em mim. Eu queria sentir todos os seus sons.

- Você tem um sabor tão doce. Qual é o seu nome? - ele perguntou.

Com isso, senti a primeira onda real de pânico.

- Nada de nomes.

Ele se afastou um pouco e me encarou, com as sobrancelhas erguidas.

- Então como devo te chamar?

- Do mesmo jeito que você vem fazendo até agora.

- Flor?

Confirmei com a cabeça.

- E como você vai me chamar quando estiver gozando? - ele deu outro pequeno beijo.

Meu coração bateu mais forte com aquele pensamento.

- Acho que isso não importa, não é mesmo?

Erguendo os ombros, ele aceitou:

- Acho que não.

Tomei sua mão e a coloquei na minha cintura.

- A única pessoa que me deu um orgasmo no último ano fui eu mesma - movi seus dedos até a barra do meu vestido e sussurrei: - Você acha que consegue mudar isso?

Pude sentir seu sorriso contra minha boca quando ele me beijou novamente.

- Você está falando sério?

A ideia de me oferecer para esse homem num canto escuro de uma boate era um pouco assustadora, mas não o bastante para me fazer mudar de ideia.

- Estou falando sério.

- Você é um problema.

- Juro que não sou.

Ele se afastou o suficiente para examinar meu rosto. Seus olhos se moveram até que seu olhar voltou a mostrar aquele sorriso.

- Essa coisa de você nem ter ideia do quanto é...

Ele me virou e pressionou meu corpo contra o muro de vidro para que eu olhasse a massa de corpos se contorcendo lá embaixo. As luzes pulsavam, penduradas bem na minha frente em barras de ferro que se estendiam pela boate, iluminando o andar de baixo, enquanto nosso canto se mantinha praticamente no escuro. Começou a subir um vapor das aberturas na pista de dança, cobrindo até os ombros as pessoas que dançavam; ondas se formavam na superfície seguindo o movimento das pessoas.

Os dedos do meu estranho tocaram na barra do meu vestido por trás, e então ele subiu o tecido, deslizando a mão pela minha calcinha, passando pela bunda e entre minhas pernas, onde eu definitivamente desejava seu toque. Aquela posição vulnerável não me envergonhou: eu me arqueava para trás em sua mão, já completamente perdida.

- Você está muito molhada, flor. O que você gosta? A ideia de que estamos fazendo isso aqui? Ou eu ter te observado enquanto você pensava em transar comigo no meio da pista de dança?

Eu não disse nada, pois fiquei com medo do que poderia ser a resposta, e perdi o fôlego quando ele deslizou um longo dedo dentro de mim. Pensamentos sobre o que eu deveria fazer evaporaram enquanto eu pensava sobre a velha e chata Sara em Chicago. A previsível Sara que sempre fazia aquilo que todos esperavam dela. Eu não queria mais ser essa pessoa. Eu queria ser irresponsável, selvagem, jovem. Eu queria viver para mim mesma pela primeira vez na minha vida.

- Você é pequenina, mas, quando está molhada assim, tenho certeza que consegue aguentar três dedos facilmente.

Ele riu num beijo que pressionou por trás do meu pescoço quando uma ponta do dedo circulou meu clitóris, provocando lentamente.

- Por favor - sussurrei. Não sei se ele podia me escutar. Seu rosto estava apertado contra meus cabelos e eu podia sentir seu pau pressionando a lateral da minha cintura, mas, fora isso, eu estava alheia a qualquer outra coisa, pois seu longo dedo deslizava novamente dentro de mim.

- Sua pele é incrível. Principalmente aqui - ele beijou meu ombro.

- Você sabia que a parte de trás do seu pescoço é perfeita?

Eu me virei e sorri para ele. Seus olhos estavam arregalados e claros, e, quando encontraram os meus, voltaram a se curvar num sorriso. Nunca olhei alguém nos olhos tão de perto ao ser tocada daquela maneira, e algo sobre aquele homem, aquela noite e aquela cidade fez com que eu imediatamente tivesse certeza de que era a melhor decisão que eu já havia tomado. Querida Nova York, você é brilhante. Com amor, Sara.

P.S.: Definitivamente não é o álcool falando.

- Eu não tenho muitas oportunidades para olhar o meu pescoço por trás.

- É realmente uma pena - ele retirou a mão e eu senti um frio onde seus dedos quentes estavam. Colocou a mão no bolso e tirou um pequeno pacote. Uma camisinha. Ele tinha uma camisinha no bolso. Eu nunca teria pensado em levar uma camisinha para uma boate qualquer.

Virando-me para encará-lo, ele nos fez girar e me pressionou contra a parede, beijando primeiro com suavidade, depois com um jeito furioso e faminto. Quando pensei que iria perder o fôlego, ele começou a explorar, chupando meu queixo, minha orelha, meu pescoço, encontrando o ponto onde minha pulsação batia freneticamente.

Meu vestido tinha voltado a cobrir minhas coxas, mas seus dedos brincavam com a barra, levantando-a lentamente.

- Alguém pode aparecer aqui - ele me lembrou, dando uma última oportunidade para eu parar aquilo, apesar de já estar abaixando minha calcinha o suficiente para que eu pudesse tirá-la completamente.

Mas eu não me importava. Nem um pouco. E talvez até uma pequena parte de mim queria que alguém aparecesse, para que pudesse ver esse homem perfeito me tocando daquele jeito. Eu mal podia pensar em qualquer outra coisa além do lugar onde ele estava tocando, o jeito como minha saia estava agora levantada até a cintura, a maneira como ele pressionava tão forte e insistentemente em minha barriga.

- Eu não ligo.

- Você está bêbada.

- Bêbada demais para isso?

- Quero que lembre que eu comi você.

- Então faça isso de um jeito inesquecível.

Levantou minha perna, deixando-me exposta ao frio do ar-condicionado que soprava acima de nós. Prendeu meu joelho ao redor de sua cintura, e agradeci por estar usando salto alto. Coloquei meu braço entre nós e desabotoei sua calça, puxando a cueca para baixo apenas o bastante para deixá-lo livre. Envolvi sua ereção com a mão e a esfreguei por toda a minha pele molhada.

- Droga, flor. Deixe eu colocar isso.

Suas calças estavam abertas, mas tinham caído apenas um pouco abaixo da cintura. Se alguém nos visse por trás, poderia até pensar que estávamos dançando, talvez apenas nos beijando. Mas ele pulsava em minha mão, e a realidade da situação me deixou louca. Ele iria me tomar ali mesmo, pairando sobre a pista de dança lá embaixo. Naquela multidão, havia pessoas que me conheciam como a Sara Boazinha, a Sara Responsável, a Sara do Andy. Nova casa, novo emprego, nova vida. Nova Sara.

Meu estranho era pesado e muito comprido em minha mão. Eu o desejava, mas também fiquei um pouco assustada com todo aquele tamanho. Não sei se já tinha encarado um homem tão duro.

- Você é grande - eu disse sem pensar.

Ele sorriu, como um lobo realmente pronto para me devorar, e rapidamente rasgou o pacote da camisinha com os dentes.

- Isso é a melhor coisa que você pode dizer para um homem. Você poderia até dizer que não sabe se vai caber tudo. Passei a ponta na minha entrada e tremi por causa disso. Ele era tão quente: pele macia envolvendo uma rocha.

- Droga. Vou gozar na sua mão inteira se você não parar com isso - ele tremeu um pouco com a urgência enquanto afastava minha mão para vestir a camisinha.

- Você sempre faz isso? - perguntei.

Parado na minha frente, pronto para a ação, com o sorriso mirando meu rosto, ele disse:

- Isso o quê? Sexo com uma mulher linda que não quer me dizer seu nome e prefere transar num corredor público ao invés de num lugar apropriado como uma cama ou uma limusine? - ele começou a entrar, demoradamente. A luz acendeu em seus olhos e, meu Deus, eu não achava que sexo com um estranho pudesse ser tão íntimo assim.

Ele observou cada reação em meu rosto. - Não, flor. Tenho que admitir que nunca fiz isso. Sua voz estava normal, mas então suas palavras começaram a falhar, pois já estava profundamente dentro de mim, ali no meio daquela boate caótica, com luzes e música pulsantes ao nosso redor, com pessoas passando a apenas alguns metros sem saber de nada. E, mesmo assim, todo o meu mundo estava reduzido ao lugar onde ele me penetrava, onde esfregava com firmeza no meu clitóris em cada estocada, onde a pele quente de sua cintura pressionava as minhas coxas.

Não houve mais nenhuma conversa, apenas estocadas que foram aumentando em velocidade e intensidade. O espaço entre nós se preencheu com sons abafados de desejo e súplica. Seus dentes morderam meu pescoço e eu agarrei seus ombros com medo de cair no vão ou em outro lugar que não fosse a pista de dança, mas um mundo onde adorava estar exposta, com meu prazer visível para quem estivesse observando - principalmente se fosse aquele homem.

- Deus, você é linda – ele se inclinou para trás, olhou para baixo e acelerou um pouco. - Não consigo parar de olhar sua pele perfeita e, droga, o ponto onde estou entrando em você...

A luz estava claramente jogando no time dele, pois, da minha perspectiva, ele estava iluminado por trás e eu podia enxergar apenas a silhueta do meu estranho. Não distingui nada além de sombras quando olhei para baixo e visualizei apenas a sugestão do movimento: ele dentro de mim, entrando e saindo. Escorregadio e duro, pressionando fundo em cada passada. E, como se tivesse ouvido meus pensamentos, a luz diminuiu para um tom quase negro acompanhando o som de uma batida lenta e oscilante que preencheu a boate.

- Eu filmei você dançando - ele sussurrou.

Demorou alguns instantes para que suas palavras fossem registradas no meu cérebro.

- O... o quê?

- Eu não sei por quê. Não vou mostrar para ninguém. É só que... - ele encarou meu rosto, diminuindo a velocidade um pouco, provavelmente para me deixar pensar. - Você estava tão possuída. Eu queria me lembrar. Caramba, sinto como se estivesse confessando meus pecados.

Engoli em seco, ele voltou a se aproximar e me beijou. Eu perguntei:

- Você acha estranho eu ter gostado de você ter feito isso?

Ele riu em minha boca, entrando e saindo novamente com estocadas lentas e deliberadas.

- Apenas aproveite, certo? Eu gosto de observar você. E você estava dançando para mim. Não há nada de errado nisso.

Ele levantou minha outra perna, passando as duas ao redor de sua cintura, e, então, por vários perfeitos segundos na escuridão, começou a mexer de verdade. Rápido e urgente, ele deixou escapar os mais deliciosos gemidos, e não haveria dúvida sobre o que estávamos fazendo se alguém aparecesse em nosso pequeno canto no corredor.

Só de pensar nisso – sobre onde estávamos, o que fazíamos e a possibilidade de alguém ver aquele homem me possuindo com tanta força – eu acabei me perdendo. Minha cabeça rolou para trás contra a parede, e eu podia sentir crescendo no meu ventre, tão profunda e pesadamente, uma angústia se acumulando, descendo por minhas costas e explodindo em meu sexo com tanta força que eu tive que gritar, sem me importar se alguém poderia ouvir. E eu nem precisava ver seu rosto para saber que ele estava me observando enquanto eu gozava sem parar.

- Oh, droga - seus quadris perderam o ritmo e então ele soltou um gemido grave, com os dedos enterrados na minha cintura.

Ele vai deixar marcas, pensei. Espero que deixe. Eu queria uma lembrança desta noite, e desta Sara, para melhor diferenciar a nova vida que eu estava tão determinada a construir. Ele parou, apoiando-se em mim, com os lábios encostando gentilmente em meu pescoço.

- Minha pequena estranha, você acabou comigo.

Senti ele pulsar dentro de mim - eram tremores secundários de seu orgasmo - e eu quis que ele continuasse enterrado daquele jeito para sempre. Imaginei como seria nossa imagem para o resto da boate: um homem apertando uma mulher contra a parede, com um pedaço das pernas dela visível ao redor da cintura dele no meio da escuridão.

Sua grande mão acariciou minha perna do calcanhar até a cintura, e, então, com um pequeno gemido, ele se retirou, colocou meus pés no chão, deu um passo para trás e tirou a camisinha. Meu Deus, eu nunca nem cheguei perto de fazer algo tão insano assim antes. Um sorriso tomou meu rosto por inteiro enquanto minhas pernas tremiam quase ao ponto de desabarem.

Não perca a cabeça, Sara. Não perca a cabeça. Foi perfeito. Tudo aquilo tinha sido perfeito, mas teria que terminar ali. Faça tudo diferente de antes. Nada de nomes, nada de compromissos. Nada de arrependimentos.

Ajeitando meu vestido, fiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios.

- Isso foi inacreditável.

Ele concordou, gemendo um pouco no meio do beijo.

- Foi sim. Será que podemos...?

- Eu vou descer – comecei a me afastar e dei um tchauzinho.

Ele me encarou, confuso.

- Você está...?

- Bem. Estou bem. Você está bem?

Ele assentiu, parecendo perplexo.

- Então... Obrigada.
http://mdemulher.abril.com.br/amor-sexo/reportagem/contos/leia-trecho-bem-picante-livro-estranho-irresistivel-christina-lauren-758030.shtml

Mais uma etapa superada...