segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sai pra lá....

Como saber se eu tenho mau hálito?

Caso desconfie de mau hálito procure o seu dentista

Normalmente quem tem problema de mau hálito ou halitose, não percebe o cheiro desagradável. Quando o odor é constante ocorre fadiga olfatória. Nosso nariz se acostuma com o cheiro, então deixamos de senti-lo para podermos perceber novos odores.

Caso sinta-se constrangido de perguntar a outra pessoa se você apresenta hálito desagradável, uma maneira simples de detectá-lo é lambendo o dorso da mão e aguardando 30 segundos. 
Depois cheire a região e verifique se apresenta algum odor desagradável.

Alguns fatores que podem influenciar na halitose são:
Beber pouco líquido
Comer muita gordura e proteína animal ou comida muito temperada
Fumar
Usar enxaguatório com álcool frequentemente
Tomar bebidas alcoólicas com frequência (mais de 2 vezes por semana )
Ter o intestino preso
Ficar muitas horas sem se alimentar
Respirar pela boca
Ter diabetes
Sentir minha boca seca com frequência
Não usar fio dental com frequência
Não higienizar a língua durante a escovação provocando o esbranquiçamento da mesma (saburra lingual).

As principais causas da halitose estão relacionadas a problema digestivos, respiratórios e bucais. Aproximadamente 90% dos casos têm origem bucal, especialmente as alterações na gengiva e no periodonto e a presença de saburra lingual. Por esse motivo, caso desconfie de mau hálito procure inicialmente o seu dentista.

Exploração imediata...

Mitos sexuais
Grandes mitos sexuais
Você cresceu ouvindo afirmações do tipo masturbação dá espinha, os homens gostam mais de sexo que as mulheres e que o ponto G existe. Umas mais absurdas, outras menos verdadeiras, o fato é que muita coisa se transformou em mitos sexuais e ainda hoje existe gente que acredita em muita balela.

Para acabar de vez com essa desconfiança, resolvi destrinchar os principais mitos sexuais para você deixar seu lado paranoico, machista e ignorante de lado. Leia agora ou depois não vá dizer que eu não avisei

MITO 1: OS HOMENS GOSTAM MAIS DE SEXO DO QUE AS MULHERES
 

Só para te atualizar sobre o assunto, o site de relacionamento ParPerfeito realizou uma pesquisa que concluiu que 54,55% das mulheres com idade entre 18 e 24 anos não precisam de amor para fazer sexo. Os homens da mesma faixa etária que admitiram que transam sem necessariamente sentir amor pela parceira é de 50% – menos que entre as mulheres. Isso já é o bastante para comprovar que esse mito caiu por terra. Agora, se você é homem e acredita nisso, a verdade são as mulheres que não gostam de fazer sexo com você



MITO 2: VOCÊ PODE JULGAR O TAMANHO DO PÊNIS PELO TAMANHO DO SEU PÉ

mitos do sexo 
A história de que o tamanho dos pés de um homem é diretamente proporcional à dimensão do pênis é mito. Mas, um estudo coreano recente descobriu que o que importa mesmo é o tamanho dos dedos das mãos. Se um homem tiver os dedos indicadores mais curtos que os anelares, a probabilidade de que ele seja bem dotado é maior.  Pelo menos é o que diz um estudo coreano publicado no periódico “Asian Journal of Andrology”. Basta saber se a regra vale só para os coreanos ou se aplica também ao resto do mundo

MITO 3: HOMENS PENSAM EM SEXO A CADA SETE SEGUNDOS
 
De acordo com a Universidade Estadual de Ohio (EUA), os homens pensam em sexo 19 vezes por dia. Apesar de esse número ser bem maior do que o das mulheres (10 vezes), não chegamos a pensar em sexo a cada 7 segundos. Caso isso fosse possível, como gostaríamos tanto do futebol e das cervejas com os amigos?

MITO 4: MASTURBAÇÃO PROVOCA ESPINHA, LEVA À ESTERILIDADE E CAUSA CEGUEIRA
 
Sem sombra de dúvida, esse é o assunto que contem a maior quantidade de mitos. De acordo com o psicólogo e psicoterapeuta sexual Marcelo Toniette. “A masturbação não causa espinhas, assim como não leva à esterilidade, não leva à dificuldade de ereção, não causa cegueira, não faz crescer pêlos nas mãos, não leva à loucura. Agora, convenhamos, se causasse cegueira, você não poderia ler esse texto agora.

MITO 5: JAPONÊS TEM PINTO PEQUENO
 Mitos sexuais
De acordo com o Japanese Jornal of Sexology, a média japonesa é de 13 cm, No Brasil, devido à grande miscigenação de etnias, a média é de 12,4 cm. Esse mito, porém, não descarta o dos africanos, já que na África do Sul a média é de 15,9 cm.

MITO 6: SEXO ANTES DE JOGO, OU UMA ATIVIDADE FÍSICA IMPORTANTE, PODE COMPROMETER SUA PERFORMANCE
 
Estudo suíço realizou testes em pessoas duas e dez horas após elas fazerem sexo e constataram que, depois de dez horas, os participantes estavam completamente recuperados. Houve só uma pequena queda no desempenho duas horas depois do sexo.

MITO 7: É POSSÍVEL QUEBRAR O PÊNIS
 
Apesar do pênis não ter osso, ele é formado por dois tubos chamados corpos cavernosos, que são os que ficam cheios de sangue para dar a ereção peniana. Ao redor desses dois tubos existe uma capa fibrosa denominada túnica albugínea que é o que não deixa o sangue sair durante a excitação e ereção. Ao ter uma penetração intempestiva, o que ocorre na maioria dos homens que querem demonstrar suas aptidões sexuais, mudando muito de posição em frações de segundos, o pênis pode torcer e “quebrar”, isto é, aquela capa fibrosa se rompe e o sangue extravasa por esse local. Dependendo do grau de fratura, ocorre a impotência. A posição que mais facilmente deixa que isso ocorra é a mulher por cima ao penetrar sem cuidado e com muita rapidez.

MITO 8: FAZER SEXO NA ÁGUA (PISCINA, BANHEIRA, CHUVEIRO…) MATA ESPERMA E EVITAR A GRAVIDEZ
 
Embora grande parte dos ‘guerreiros’ possam morrer ou se perder durante o ato, sexo na água não é um contraceptivo confiável, segundo Jon L. Pryor, professor de cirurgia urológica da Universidade de Minnesota (EUA).

MITO 9: SEXO TÂNTRICO PODE DURAR ATÉ 8 HORAS SEGUIDAS
 
Outro mito urbano. Esse tipo de sexo pode durar horas, mas grande parte delas é mais um estado de espírito do que ato físico em si (penetração). Para você ficar mais aliviado com a parceira, a duração média do sexo é de três a sete minutos. Mas não se preocupe tanto com o tempo. O importante é fazê-la chegar lá, seja com 2 minutos ou com 2 horas.

MITO 10: VOCÊ PODE PEGAR UMA DST DO VASO SANITÁRIO
 
Doenças sexualmente transmissíveis requerem ambientes úmidos para se reproduzir. O problema aqui são as outras doenças que você pode contrair nesses ambientes.


MITO 11: TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
 Mitos sexuais
A vagina tem profundidade variável de 9 a 12 cm. A maioria das terminações nervosas relacionadas ao prazer sexual situa-se justamente na entrada. Levado pelas opiniões de médicos e especialistas na área, você pode até achar que o tamanho não importa. Ledo engano. Não precisa ser um kid Bengala, mas um pênis de 9 cm também não vai agradá-la. Mais importante que o tamanho em si – se você estiver dentro da média de 13 a 17 cm – é a espessura do pênis. Por tanto, não adianta ter um 24 cm que mais parece uma lombriga. Mais vale um 15 cm ‘troncudão’. Quer conferir a opinião delas sobre o assunto, veja aqui.

MITO 12: O PONTO G EXISTE
 
O assunto gerou por muito tempo e ainda gera debate entre médicos. A verdade é que não há consenso. Algumas mulheres afirmam sentir mais prazer em um ponto na parede anterior da vagina. Por outro lado, outras não sentem nada diferente. A minha opinião é que o ponto G existe, mas ele esta mais na cabeça do que em algum lugar no órgão sexual feminino.


Viva a palhaçada...


 
Jovens que integraram protestos aproveitam exposição e viram candidatos

Movimento Passe Livre não reconhece candidaturas; já o Copa pra Quem apoia os integrantes agora no PSOL e no PSTU

Apesar de os protestos de junho do passado e as manifestações contra a Copa do Mundo este ano não terem revelado uma nova grande liderança juvenil, várias pessoas que participaram dos atos lançaram-se ou tentaram lançar-se candidatos nas eleições gerais de 2014.

Rafael Madeira, um dos coordenadores do “Copa para Quem”, tenta uma vaga na Câmara Federal pelo PSOL. Foto: Arquivo Pessoal/ Facebook1/6
Entre as legendas escolhidas por alguns manifestantes identificados pelo iG, estão PSOL e PSTU. Em São Paulo, por exemplo, uma ex-diretora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de São Paulo (USP), Gabriela Vasconcelos, que participou dos protestos pela redução da passagem em São Paulo tenta uma vaga como deputada federal. No interior do Estado, Alan João Orlando, coordenador dos protestos organizados na cidade de Porto Ferreira, a 230 quilômetros da capital, ato que reuniu 2 mil pessoas sobre a PEC 37 (que tentava tirar o poder de investigação do Ministério Público) e de melhorias no transporte público, tenta uma vaga como candidato a deputado estadual pelo PSOL.

Em Brasília, a militante Mácia Teixeira, integrante do movimento feminista que ajudou na coordenação dos protestos contra a Copa do Mundo realizados pelo movimento “Copa pra Quem” tanto na capital federal, quanto na cidade satélite de Taguatinga, também tentará uma vaga na Câmara Federal pelo PSTU.

Lucas de Lima Guimarães, estudante integrante da juventude de PT, também participou das mobilizações na capital federal contra a PEC 37 e agora se lança a uma vaga para o cargo de deputado distrital. Ele participa da sua primeira eleição. Outro exemplo no Distrito Federal é Rafael Madeira, advogado e estudante de Serviço Social da Universidade de Brasília (UB), também coordenador do movimento “Copa para Quem” que tenta uma vaga na Câmara Federal pelo PSOL.

No Rio Grande do Sul, dois estudantes integrantes do grupo Bloco de Luta pelo Transporte Público e que chegaram a ser indiciados pela Polícia Civil de Porto Alegre pelo crime de depredação a patrimônio público também tentam se eleger esse ano. Lucas Maróstica, integrante também do movimento contra a homofobia em Porto Alegre, será candidato a deputado federal pelo Psol. Já Matheus Gomes, conhecido como “o Gordo”, também tenta uma vaga na Câmara, mas pelo PSTU.

Contando apenas com doações de amigos, Maróstica parte para sua primeira disputa eleitoral. Para ele, ajudar na coordenação dos protestos de junho em Porto Alegre serviu como incentivo ainda maior para tentar, no meio político tradicional, "atender às demandas da população" por melhorias no transporte e nas políticas sociais.

O candidato acredita que apesar dos protestos terem criticado o sistema político brasileiro, ele não acha que é contraditório um manifestante agora tentar fazer política pelos moldes tradicionais. “A população tem toda razão quando se diz indignada com a política”, analisa. “Agora, parto para uma candidatura para tentar atender aos anseios da sociedade. Mas o processo de mobilização vai continuar nas ruas”, analisa Maróstica que se diz injustiçado por ter sido indiciado pelo crime de depredação ao patrimônio público em Porto Alegre.

Lucas de Lima também não vê contradições em participar das mobilizações de junho. Para ele, as mobilizações mostraram que existe um descontentamento com o jovem na política, mas que por meio dela é possível se mudar o cenário político atual. “Eu não fui para o protesto como militante do PT. Eu fui porque gostaria de ter uma vida melhor”, analisa. “Os protestos não tiveram uma influência direta na minha candidatura. Mas mostraram que o jovem quer e deve participar do processo político”, disse Alan João Orlando, que sem financiamento privado, conta com uma vaquinha de amigos para pagar a impressão de materiais de campanha.

Já Rafael Madeira diz que sua candidatura nasceu de um sentimento coletivo e que a ideia dela é “trazer as demandas dos movimentos sociais para o debate eleitoral”. “A candidatura é coletiva. O parlamentar é uma representação para além de sua figura. Ele precisa representar uma coletividade”, defende Madeira. “A gente se coloca ao lado do cidadão e diz: ‘estamos construindo com vocês a luta para as soluções na sociedade’”, analisa. O iG tentou contato com Matheus Gomes, Márcia Teixeira e Gabriela Vasconcelos para falar sobre suas respectivas candidaturas, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

Dificuldades
Houve também pessoas que participaram das mobilizações, ainda tentaram lançar candidaturas, mas não conseguiram por falta de dinheiro. Um exemplo é o estudante Diego Gonçalves. Gonçalves é militante do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e resolveu se filiar ao PTB justamente para tentar mudar a visão conservadora da legenda no Distrito Federal. Convidado a integrar a legenda pelo senador Gim Argelo (PTB/DF) após as mobilizações, Gonçalves percebeu que não teria como financiar a própria campanha e desistiu da ideia.

Ele ganha um salário comercial de aproximadamente R$ 1 mil e, sem promessas de financiamento, achou melhor não disputar um cargo eletivo em 2014. “Acredito que após os protestos teria condições de conseguir uns 5 mil votos. Mas não dependo apenas das pessoas que me dão apoio. Dependemos também de dinheiro para uma eleição. E digo algo na casa dos R$ 70 mil”, projeta Gonçalves.

Em São Paulo, o Movimento Passe Livre (MPL) não reconhece candidaturas que tenham surgido dos movimentos de junho do ano passado. Membros do MPL negaram conhecer líderes que tenham se lançado nas eleições deste ano. Eles ratificaram o caráter autônomo e apartidário do MPL. Em Brasília, o movimento Copa pra Quem, por outro lado, apoia as candidaturas lançadas por membros do PSOL e do PSTU. Na visão do movimento, é importante participar do processo eleitoral ainda que para "demarcar território em prol dos movimentos sociais".

Hoje, pelos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apenas 2% dos candidatos à eleição de 2014 são considerados jovens. Ao todo, de 24.899 candidaturas registradas no TSE, apenas 502 são de pessoas com menos de 25 anos. Pela classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é considerada jovem qualquer pessoa com menos de 25 anos.


Felicidade plena...

Com 80 anos e energia para os 100
O segredo dos octogenários que são independentes, produtivos – e felizes
 
Para descobrir a idade de alguém, observe as mãos. Essa estratégia, quase sempre infalível, não funciona com Adib Jatene, de 85 anos, o mais célebre dos cirurgiões cardíacos brasileiros. Com poucas rugas e unhas muito bem aparadas, as mãos dele parecem 20 anos mais jovens. Comandadas por um cérebro admirável, elas executaram 40 mil operações. Há poucos meses, Jatene abandonou as salas de cirurgia. Tem consciência das limitações físicas impostas pelo tempo. Isso não significa a aposentadoria. Sua agenda continua lotada. Todos os dias, atende pacientes no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. Circula pelos corredores numa cadeira motorizada ou apoiado numa bengala. Há três meses, foi submetido a uma cirurgia de coluna. Um estreitamento na medula provocava-lhe dores terríveis. Está em recuperação. “Se fosse dar valor a isso, ficaria inutilizado”, diz. “Nunca me queixo.”

Sempre que pode, ele dá uma escapada até a oficina do Instituto Dante Pazzanese, hospital cardiológico que mantém um laboratório de equipamentos médicos. Jatene tem lugar cativo e seu nome está inscrito na bancada. É lá que se revela uma de suas vocações mais genuínas e pouco conhecidas: Jatene tem cabeça de engenheiro e espírito de Professor Pardal. Trabalha, com entusiasmo, na criação de uma versão barata da caríssima bomba implantável capaz de substituir, temporariamente, o coração de pacientes inscritos na fila de transplante.

Jatene é um caso que a ciência quer explicar. O que garante o alto desempenho intelectual e a produtividade na velhice? Por que alguns octogenários mantêm o domínio das capacidades mentais, a criatividade e o interesse pelo trabalho, enquanto tantos estão em casa ou sofrem de depressão ou de alguma forma de demência? Por que gente ativa como ele ultrapassa a expectativa de vida do brasileiro (71 para os homens; 78 para as mulheres) e continua com motivação e capacidade mental para completar um século?

O Projeto 80+, uma parceria do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP) com outras unidades da USP, investiga se há algo de especial nos genes e no cérebro dos octogenários saudáveis. Cento e trinta idosos doaram sangue e foram submetidos a exames de ressonância magnética e a outras avaliações físicas e de desempenho cognitivo. Jatene é um dos voluntários, assim como o economista Delfim Netto, a atriz Beatriz Segall, a bailarina Ruth Rachou, a professora Cleonice Berardinelli e o escritor Zuenir Ventura, entre outras personalidades.

Será?

Gente é descartável?
Emprego, amizade e até o amor – será que tudo agora tem prazo de validade, como lata de ervilhas?

Convidado a jantar na casa de uma amiga, estranhei a falta de sua funcionária de muitos anos, sempre responsável por delícias gastronômicas. Estranhei. Perguntei pela cozinheira, sempre sorridente, que eu já cumprimentava com beijinho.

– Ah, demiti.

– Aconteceu alguma coisa?

– Ela passou do prazo de validade. Chamei outra.

A resposta me arrepiou. Cada vez ouço mais que alguém “passou do prazo de validade”. A expressão se inseriu no vocabulário. Como todos os elementos da linguagem, seu significado é maior que as palavras, simplesmente. Empresas costumam ser severas quanto ao que consideram como prazo de validade de um funcionário. Em geral, no máximo aos 60 anos, quando não aos 40, o executivo vai para a rua. Mesmo os de alto cargo. O argumento é sempre o mesmo, como ouvi certa vez de uma diretora de RH.

– A gente precisa renovar.

Alguém de 60 anos ou mais pode ser papa, presidente da República, e não diretor de departamento? Idade é necessariamente fator de renovação? Conheço jovens de cabeça fechada. Homens e mulheres maduros sempre abertos a ideias novas. Empresas, porém, têm esta política: envelheceu, perdeu. Quando alguém dedicou 20, 30 anos da vida a uma grande corporação, vai fazer o quê? Inicialmente, o demitido procura novo trabalho. Com muita frequência, seu currículo é preterido por alguém mais jovem. Às vezes se propõe a ganhar menos, aceita até uma posição menor. Ainda tem de ouvir o argumento:

– Achamos que era um cargo pequeno para você, que não se adaptaria. Merece mais.

Ele ou ela agradece, ganhou um elogio. E sai desesperado, porque o dinheiro no banco está acabando, o condomínio do apartamento de luxo, antes fácil de pagar, agora se tornou altíssimo, os filhos reclamam que querem grana para sair com os amigos, comprar roupas. Muitas vezes, o demitido monta empresa própria. Um grande erro. Em geral, acostumado a uma grande corporação, não consegue se virar com sua pequena empresa, sem estrutura. O dinheiro escoa, porque também não consegue diminuir o padrão de vida. Já vi o antigo CEO de uma empresa da área elétrica transformado em motorista de táxi. Como outros, montara a própria empresa, perdera tudo. Nunca mais conseguiu trabalho. Conheci outro motorista de táxi, antigo gerente, de porte médio. Ao ser demitido, depois dos 40, foi rápido:

– Vi meus amigos procurando emprego e batendo com a cara na porta durante um tempão, gastando o Fundo de Garantia, a grana da demissão. Esperei três meses, não apareceu nada, comprei o táxi e parti para outra.

Dei dois exemplos, a doméstica e o executivo, porque isso acontece em todas as classes sociais. As pessoas se tornaram descartáveis. Muitas vezes, quando entram em crise, por doença, separação, problemas, enfim, sua produtividade cai. Dão uma resposta indevida, demonstram nervosismo. O empregador resolve que passou do “prazo de validade”. No momento em que mais precisam de apoio, perdem o emprego. É difícil.
O mais chocante é que também tenho ouvido a mesma expressão para definir sentimentos e relações. Um amigo explicou sua separação.

– Nosso casamento passou do prazo de validade.

Como é? Então o amor é como uma lata de ervilhas, que vem com data de vencimento na tampa? Amizade também? Há muito tempo, quando minha avó Rosa, tão querida, morreu, fui ao enterro. Fiquei até colocarem o último tijolo no túmulo. De noite, recebi alguns amigos em casa, bati papo, mas com um nó no estômago, vocês sabem como é. De repente um deles se saiu com esta:

– Hoje, você está insuportável.

Nunca me senti tão agredido. Levantei e pedi a todos para saírem.

– Estou insuportável porque minha avó morreu, e isso dói muito – disse. – É melhor ficar sozinho.

Pediram desculpas, mas insisti para nos vermos outro dia. Creio que estava chato, irritado, sem sorrisos. Saíram ofendidos. Hoje, certamente diriam que nosso “prazo de validade” tinha acabado. Mesmo porque ficamos muito distantes a partir de então. Se eu não estava bem para participar da alegria alheia, me tornara descartável.

Tratar funcionários, amigos, amores como se tivessem a durabilidade de um pedaço de bacalhau, no máximo, é uma crueldade incorporada à vida de boa parte das pessoas. Se você acha que as pessoas têm prazo de validade, só precisa se fazer uma pergunta. Como agirá quando alguém disser que chegou o seu?

Todos sob lona de circo...



O eleitor bolado

Dilma, Aécio e Campos, podem começar a treinar o “Lepo Lepo” – com dancinha sensual e tudo o mais

O eleitor brasileiro está bolado. Não sabe mais em quem quer votar. É bem mais fácil encontrar quem diga “tudo menos Dilma” ou “tudo menos Aécio”. Nesta eleição das eleições, o grande campeão antecipado parece ser o voto da rejeição. A maior batalha do eleitor consciente é contra o oportunismo e as ilusões do marketing. Se o Brasil quiser mais tempo para debater os temas incluídos naquelas três letrinhas mágicas, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o melhor candidato é o segundo turno.

Até agora, na ressaca da Copa e no recesso sem-vergonha do Congresso, o eleitor só sabe que todos os candidatos prometem mudar. E que a coerência morreu. A presidente petista Dilma Rousseff anuncia que terá comitê evangélico e esquece que um dia defendeu o direito das mulheres ao aborto. Promete subir em todos os palanques. Quer ressuscitar o perfil satírico da Dilma Bolada, criado por um publicitário no Facebook, com o dobro de seguidores do perfil oficial.

O candidato tucano Aécio Neves defende o programa Mais Médicos e qualquer outro projeto que o aproxime do povão. Eduardo Campos, do PSB, tem duas caras- metades que nunca deram liga: Marina e Alckmin. Todos os candidatos prometem transparência, eficiência e mudança.

Dilma, Aécio e Campos são contra “os ativistas”, uma denominação que generaliza e empobrece os protestos legítimos de 2013. Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, não tem estofo para ser heroína nem vilã. Errática, aloprada, ela não representa quem lotou as ruas e acordou o PT de sua letargia e de seu distanciamento dos jovens. Ninguém me convencerá de que a Sininho é líder de nada. A moça jamais sonharia com tamanho status. “Mentora de toda a quadrilha”, segundo a polícia? Dizer que essa moça, Sininho, ameaça a democracia é levantar demais a bola dela. Ativistas arrependidos ajudaram a polícia a “montar o organograma do comando do grupo”? Menos, gente. Daqui a pouco, alguém falará em guerrilha.

À saída da penitenciária de Bangu, os amigos protegeram uma Sininho pululante de fotos. Como? Agrediram jornalistas e quebraram câmeras de repórteres fotográficos. Um enredo de quinta categoria do início ao fim. Há muitas outras maneiras menos espetaculosas e mais sensatas de impedir atentados à ordem urbana do que distribuir golpes de cassetete em moças de jeans. Ou algemar um bando de “ativistas”. Era tão claro que eles receberiam o benefício do habeas corpus. Criar jovens mártires é uma atitude tão contraproducente e ingênua quanto pedir asilo no consulado do Uruguai. Uma bobagem só, que não merece manchete.

O novo eleitor, bolado com a repressão, a recessão e a violência, lê então na imprensa que os candidatos estão empenhados em atrair o voto da juventude. Dilma é a mais empenhada porque é na rapaziada que ela enfrenta a maior rejeição. Uma pesquisa do Datafolha mostrou que 45% dos jovens entre 16 e 24 anos dizem que não votariam em Dilma em hipótese alguma no primeiro turno. Segundo a mesma pesquisa, num eventual segundo turno, 46% dos eleitores de 16 a 24 anos votariam em Aécio, e 39% em Dilma.

Por que a estrela vermelha não cativa mais os jovens? Porque eles se sentem traídos por um partido que se dizia de esquerda, prometia lisura e ética e acabou aliado a José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor e companhia. Se os jovens querem mudar “tudo isso que está aí”, como votar na continuidade do único governo que conhecem e que há 12 anos se mantém no poder? Eles eram crianças, tinham entre 4 e 12 anos, quando Lula foi eleito pela primeira vez. Para tirar proveito dessa fraqueza de Dilma, Aécio tem o apoio de um poderoso porta-voz. José Júnior, fundador e coordenador do AfroReggae, líder de projetos de inclusão entre a moçada da periferia, conversará com os jovens em nome dele.

Mais que o jovem, o eleitor cortejado é o povão, que não quer só eletrodoméstico, mas comida, educação, saúde e emprego. O perfil do eleitor bolado está no maior hit da Copa, o “Lepo Lepo”. Atenção, candidatos, decorem:

Ah, eu já não sei o que fazer/
Duro, pé-rapado e com o salário atrasado/
Ah, eu não tenho mais pra onde correr/
Já fui despejado, o banco levou o meu carro/
Eu não tenho carro, não tenho teto/
E se ficar comigo é porque gosta/
Do meu rá rá rá rá rá rá rá o lepo lepo/
É tão gostoso quando eu rá rá rá rá rá rá rá o lepo lepo.

O cantor, Márcio Victor, diz que o “Lepo Lepo” é “a música do povo, é o que o povo quer ouvir”. Dilma, Aécio e Campos, comecem a treinar o “Lepo Lepo”, com o gestual sensual e tudo o mais. Se perguntarem em algum debate televisivo, o ritmo é o arrochanejo. Mistura de arrocha com sertanejo, pagode e axé. A cara do Brasil.


Quadrilha de desordeiros...

Dentro da lei
TEMA EM DISCUSSÃO: A prisão de black blocs

As grandes manifestações de junho do ano passado foram um recado da sociedade ao poder público e, particularmente, a determinados setores da classe política identificados com a corrupção, os desmandos e toda uma série de comportamentos incompatíveis com o que se espera daqueles a quem se delega a missão da representação. Foram protestos legítimos, avalizados por uma Constituição que assegura a liberdade de expressão. Mas, quando saíram — por força da ação de uma minoria ultrarradical — do terreno da expressão pacífica de descontentamento para a seara da violência, as passeatas, que sintomaticamente refluíram, perderam a representatividade e a legitimidade. Ficaram restritas a condenáveis ações de vandalismo.

Desde então, grupos minúsculos, sem expressão no jogo da democracia brasileira, têm tentado a todo custo se manter nas ruas, sob os mais diversos pretextos. Pela visibilidade do evento, era previsível que a Copa do Mundo seria o mote para nova série de investidas dessas minorias incompatíveis com o estado democrático de direito, o que de fato ocorreu.

Graves em si, pelas demostrações de selvageria, os violentos protestos dos black blocs já haviam ultrapassado os limites constitucionais quando, em fevereiro, um rojão disparado por dois militantes matou o cinegrafista Santiago Andrade. E estavam prestes a radicalizar mais ainda, sabe-se lá até que ponto, quando, no desdobramento de investigações policiais, descobriu-se que tais grupos preparavam uma série de atentados durante o Mundial. Na véspera do jogo final, a Justiça, preventivamente, decretou a prisão de envolvidos nos sinistros planos.

A Justiça agiu rigorosamente dentro do protocolo constitucional, para preservar a sociedade do risco de ser atingida por um surto de violência. Todo o rito foi seguido até que se tenha decidido pela prisão dos suspeitos: as investigações, inclusive com gravações de diálogos incriminadores amparadas por autorização judicial, ampararam um inquérito policial, peça essencial para o Ministério Público pedir a detenção dos militantes, aceita pelo juiz responsável. Tudo em obediência aos ritos da Justiça — inclusive a decisão do desembargador que mandou soltar os presos.

A democracia permite até que se conspire contra o regime, mas nela há pesos e contrapesos, anticorpos que precisam ser acionados para salvaguardar a sociedade e o próprio regime. Os presos, acusados de estarem envolvidos em ações preparatória de terrorismo, ultrapassaram a fronteira do que a Constituição aceita como direito à manifestação.

A História recente oferece exemplos, em todo o mundo, de países que, democráticos, tiveram de agir duramente para repelir ações de violência política (as Brigadas Vermelhas na Itália, o grupo Baader-Meinhoff na Alemanha, o ETA na Espanha etc.). Todos foram combatidos com os instrumentos da lei. Derrotados, fortaleceu-se o estado de direito. É o que se espera que o Brasil siga, combatendo com rigor as tentativas de emparedamento das instituições pela violência.

Mais uma etapa superada...