sábado, 31 de agosto de 2013

Em busca de diproma...

As faculdades brasileiras estão na UTI

O Brasil tem mais cursos de medicina que os Estados Unidos. Com problemas de gestão, equipamento e professores, eles falham na formação dos nossos médicos.

Durante dois anos e meio, a mineira Izabela Carvalhal, de 22 anos, frequentou um cursinho pré-vestibular para garantir uma vaga no curso de medicina da Universidade Gama Filho, então uma das mais conceituadas instituições privadas de ensino no Rio de Janeiro. Aprovada no vestibular de julho de 2011, Izabela fez as malas e desembarcou no campus do bairro de Piedade, onde a Gama Filho forma médicos desde 1965. Na manhã da última quinta-feira, Izabela assistia a uma aula de cardiologia de forma improvisada, no pátio da universidade. A derrocada do sonho de Izabela começou no final de 2011, quando o grupo Galileo Educacional assumiu a administração da Gama Filho. Com a promessa de reerguer uma universidade endividada, os novos gestores demitiram 600 funcionários e aumentaram o valor das mensalidades – a de medicina subiu de R$ 2.700 para R$ 3.500 mensais.

O efeito das medidas foi desastroso. Cresceram a inadimplência e a evasão de alunos.  Professores e funcionários entraram em greve por atraso nos salários. 

No início de agosto, os alunos encontraram um aviso no portão: a Gama Filho estava fechada e as provas adiadas. O Ministério da Educação suspendeu os vestibulares. Desde então, 30 estudantes ocupam a sala da reitoria. Izabela não sabe se conseguirá o diploma. Nem ela nem nenhum dos cerca de 2.100 alunos do curso.

Por 40 anos, os alunos da Gama Filho tiveram aulas práticas na Santa Casa do Rio de Janeiro, hospital com mais de 500 leitos. No final de 2011, a direção da universidade demitiu 140 professores que também eram médicos do hospital. Seria o fim do ensino prático, se 40 professores não tivessem decidido trabalhar de graça para socorrer os alunos. 

A Gama Filho ofereceu como alternativa um pequeno hospital de 40 leitos, na Barra da Tijuca. Havia mais alunos de medicina que pacientes, e o projeto foi abandonado. Hoje, os alunos têm aulas práticas no hospital municipal de Piedade. “Nessa crise, por dó, a prefeitura ainda deixa os alunos estudar no hospital”, diz a estudante Fernanda Lopes Moreira. 

Até 2010, antes da crise, o curso de medicina da Gama Filho tinha nota 3, numa escala que vai de 1 a 5, no Conceito Preliminar de Curso (CPC) do Ministério da Educação. Chegou a ser um dos mais concorridos entre as faculdades privadas do Rio. Se fosse realizada uma nova avaliação neste ano, o conceito da Gama Filho certamente despencaria. A direção da faculdade diz que resolverá os problemas de caixa até setembro, quando pretende retomar as aulas.

O caso da Gama Filho é um exemplo extremo e dramático dos problemas sérios que envolvem a formação dos médicos no Brasil. Nas últimas semanas, o país debate a chegada de profissionais estrangeiros, a maioria cubanos, para trabalhar em locais distantes, onde não há profissionais. 

A solução, já adotada pelo Brasil no passado e por países como o Canadá, pode resolver um problema emergencial de falta de profissionais. Mas escamoteia um problema maior, estrutural, que se reflete na saúde pública nacional: a qualidade da formação dos médicos. 

“O país não tem uma formação sólida na graduação médica”, afirma Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Cada vez mais, as escolas não formam adequadamente”, afirma Florentino Cardozo, da Associação Brasileira de Médicos (AMB). “Os médicos mais novos dominam muito conteúdo, mas de maneira trivial. Têm dificuldades em se aprofundar.”

Este é o Brasil de todos...

Homem que deveria ter sido solto em 1989, continua preso em hospital psiquiátrico (Foto: Juiz Paulo Irion/Aquivo pessoal) (Foto: Juiz Paulo Irion/CNJ)
Mutirão carcerário descobre preso no CE que devia estar solto desde 1989

Homem foi preso na década de 60 e recebeu alvará de soltura em 1989.

Com cerca de 80 anos, ele pode ser o detento mais antigo do país, diz juiz.

Um homem de aproximadamente 80 anos está preso irregularmente no Ceará. Ele foi preso na década de 1960, recebeu alvará de soltura em 1989, após ter a pena extinta pela Justiça, embora permaneça em uma unidade prisional, o Instituto Psiquiátrico Governador Stenio Gomes (IPGSG), em Itaitinga, na Grande Fortaleza (RMF). O homem foi identificado durante o Mutirão Carcerário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza no Ceará desde 7 de agosto.

“Acho que este ser humano, em uma cadeira de rodas, usando fraldas, deve ser o preso mais antigo do Brasil, pois a informação é de que ingressou no sistema prisional na década de 60 do século passado”, afirmou o juiz Paulo Augusto Irion, um dos coordenadores do Mutirão Carcerário do CNJ. Segundo ele, outras cinco pessoas estão na mesma situação.

A CNJ faz o mutirão iniciou em Fortaleza em 7 de agosto com o objetivo de avaliar as condições de encarceramento no estado e verificar se há prisões ilegais. A iniciativa é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O nome, idade e motivo pelo qual o detento foi preso não foram revelados. A CNJ afirma que vai procurar regularizar a situação dele.


Outros casos
“Nesse instituto, me deparei com seis pessoas internadas que já tiveram declaradas extintas as suas punibilidades, porém permanecem recolhidas devido ao abandono dos familiares, acrescido ainda ao fato da ausência de uma instituição hospitalar própria para abrigá-los. Essas pessoas não mais poderiam permanecer no local, entre as que estão internadas em decorrência da intervenção do Direito Penal. A situação dessas pessoas é meramente de saúde, não mais de Direito Penal”, criticou o magistrado.

O juiz disse ainda que o Instituto Psiquiátrico funciona em um prédio antigo, que precisa de “urgentíssimas reformas estruturais”, como muitas unidades do sistema carcerário do Ceará, inspecionadas pelo mutirão. 

As inspeções de unidades prisionais em todo o estado seguirão até o dia 6 de setembro, com o reexame de cerca de 18,6 mil processos de presos condenados e provisórios. O objetivo é avaliar as condições de encarceramento e garantir o atendimento aos direitos dos detentos.

Essa será a terceira vez que o Ceará recebe o Mutirão Carcerário. A primeira aconteceu em 2009 e a segunda em 2011. Na última visita, foram examinados 6.500 processos e cerca de 1.200 presos foram soltos. Segundo dados da Secretaria de Justiça do Estado, existem no Ceará, 19.665 presos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Só rindo...




Refletir...

“Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo apenas de ficar parado.” (Provérbio Chinês)

http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/5/

Língua afiada...

PEGADINHA GRAMATICAL
Figuras de palavra ou semânticas
Figuras de palavra ou semânticas representam os recursos estilísticos dos quais o emissor se utiliza, materializados pelo emprego de uma palavra pela outra.
   
Figuras de palavra ou figuras semânticas se caracterizam pelo emprego de uma palavra pela outra, por haver nelas uma relação de semelhança.
  
Por ora falaremos um pouco mais sobre as figuras de palavra. Dessa forma, por que não contemplarmos alguns fragmentos de um conhecido poema de Mário Quintana, abaixo descrito?

Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
[...]
                                   Mário Quintana

Surge a pergunta: que relação existe entre os pássaros e os poemas? É justamente na tentativa de esclarecer tal questão que se encontra a razão de as figuras de palavras existirem. Sim, pois elas representam os recursos estilísticos utilizados pelo emissor, os quais consistem no emprego de um termo diferente daquele tido como convencional (materializado por uma espécie de substituição), a fim de conferir uma maior expressividade junto à mensagem por ele retratada. Assim, resta-nos concluir que os pássaros, munidos de toda sua liberdade de atingir grandes alturas, indo um pouco mais além, assemelham-se à capacidade imaginativa, ao poder de criação do próprio poeta frente ao trabalho que realiza com a linguagem.

Assim sendo, passemos a estabelecer familiaridade com os principais casos que integram as chamadas figuras de palavra ou figuras semânticas, assim subdivididas:

Metáfora

A título de melhor compreendermos as características inerentes a esta figura, observemos as palavras de Mattoso Câmara, assim expressas:

“Não há, aparentemente, uma relação real entre as duas palavras, isto é, não se fundamenta numa relação objetiva, mas sim, numa relação toda subjetiva [...]”.

O referido autor apenas confirma o que antes dissemos, ou seja, a metáfora se define pelo emprego de uma palavra por outra, em virtude de haver entre elas (mesmo não sendo real) certa semelhança. Assim, podemos perfeitamente aproveitar as palavras de Quintana para exemplificá-la, ou seja:

“Os poemas são pássaros que chegam”...

Comparação

Podemos afirmar que a comparação apenas se distingue da metáfora pelo fato de nela haver conectivos comparativos de forma explícita, retratados por “assim como, tal qual, tal como, que nem, feito”, bem como por alguns verbos, como é o caso de “parecer, assemelhar-se”, entre outros. Vejamos:

“Cabelos tão escuros como a asa da graúna”. (José de Alencar)

Metonímia

Figura que se caracteriza pela substituição de uma palavra por outra, em virtude de haver entre elas algum grau de semelhança, proximidade de sentido ou implicação mútua. Assim, tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, podendo se manifestar de distintos modos, entre eles:

a)  a causa pelo efeito:

Vivemos do nosso trabalho. (do produto do trabalho, fazendo referência ao alimento)

b) o efeito pela causa:

O poeta bebeu a morte. (referindo-se ao veneno)

c) o instrumento pela pessoa que o utiliza:

Aquele garoto é um bom garfo (comilão, guloso)

d) o autor pela obra:

Minha paixão é ler Castro Alves. (a obra de Castro Alves)

e) o continente pelo conteúdo:

Tomamos dois copos de suco. (o conteúdo que continha no recipiente)

f) o concreto pelo abstrato:

A verdade sempre vencerá. (os que dizem a verdade)

g) o inventor pelo invento:

Einstein possibilitou a teoria da relatividade. (a invenção de Einstein)

h) a parte pelo todo:

O bonde passa cheio de pernas...(Drummond)

i) a marca pelo produto:

Só tomamos Bohemia (a cerveja da marca Bohemia)

j) singular pelo plural:

Os direitos da mulher devem ser respeitados. (os direitos de todas as mulheres)

l) o material pelo objeto

O soar dos bronzes anuncia a procissão. (os sinos)

m) o nome próprio pelo nome comum (o indivíduo pela espécie):

Ele se revelou como um judas. (traidor)

Catacrese

Trata-se de uma figura que em virtude de seu contínuo se tornou cristalizada, perdendo assim seu caráter estilístico. É como afirma Othon M. Garcia "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. Dessa forma, afirmamos que o uso da catacrese se dá pela falta de não haver um termo específico para designar um conceito, tomando-se outro emprestado”. Para exemplificar, eis alguns fragmentos do poema de José Paulo Paes:

Inutilidades

“Ninguém coça as costas da cadeira.
Ninguém chupa a manga da camisa.
O piano jamais abandona a cauda.
Tem asa, porém não voa, a xícara.
De que serve o pé da mesa se não anda?
E a boca da calça, se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa.
O dente de alho não morde coisa alguma.
Ah! Se trotassem os cavalos do motor…
Ah! Se fosse de circo o macaco do carro…
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver”.

Sinestesia

Caracteriza-se por mesclar em uma mesma expressão as sensações percebidas pelos diferentes órgãos do sentido. Exemplificando, observemos alguns fragmentos extraídos de uma criação simbolista:

Cristais
[...]

Como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas
Em lânguida espiral que iluminava,
Brancas sonoridades de cascatas...
Tanta harmonia melancolizava.
[...] (grifos nossos)
                                     Cruz e Souza

Antonomásia

Define-se pela expressão que designa um ser por meio de uma qualidade ou atributo, e até mesmo por meio de um fato que o tornou célebre. Assim, constatemos alguns casos:

O Rei do futebol. (Pelé)
O Mestre dos Mestres (Jesus)
O Poeta da Vila (Noel Rosa)
http://www.brasilescola.com/gramatica/figuras-palavra-ou-semanticas.htm

História...

Descoberta da causa da morte de Tutankamon
Tutankamon morreu de malaria e de infecção óssea.
 mascara mortuaria de tutankamon.jpg

Após 2 anos de estudo pesquisadores descobriram que o mais famoso faraó do Egito antigo, Tutankamon, morreu de malária e infecção óssea.
rosto de tutankamon mumificado.jpg
Rosto de Tutankamon mumificado

O estudo realizado entre setembro de 2007 e outubro de 2009  tinha inicialmente por objetivo determinar os vínculos de parentesco e de sangue, e também a existência de características patológicas hereditárias entre Tutankamon e as outras 10 múmias analisadas, sendo estas, aparentemente  membros da família real da XVIII dinastia, explica Zahi Hawass, membro do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, responsável pelas antiguidades egípcias no museu do Cairo e principal autor do estudo.

 Ao utilizarem vários métodos científicos como tomografias e análises do DNA da múmia do faraó, encontrada em 1922, na realização deste estudo, os pesquisadores chegaram a conclusão que o jovem e lendário faraó Tutankamon, que morreu de forma misteriosa aos 19 anos de idade e  há mais de três mil anos, tinha a saúde frágil e uma rara doença que enfraquecia os ossos, o estudo revelou ainda que dias antes de morrer o faraó sofreu uma queda e fraturou a perna esquerda.

"Estes resultados permitem pensar que uma circulação sanguínea insuficiente dos tecidos ósseos, que debilitou e destruiu parte da ossatura, combinada com malária, foi a causa mais provável da morte de Tutankamon", explica Zahi Hawass, com trabalhos divulgados no jornal da Associação Médica americana (Jama) na edição de 17 de fevereiro.

A partir dos exames realizados foi revelado que a família de Tutankamon  possuía uma série de más-formações, como a doença de Köhler que destrói as células ósseas e, também a presença de genes vinculados ao parasita Plasmodium falciparum, responsável pela malária em quantro múmias estudadas, entre elas a de Tutankamon.

No meio científico o estudo parece abrir as portas a um novo enfoque de investigação em paleogenômica do período faraônico e genealogia molecular.

Viva a sabedoria...

Filosofia da Linguagem em Platão
Que relação há entre os nomes que proferimos e os seres que entendemos por intermédio destes?

A despeito daqueles que dizem que não há propriamente uma filosofia da linguagem em Platão é preciso entender o que se chama Filosofia.

Para Platão, Filosofia é e sempre será a busca de um saber e não meramente um certo saber que se condensa numa doutrina fixa e imutável. Sendo assim, é possível falar de uma Filosofia da linguagem em Platão, ainda que se trate de saber, neste autor, como foram criados os nomes.

O que significa falar? O que falar quer dizer? Que relação há entre os nomes que proferimos e os seres que entendemos por intermédio destes? No diálogo “Crátilo”, Platão levanta a questão sobre a constituição, função e uso dos nomes, verificando a possibilidade de certa correção. Os nomes são puro efeito de acordo e convenção ou há uma forma natural, e por isso correta, de denominar as coisas com acerto?

Segundo a versão convencionalista, os nomes são criações do arbítrio humano. Assim, cada pessoa pode denominar as coisas como bem lhe convier, não havendo uma relação necessária entre nome e ser (seja uma coisa, objeto ou ação). Esta posição nos leva a um extremo relativismo, pois se os nomes são usados para nos instruir, distinguindo as coisas e informando-nos uns aos outros, a comunicação e o entendimento tornam-se impossíveis. No entanto, é possível se pensar que para cada ser ou ação há um instrumento adequado. Por exemplo, para se cortar algo, não fazemos com o que nos convém, mas com o modo natural de fazê-lo e com o instrumento adequado para cortar. Assim também ocorre com o furar, com o queimar, etc. Sempre se faz segundo imperativos naturais e não de acordo com a fantasia de cada um. Desse modo, falar, que também é uma ação, deveria ser segundo a forma natural e o instrumento adequado para tal.

O instrumento do falar é o nome. Porém, nem todo mundo fala corretamente. Senão, não haveria o falar falso. O nome, pois, possui um modo de ser, de representar o objeto, caracterizando seu valor de verdade ou falsidade. Assim também o discurso, que é composto de nome, depende da aplicação de nomes verdadeiros para ser um discurso verdadeiro, ou do uso de nomes falsos, para ser falso. Mas é possível se fazer nomes falsos? O que seria isso? Como mostrar que é possível se falar falso?

Para fugir dessa forma de relativismo, Platão entende que os nomes na verdade correspondem às coisas, pois são uma espécie de imitação dos seres. No entanto, como toda imitação, ou seja, não sendo uma cópia perfeita (o que implicaria em ser duas coisas e não um modelo e uma cópia) deve basear-se nos caracteres ou qualidades essenciais a serem imitadas, sem as quais o nome tornar-se-ia imperfeito. O modo natural de fazer os nomes, portanto, deve levar em conta o conhecimento do modelo, isto é, do ser, para se fazer a imitação. Essa constituição é feita pela lei ou pelo legislador (nomoteta) que é acompanhado pelo dialético (aquele que sabe perguntar e também responder), assegurando, assim, não uma perfeita constituição do nome, mas uma imitação que aproxime ao máximo e melhor para a compreensão da realidade.

Dessa forma, nem convencionalismo, nem naturalismo. O homem deve conhecer primeiro os seres (ontologia) para depois dar nomes a eles. Parece controverso, mas confiar nos nomes para conhecer os seres pode nos levar a enganos e ilusões, já que a imitação não é sempre perfeita. Nem também se deve deixar de fazer a imitação, já que parece ser o único modo de construir dialeticamente a realidade. O dialético busca a convenção assente.
http://www.brasilescola.com/filosofia/filosofia-linguagem-platao.htm

Mais uma etapa superada...