Os
10 maiores revolucionários de todos os tempos
Especialistas elegem os homens que
mudaram os rumos da humanidade: ofereceram novos modelos para a humanidade em
dez campos do conhecimento
Algumas pessoas vêm ao mundo para
tirar tudo do lugar. Gente como Albert Einstein, que deitou por terra tudo o
que era tido pela base mais sólida da ciência por quase 200 anos – e que, sem
querer, mudou a geopolítica mundial.
Ou Ernesto Che Guevara, o argentino que
falou nas Nações Unidas apontando o dedo aos Estados Unidos, um Davi
latino-americano enfrentando o Golias que faz sombra a todo o continente.
Alguns deixam em seu rastro a beleza e a precisão: Leonardo da Vinci, um dos
maiores gênios da História, e não apenas nas artes, que aplicou a ciência à
pintura para fazer do quadro uma janela cristalina, por vezes mais real que a
realidade. Outros são adeptos da destruição: Napoleão Bonaparte, que empurrou
com canhões as reformas do liberalismo exaltado da Revolução Francesa,
princípios os quais ele próprio havia traído.
AVENTURAS NA HISTÓRIA pediu ajuda a
um time de mais de 50 especialistas para escolher os maiores revolucionários de
todos os tempos, em suas áreas de atuação. Surgiram surpresas, como Alberto
Santos Dumont. O brasileiro tido por muitos como “o pai da aviação” foi eleito
na categoria inventor. Outros nomes gigantescos, antes escolhidos por
historiadores, voltam a estas páginas, porque são inevitáveis: Jesus Cristo e o
próprio Einstein, para ficar em dois exemplos. Nas páginas a seguir, aqueles
que mudaram o mundo – ou, ao menos, a parte dele ao qual se dedicaram –
decisivamente.
JESUS CRISTO | Religião
A opção pela paz e pelos pobres era
subversiva
O QUE FEZ
Quem: Jesus de Nazaré
Nascimento: cerca de 7-4 a.C.,
Judeia, província do Império Romano
Morte: cerca de 30-36, Judeia
O que revolucionou: a religião,
fundando uma nova vertente do monoteísmo, baseada no culto ao amor; a forma de
pensar ocidental, dando início a tendências igualitárias e pacifistas – e toda
a civilização ocidental, quando a nova religião foi universalizada
Não faltavam candidatos a
revolucionário na Judeia do século 1. A palavra “messias” tinha um sentido
diferente da conotação mística que os cristãos aprenderam a associar a ela. O
messias seria quem, por métodos certamente violentos, expulsaria os romanos e
restituiria a independência a Israel. Nesse sentido, Jesus não podia ser
contado entre eles. Toda a tragédia de origem do cristianismo depende do fato
de Jesus não ser revolucionário, mas um inocente condenado à morte na cruz.
Jesus nasceu num mundo dominado por
uma potência escravocrata, guiada por ideias de glória expansionista. Na
Judeia, onde se cultuava o Deus único, predominavam os sentimentos de profundo
rancor e vingança contra os romanos, e o ódio fratricida aos judeus que se aproximavam
dos dominadores.
Foi nesse contexto que surgiu aquele homem dizendo aos judeus
que deveriam oferecer a outra face quando agredidos por um centurião. Ou para
“dar a César o que é de César”. Ou “meu reino não é deste mundo” – o prometido
messias não vinha trazer mudança política. Era uma mensagem de paz radical, e
subversiva aos valores da época, tanto dos judeus quanto dos romanos. Também
era um profeta dos pobres, que afirmou que é mais fácil passar um camelo pelo
fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.
Não há registro de Jesus enquanto
viveu. Ainda hoje, as fontes sobre sua vida são os Evangelhos. Então não se
sabe se foi morto porque alguém percebeu o potencial subversivo de suas
palavras. O fato é que, após sua morte, a religião foi perseguida e manteve-se
nas camadas mais baixas da população, seguida por escravos e soldados de baixa
patente, por quase três séculos.
Até que, no que é considerado um milagre pela
Igreja Católica, o imperador Constantino se converteu, em 312, durante uma
batalha. Em uma geração, o cristianismo saltou de minoria perseguida para
maioria, e logo seria transformado em perseguidor.
Mesmo com o cristianismo
“oficializado”, o espírito subversivo se manteve latente. A abolição da
escravidão, a liberação feminina, a assistência aos necessitados, o voto
universal: ideias alienígenas ao pensamento da Antiguidade Clássica.
E que, de
certa forma, podem ter sua certidão de nascimento atestada na Judeia do século
1, com um humilde profeta que tratava prostitutas e leprosos da mesma forma que
seus mais fiéis discípulos.
O escritor Frei Betto nota essa
contradição. Afirma que seu voto em Jesus foi “não por ter fundado uma
religião, e sim por ter proposto um modelo civilizatório baseado na relação
amorosa e na partilha dos bens”.
SANTOS DUMONT | Invenção
Figura central no nascimento da
aviação
O QUE FEZ
Quem: Alberto Santos Dumont
Nascimento: 1873, Palmira
Morte: 1932, Guarujá
O que revolucionou: pioneiro da
aviação e do copyleft. Criou o primeiro avião produzido em série, e que deu
início à carreira de diversos aviadores. Com isso, a aviação na Europa tem mais
a ver com ele e menos com os irmãos Wright
Numa lista com Alexander Graham Bell,
James Watt e Thomas Edison, pode parecer patriotada que a eleição para o maior
revolucionário entre os inventores tenha escolhido o mineiro Alberto Santos
Dumont. Vale lembrar que Dumont personifica a imagem ideal que o Brasil quer
para si: um país civilizado, que oferece contribuições cruciais para o mundo,
com extrema generosidade.
O artista plástico Guto Lacaz
menciona Dumont como aquele que “conquistou o voo controlado com os mais leves
e com os mais pesados que o ar”. E o engenheiro Luiz Rocha fala dele como o
“inventor do melhor meio de transporte do mundo, o avião”. Dumont, no Brasil,
simplesmente “inventou o avião”. Sem fugir da polêmica, a história é um pouco
mais complicada que isso. A relevância do brasileiro não está na primazia. Ele
não foi o primeiro a apresentar um avião funcional, o que é a razão por que os
norte-americanos irmãos Wright são considerados os inventores no resto do
mundo.
Em agosto de 1908, os Wright se
apresentaram em Le Mans, na França. Os franceses ficaram boquiabertos. O Flyer
era o primeiro avião prático do mundo, capaz de voo controlado, dando voltas,
subindo e descendo. Não era um protótipo que andava em linha reta, a distância
era medida em quilômetros, não metros, e o voo em minutos, até horas, não
segundos. O avião já era uma realidade.
A razão do segredo dos
norte-americanos é o medo que tinham que alguém roubasse seu invento. Eles
haviam passado dois anos sem voar para assegurar suas patentes. Tudo no Flyer
era patenteado. A ideia era ter o monopólio da indústria de aviação. Quem
quisesse um avião, teria de comprar deles.
E aí que entra a contribuição de
Dumont – e a sua generosidade. Ele, que não foi ver as apresentações dos irmãos
Wright, continuou a trabalhar no Demoiselle, que se tornaria o segundo avião
funcional, mais rápido que o Flyer, e primeiro a ser produzido em série.
Diferente do modelo norte-americano, tudo no Demoiselle era aberto – o inventor
brasileiro não apenas não patenteava nada, mas incentivava as pessoas a
copiarem livremente.
Mais de cem deles foram produzidos, e neles pioneiros da
aviação, como o francês Roland Garros, fizeram seus primeiros voos. Certos
conceitos do Demoiselle, como o trem de pouso em triciclo e a “cauda”, os
controles aerodinâmicos em posição traseira, se tornariam universais.
ALEXANDER FLEMING | Medicina
Os antibióticos mudaram a medicina e
a vida
O QUE FEZ
Quem: Alexander Fleming
Nascimento: 1881, Darvel, Escócia
Morte: 1955, Londres, Inglaterra
O que revolucionou: a medicina, ao
criar o primeiro antibiótico, tornando possível tratar doenças bacterianas que
antes não tinham cura. E, indiretamente, os costumes, pois várias dessas
doenças são sexualmente transmissíveis e deixaram de assustar.
A revolução de Alexander Fleming é a
que mais afeta o dia a dia de todo mundo. Fleming é o pai dos antibióticos,
remédios capazes de destruir bactérias e que salvaram um número incontável de
vidas.
Boa parte delas de crianças, particularmente suscetíveis a doenças
bacterianas. Até os anos 40, mesmo os países ricos tinham altas taxas de
mortalidade infantil, com uma em cada 20 pessoas não chegando à idade adulta.
Fleming tornou-se um revolucionário
por acidente. “A sorte desempenhou um grande papel na vida de Fleming”, afirma
Kevin Brown, historiador e arquivista do Museu do Laboratório Alexander
Fleming, em Londres.
Em 1928, o biólogo escocês, já beirando os 50 anos,
estudava uma cultura de estafilococos, bactérias geralmente inofensivas, em seu
bagunçado laboratório no Hospital St. Mary, parte da Universidade de Londres.
Era, de acordo com Brown, um cientista do século 19 em pleno século 20,
trabalhando sozinho e livre para estudar como quisesse: “Seu laboratório era
extremamente primitivo”. Em vez de arrumar tudo para evitar contaminações,
Fleming empilhava as placas numa bancada em um canto do laboratório, e notou
que uma delas apareceu mofada. “Engraçado”, comentou. Em vez de jogar fora o
exemplo contaminado, como se faria em um laboratório profissional, resolveu
estudá-lo mais atentamente. Notou que o mofo estava matando as bactérias.
O mofo era o Penicillium chrysogenum,
que aparece em comida estragada. É parente de fungos usados há séculos para
fazer salames e queijos azuis – a ação bactericida também serve para preservar
comida. Fleming descobriu que o truque funcionava com bactérias perigosas,
isolou a substância com que o fungo estava liquidando os microrganismos e a
chamou de penicilina. Mas não acreditou que ela pudesse ter utilidade prática,
porque não pensou como poderia ser criada em nível industrial.
Foi apenas no início dos anos 1940,
com o trabalho de outros cientistas – em laboratórios organizados –, que a
droga tornou-se viável. Sua estreia foi na Segunda Guerra, quando salvou a vida
de soldados e civis atingidos por armas inimigas, que poderiam ter sucumbido a
infecções. Desde o surgimento dos antibióticos, vários horrores que assombraram
a humanidade ficaram para os livros de História.
Lepra e tuberculose, cujo
“tratamento” era isolar o paciente em sanatórios, passaram a ter cura.
Pneumonia deixou de ser o caminho do hospital ao necrotério. Coqueluche,
difteria e meningite pararam de matar crianças. E doenças sexualmente
transmissíveis, como gonorreia, sífilis e cancro, passaram a ser assunto de
piada em mesas de bar.
PLATÃO I Filosofia
Ao ignorar o mestre, Platão fundou a
filosofia
O QUE FEZ
Quem: Platão
Nascimento: 428 a.C., Atenas
Morte: 347 a.C., Atenas
O que revolucionou: a filosofia, ao
decidir registrar os diálogos de Sócrates; a educação, ao criar a primeira
instituição de ensino superior do mundo; e a política, ao propor um modelo de
sociedade ideal, imaginada por um filósofo
Platão é um dos primeiros e maiores
gigantes da filosofia. Discutiu sobre um pouco de tudo, inclusive amor – que
ele preferia homossexual, mas não físico, de onde vem o “amor platônico”. Em
filosofia, platonismo acabou relacionado a certo tipo de idealismo místico,
fundado na noção que ideias existem de forma pura, independentemente das
pessoas que as pensem. Uma ideia que soa exótica, mas que seduziu inúmeros
filósofos. “Ao longo dos séculos, as ideias de Platão e Aristóteles puxaram e
arrastaram a civilização ocidental em diferentes direções”, afirma o
historiador Arthur L. Herman, em The Cave and The Light, Plato Versus
Aristotle.
Platão é possivelmente a maior razão
porque a filosofia em si sobreviveu. Seu mestre, Sócrates, pode ter sido o
fundador. Mas, se dependesse só dele, tudo poderia ter acabado como um boato
vago contado em Atenas por uma ou duas gerações, de um velhinho maluco que
irritava as pessoas com sua conversa esquisita e acabou forçado a tomar cicuta.
Sócrates, afinal, não deixou nada escrito, e era contra a ideia. Ele via a
filosofia como um diálogo vivo entre duas pessoas.
Quando Platão resolveu escrever
justamente esses diálogos – que nunca vamos saber até que ponto são fiéis ao
que ele realmente ouviu, se ouviu e se Sócrates realmente existiu – transformou
a arte de um artista solitário em disciplina acadêmica. A palavra, aliás, vem
de uma segunda revolução de Platão, e a outra forma como ele manteve viva a
filosofia. A Academia, fundada por ele em 387 a.C., foi a primeira instituição
de ensino superior do mundo. Até então, ninguém havia imaginado que o homem precisasse
continuar a aprender depois da infância.
O platonismo é relacionado ao culto
às ideias abstratas, mas isso não quer dizer que Platão ficava olhando nuvens.
Ao contrário, tinha muito o que dizer sobre a vida. Ele é o autor de República,
o primeiro tratado de filosofia política e proposta de sociedade ideal
imaginada por um filósofo. Na utopia platônica, não haveria propriedade
privada, a educação seria uniformizada pelo Estado, as classes sociais seriam
rígidas, o treinamento militar, severo, e poesia e ficção, banidas. Essa
sociedade totalitária seria regida por reis-filósofos.
Se a ideia “perfeita” pode soar
alienígena hoje em dia, a inspiração de Platão estava logo ali, ao sul de
Atenas. Era Esparta, onde a educação e classes sociais eram rigidamente
controladas, a arte era pouca e o dinheiro, malvisto. “A cidade era a antítese
da anarquia democrática de Atenas, e a educação organizada dos jovens acabava
encantando os filósofos”, afirma o historiador britânico Paul Cartledge, da
Universidade de Cambridge.
NAPOLEÃO BONAPARTE | Militar
O nascimento do exército moderno
O QUE FEZ
Quem: Napoleão Bonaparte
Nascimento: 1769, Ajaccio, Córsega
Morte: 1821, Ilha de Santa Helena
O que revolucionou: a estratégia
militar, ao fazer uso massivo de infantaria e artilharia em manobras conjuntas
e móveis, com um Exército ideologicamente motivado; a Europa inteira, ao
exportar parte dos ideais da Revolução Francesa.
Ao legendário Arthur Wesley, o Duque
de Wellington, foi perguntado quem era o maior general de todos os tempos. Sua
resposta: “Nesta era, na era passada, em qualquer era, Napoleão”. Wellington
foi o general que derrotou o francês em Waterloo. Napoleão herdou e corrompeu –
ou salvou, dependendo para quem se perguntar – uma revolução que não era sua.
Ele acabou com a República Francesa, para exportar seus ideais à força, pelas
botas de seus soldados, no que custaria a vida de até 6 milhões de europeus.
“Napoleão não foi o pai do caos. Era o herdeiro do caos, tanto em casa quanto
no exterior”, afirmou o falecido historiador militar Robert B. Asprey em The
Rise of Napoleon Bonaparte (sem tradução).
Logo após a monarquia ser dissolvida,
em 1792, a recém-criada República Francesa entrou em guerra com os reinos
vizinhos. Durante essa década, o oficial nascido na Ilha da Córsega, de uma
família italiana, acabou tomando parte de diversas campanhas, subindo
vertiginosamente na carreira. Era então aliado dos jacobinos, a ala mais
radical dos revolucionários. Em meio a uma dessas guerras, em 1799, acabou
tornando-se o “cônsul” do país, num golpe que acabou com a autoridade da
República. Em 1804, receberia do papa Pio VII uma coroa hereditária de
Imperador da França, acabando de vez com qualquer máscara de republicanismo.
A monarquia não significou paz.
Napoleão deixaria a Europa de joelhos, exportando a Revolução Francesa para o
continente. Como fez isso é algo que faz parte de seu mito, porque não há
resposta óbvia. As táticas napoleônicas estavam ao alcance de qualquer
Exército. Ele não inventou nada – e se gabava disso. Disse que, após 60
batalhas, não havia aprendido nada que não soubesse na primeira.
A infantaria era o cerne da força.
Cabia à cavalaria atrapalhar os movimentos da infantaria inimiga, deixando-a em
posição vulnerável. A artilharia botava todo mundo para correr, se conseguisse
chegar à posição de ataque. O truque era fazer isso, e Napoleão, oficial de
artilharia, era mestre em usar canhões, de forma móvel e atuando em conjunto
com o resto das tropas.
Outra de suas habilidades particulares era jogar com as
expectativas do inimigo, posicionando-se com falsas ofensivas e manobras de
flanco. Para mover-se sempre em vantagem, contava com uma rede de inteligência
e comunicação, que incluiu a criação dos primeiros telégrafos do mundo.
Do
Exército revolucionário, Napoleão herdou a ideia de recrutamento em massa, um
contingente gigantesco de alistados obrigatoriamente e treinados em pouco
tempo. Esses recrutas também formaram a primeira força ideológica da História,
um Exército lutando em terras estrangeiras não em nome de um monarca, mas de
uma ideia, da revolução.
MAHATMA GANDHI | Comportamento
A não violência e a ação por direitos
civis
O QUE FEZ
Quem: Mohandas Karamchand Gandhi
Nascimento: 1869, Porbandar, Índia
Britânica
Morte: 1948, Nova Délhi, Índia
O que revolucionou: toda a ação
antiimperialista, com a campanha exclusivamente pacífica; o pacifismo e
humanismo em geral, injetando novos ideais de tolerância, vindos de um país não
ocidental; a forma como se faz protestos no mundo
Às vezes a causa não é tão importante
quanto o método. A maior causa de Mahatma Gandhi foi a independência da Índia,
dominada pelo Império Britânico desde 1858. Isso ele conseguiu em 15 de agosto
de 1947, ainda que com uma amarga frustração. O pais acabou partido em dois,
Índia e Paquistão, por causa de diferenças religiosas. E unir hindus e
islâmicos foi uma de suas grandes causas de vida. Outra, a abolição do sistema
de castas na Índia, está na Constituição do país – mas ainda hoje sites de
relacionamento mencionam a casta dos candidatos, e pessoas de castas inferiores
continuam a ocupar a escala mais baixa da sociedade.
“A luta pela paz e seu exemplo de
resistência passiva mudaram a História de seu país e nos serve para repensar
todas as formas de violência ainda perpetradas por nações bélicas e
neoimperialistas pelo mundo contemporâneo”, diz Andrea Casa Nova Maia, da
Universidade Federal Fluminense. Vivendo entre três continentes e três
religiões, ele acabou conciliando as ideias de cada uma para criar um novo tipo
de humanismo.
O mais central é a ahimsa, o princípio da não violência.
Inspirado no anarquista cristão russo Liev Tolstói, com quem se correspondeu na
juventude, Gandhi decidiu que, o que quer que fizesse, seria por meios
pacíficos. Um de seus bordões: “Há muitas causas pelas quais estou disposto a
morrer, mas nenhuma pela qual estou preparado a matar”.
Nascido na Índia sob domínio
britânico, estudou direito em Londres e tentou se estabelecer como advogado na
Índia, sem sucesso. Conseguiu emprego na África do Sul, outra colônia do
Império, em 1893. Conheceu uma sociedade segregada, onde brancos, negros,
indianos e mestiços tinham espaços e leis próprios. Assim começou sua carreira
de ativista político.
Em 1915, voltou para a Índia, onde se
filiou ao Congresso Nacional Indiano, do qual se tornaria líder. Em um de seus
momentos mais famosos, em 1930, convenceu o país inteiro a fabricar sal ilegalmente,
quebrando o monopólio britânico. Logo, toda a Índia estava se recusando a pagar
impostos e desafiando outras leis abertamente, um gigantesco ato de
desobediência civil. Quando confrontados pela polícia, os manifestantes
simplesmente aceitavam apanhar ou ser alvejados.
Gandhi foi preso, e nenhuma concessão
foi feita. Mas as imagens e notícias do protesto, e a nobreza de seus
manifestantes, correram o mundo. Moralmente, o Império havia sido derrotado, e
seria questão de tempo até o domínio ruir de vez.
ALBERT EINSTEIN | Ciência
A ciência nunca mais foi a mesma –
nem o mundo
O QUE FEZ
Quem: Albert Einstein
Nascimento: 1879, Ulm, Império Alemão
Morte: 1955, Princeton, Estados
Unidos
O que revolucionou: a física, ao
provar a teoria atômica e a física quântica, e que o tempo é relativo ao
espaço, deitando por terra a física newtoniana que vinha de dois séculos; a
geopolítica, ao lançar os princípios da fissão nuclear; os costumes, ao tornar
a ciência menos absoluta com sua revolução
É preciso um certo tipo de pessoa
para responder quatro grandes desafios da física no mesmo ano. Alguém que, com
isso, torna inválidas as bases mais fundamentais do conhecimento, estabelecidas
200 anos antes.
E faz isso aos 26 anos de idade... nas horas vagas de um
emprego maçante, sem acesso a uma biblioteca ou a colegas de profissão. Bem, há
de se convir, não existe esse tipo de pessoa. Albert Einstein era um só. “Um
dos maiores nomes da ciência do século 20, ousou desafiar conceitos
profundamente enraizados, como espaço e tempo, com a Teoria da Relatividade”,
afirma o historiador da ciência José Goldfarb, da PUC-SP.
Einstein refundou a física em 1905,
com quatro artigos publicados no periódico Annalen der Physik, de Berlim.
Provou que a física quântica e a teoria atômica eram reais e lançou as bases da
Teoria da Relatividade, que mudou para sempre a percepção de espaço e tempo.
E
também registrou a famosa equação E=mc², pela qual a energia obtida pela fissão
nuclear é a massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz, que é
aproximadamente 300 mil km/s. O que dá uma ideia do poder das bombas atômicas
que ela previu.
Essa revolução em particular, ainda
que de profundas consequências, não estava na mente do pacato cientista que,
por toda sua vida, foi um pacifista, uma figura pública notória. Einstein
pensava de forma prática.
Aceitou a ideia de que, se os aliados não fizessem a
bomba,os nazistas a fariam primeiro, e mandou uma carta ao presidente Franklin
Roosevelt aconselhando-o a iniciar o programa nuclear, em 1939. Com o resultado
em Hiroshima e Nagasaki, ele se arrependeu amargamente.
Há uma parte menos falada, e
totalmente involuntária, da contribuição de Einstein. Nos 200 anos que o
precederam, a física parecia escrita em pedra, uma ciência inabalável. Einstein
provou que o mundo era mais complicado do que se imaginava e que toda a ciência
podia cair por terra diante de uma nova descoberta.
E esse impacto devastador
foi sentido bem longe dos laboratórios. A ciência perdeu sua aura de
infalibilidade. Durante o século 20, intelectuais começaram a duvidar da
própria possibilidade do conhecimento científico, ou das intenções dos
cientistas, muitas vezes reforçando preconceitos ou estruturas de poder da
sociedade.
O resultado indireto disso foi a onda
de ideais e pregadores anticientíficos, místicos e bichos-grilos, que vem desde
os anos 60. Outra revolução acidental, que, tal como a bomba atômica, Albert
Einstein provavelmente não aprovaria.
CHE GUEVARA | Política
O guerrilheiro de alcance mundial
O QUE FEZ
Quem: Ernesto Guevara de la Serna
Nascimento: 1928, Rosário, Argentina
Morte: 1967, La Higuera, Bolívia
O que revolucionou: a revolução em
si. Primeiro, mostrando o quanto uma pequena força de guerrilha podia alcançar.
Depois, tornando-se a cara e a voz do descontentamento da América Latina, e
mais tarde do resto do mundo. Por fim, entrando para a História como um mártir
dessa causa
Se a revolução tem uma face, é a de
Ernesto Che Guevara. Che se tornou a voz da revolução socialista mundial ao
fazer seu impactante discurso nas Nações Unidas em 11 de dezembro de 1964, no
qual provocou os Estados Unidos, acusando o país de “matar suas próprias
crianças” (os negros) e convocou os trabalhadores da América Latina a “mover
novamente a roda da História”. Durante o discurso, dois dissidentes cubanos
tentaram assassiná-lo. Ele respondeu com humor, dizendo que isso tudo “deu à
coisa mais sabor”.
No púlpito da ONU, estava o homem que
havia posto o mundo à beira da Terceira Guerra. Como arquiteto da aproximação
entre o novo Estado cubano e a União Soviética, Che foi a figura por trás da
Crise dos Mísseis de 1962, quando ogivas nucleares foram instaladas na ilha. A
grande obra de Che, e a única na qual realmente teve sucesso, foi a Revolução
Cubana. Em 1956, ele embarcou do México para Cuba com os exilados Fidel e Raúl
Castro, Camilo Cienfuegos e outros 78 revolucionários. Por dois anos, lutou nas
florestas da Sierra Maestra contra a ditadura de Fulgencio Batista. Conseguiu
algumas façanhas militares brilhantes.
Depois, deixou as armas de lado e
participou da construção do Estado socialista. “Che tornou-se radical onde
tinha que ser radical. Ele uniu uma força que era, de outra forma, um balaio de
gatos, de adolescentes fugidos, aventureiros, democratas-cristãos e meia dúzia de
comunistas”, afirma o historiador Jon Lee Anderson, autor de Che, uma
Biografia. Tornou-se ministro da Fazenda e tomou parte das campanhas de reforma
agrária e da erradicação do analfabetismo.
Mas a conquista cubana ficou pequena.
Desde sua viagem de motocicleta pela América do Sul, em 1948, ele havia
aprendido a enxergar o continente como uma só entidade. Sua vida de
revolucionário internacional começaria com uma experiência distante. Em 1965,
rumou para o Congo, em crise após obter a independência da Bélgica. A campanha
foi um desastre. Che sofreu com doenças tropicais e sua coluna armada se
despedaçou moralmente. O direitista Mobutu Sese Seko tomou o poder, massacrou a
rebelião e ficou na presidência até 1997.
Che decidiu focar seus esforços na
América Latina. Chegou à Bolívia no final de 1966. Numa ação da CIA, em outubro
de 1967, 1800 soldados cercaram os menos de 50 guerrilheiros comandados por
Che. Morreu como mártir, “um homem que, na morte, pareceu transcender a
ideologia que o fez famoso, e tornar-se uma figura admirada por amigos e
inimigos”, de acordo com Anderson.
LEONARDO DA VINCI | Arte
Com ele, o mundo saiu de vez da Idade
Média
O QUE FEZ
Quem: Leonardo di ser Piero da Vinci
Nascimento: 1452, Vinci, República de
Florença
Morte: 1519, Amboise, França
O que revolucionou: a arte, com o trabalho de anatomia e estudo da luz, que se tornou mais realista, abrindo
espaço para a Alta Renascença; e as atitudes em geral, com o espírito humanista
que essa época encarnou
A expressão “homem da Renascença”
representa alguém capaz de ser muito competente em atividades distintas. Mas o
fato é que a maioria dos homens da Renascença era, como hoje, especialista em
seu ofício. Cristóvão Colombo não pintava. Maquiavel não desenhava engenhos de
guerra. Michelangelo não inventava máquinas voadoras – ainda que esse fosse
quem chegasse mais perto, atuando como arquiteto e escultor.
O “homem da Renascença” era um só.
Leonardo da Vinci entra nesta lista como o mais votado na categoria arte, mas
também foi um finalista nas categorias invenção e engenharia. Era alguém que
ora poderia estar pintando A Última Ceia, depois projetar tanques de guerra e
máquinas voadoras, mais tarde se dedicar a estudos de anatomia humana, e ainda
voltar-se para a escultura, antes de se dedicar outra vez à pintura.
Por mais visionário que fosse, a
maioria de seus projetos acabou ficando no papel. Foi como artista que ele
acabou eternizado. “Leonardo é para a Renascença o que Marcel Duchamp é para a
arte contemporânea. O artista que cria o momento, que encarna sua época”,
afirma o artista plástico Alexis Iglesias, diretor da Escola Livre de Arte
Havana.
A palavra Renascença foi cunhada pelo
pintor Giorgio Vasari em 1550, em seu livro Vida dos Artistas. Significava o
renascimento da técnica perdida da Antiguidade, mas também do interesse no ser
humano e em estudar e copiar a natureza. Para Vasari, Leonardo marca o início
da Alta Renascença, o período de auge do movimento.
Quando começou a pintar,
aos 14 anos, na oficina de seu mestre, Verrocchio, as grandes novidades eram a
perspectiva e o trabalho de sombras e volumes. Mas tudo ainda tinha uma certa
cara “medieval”, um tanto sombria, pesada e solene, com temas quase
exclusivamente religiosos. Isso é visível mesmo nos primeiros quadros de Da
Vinci. É a evolução da sua pintura (diga-se, uma produção relativamente
pequena) que mostra o exato momento dessa passagem.
Baseado em seus estudos de anatomia
humana, de observações da natureza e experiências com luz, Da Vinci criou
imagens cada vez mais realistas, atento aos detalhes de como funcionavam
músculos, tendões e posturas corporais, mas também foi capaz de infundi-las de
vida, de expressão.
De uma outra atitude que não era mais a de ansiar pelo
Paraíso enquanto se aguentava a vida terrena. De objetos de recordação
religiosa, os quadros se tornaram uma janela para a vida. A própria composição
dos quadros de Leonardo, quase sempre triangular, era uma manifestação de
harmonia, uma razão redescoberta, que podia compreender a natureza.
JAMES WATT | Engenharia
Alegrias e sofrimentos de um mundo
industrial
O QUE FEZ
Quem: James Watt
Nascimento: 1736, Greenock, Escócia
Morte: 1819, Handsworth, Inglaterra
O que revolucionou: a indústria, ao
criar uma fonte de trabalho, isto é, movimento útil, que não dependia da
energia humana, do vento, rios ou animais; o mundo inteiro, a partir da
Revolução Industrial, que nasceu daí
Foi a maior de todas as revoluções –
e, possivelmente, a mais contestada. A não ser que você esteja lendo a revista
numa cabana feita de palha de coco em uma praia deserta, é provável que
absolutamente nenhum objeto à sua volta existiria sem ela. Ok, você está na
praia deserta? Sem ela, não teria esta revista em mãos.
A Revolução Industrial,
iniciada na Inglaterra com a criação do primeiro motor a vapor prático, por
James Watt, mudou o mundo como nenhuma outra. Pela primeira vez, a humanidade
se viu livre do suor da própria testa, e capaz de empregar uma força muito
maior que antes era possível. Também implicava um novo tipo de liberdade. “O
homem estava livre dos ventos e dos animais como meios de transporte”, diz Guto
Lacaz, que votou em Watt para a lista de inventores.
Mas Watt não era um inventor – ao
menos não com sua principal contribuição. Ele simplesmente aperfeiçoou um motor
a vapor criado mais de seis décadas antes por Thomas Newcomen, que havia
encontrado algum uso limitado na indústria carvoeira, operando bombas que
drenavam as minas.
O aperfeiçoamento foi, aparentemente, mínimo. Watt adicionou
uma câmara separada de condensação, de forma que o vapor não tivesse de se
condensar no pistão, o que fazia com que se esfriasse, desperdiçando energia. O
antigo movimento de pêndulo foi transformado em rotatório.
Essas modestas melhorias fizeram com
que os motores gastassem 75% menos combustível, e pudessem ser usados em outras
aplicações. “Um fato marcante foi a introdução, em 1782, do motor a vapor na
indústria da tecelagem”, afirma Maria Teresa Gomes Barbosa, da Universidade
Federal de Juiz de Fora.
Nessa indústria, eles encontram outra máquina
avançada, o tear mecânico de Jacquard, criando a primeira parceria entre o
poder do vapor e a sofisticação de equipamentos complexos.
Máquinas são invenções antigas.
Existem desde a Antiguidade, quando os gregos criaram as engrenagens, no século
4 a.C. Mas, por toda a História, a Era da Máquina nunca começou porque elas
dependiam ou da força humana direta, que puxava cordas e manivelas, ou da ação
de rios, vento ou força animal.
Nunca ocuparam papel central na economia. O
motor de Watt, e todos os tipos de motores que surgiram depois, permitiram que
máquinas pudessem ser criadas e movidas, e as indústrias conseguissem se
instalar em qualquer lugar. Milhões migraram dos campos para as cidades – e o
valor dos produtos, antes feitos por artesãos, um a um, também despencou.
Os eleitores
RELIGIÃO
Frei Betto: religioso e escritor, um
dos expoentes da Teologia da Libertação
José Ulisses leva: padre, doutor em
História Eclesiástica, professor da PUC-SP
Sérgio Figueiredo Ferretti:
antropólogo, estudioso da religião, ligado à Universidade Federal do Maranhão
Wellington Teodoro da Silva:
professor de Ciências da Religião pela PUC-MG, presidente da Associação
Brasileira de História das Religiões
Patrícia Simone do Prado: mestre em
Ciência da Religião pela PUC-MG
Justin McDaniel: chefe do
Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Pensilvânia (EUA)
Jorge Cláudio Ribeiro Jr.: professor
do Departamento de Teologia da PUC-SP
INVENÇÃO
Luiz Rocha: engenheiro de computação,
criador do site inventeaqui.com.br
Wagner Fafá: economista, presidente
do Instituto Brasileiro de Inovação, que organiza o Salão do Inventor
Brasileiro
Carlos Mazzei: especialista em
Marketing, presidente da Associação Nacional dos Inventores
Guto lacaz: designer e artista
plástico multimídia
Lester Faria: engenheiro aeronáutico,
chefe do Laboratório de Guerra Eletrônica do Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA)
MEDICINA
Sanjoy Bhattacharya: diretor do
Centro para as Histórias Globais da Saúde, Universidade de York, Reino Unido
Alexander Medcalf: historiador da
medicina, Universidade de York, Reino Unido
André Mota: coordenador do Museu da
Faculdade de Medicina, USP
Gustavo Tarelow: historiador,
pesquisador do Museu da Faculdade de Medicina, USP
Everton Reis Quevedo: historiador,
diretor técnico do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul
FILOSOFIA
William Child: professor de Filosofia
na Universidade de Oxford, Reino Unido
André Porto: professor de Filosofia
na Universidade Federal de Goiás
Helton Machado Adverse: do
Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais
Rachel Gazolla de Andrade: professora
de Filosofia da PUC-SP e Faculdade de Filosofia São Bento
Katia Genel: professora de Filosofia
da Universidade de Paris 1, Sorbonne
Denis Coitinho: professor de
Filosofia da Unisinos
Adriano Naves de Brito: professor de
Filosofia da Unisinos
MILITAR
Carlos Roberto Carvalho Daróz:
historiador militar, professor do Colégio Militar do Recife
Manuel Rolph Cabeceiras: coordenador
do Grupo de Estudos de História Militar da Universidade Federal Fluminense
Francisco Eduardo Alves de Almeida:
professor da Escola de Guerra Naval, membro do Instituto Geográfico e Histórico
Militar Brasileiro
Ricardo Pereira Cabral: professor da
Escola de Guerra Naval
César Machado Domingues: professor da
Universidade Estácio de Sá, editor da Revista Brasileira de História Militar
Coronel Luiz Carlos Carneiro de
Paula: historiador militar, secretário do Instituto de Geografia e História
Militar do
Brasil
Marcos Ribeiro Correa: oficial
aposentado, historiador militar, membro do Instituto Geográfico e Histórico
Militar Brasileiro
Manuel Cambeses Jr.: membro emérito
do Instituto Geográfico e Histórico Militar Brasileiro
COMPORTAMENTO
Archie Brown: professor emérito de
Política, Universidade de Oxford, Reino Unido
Pedro Paulo Funari: arqueólogo e
historiador, livre-docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Andrea Casa Nova Maia: historiadora,
professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Lincoln Ferreira Secco: historiador,
professor da Universidade de São Paulo (USP)
Mary del Priore: historiadora,
colaboradora de AVENTURAS NA HISTÓRIA, autora de História do Amor no Brasil e
diversos outros
CIÊNCIA
José Luiz Goldfarb: vice-coordenador
da pós-graduação em História da Ciência, PUC-SP
Lester Faria: engenheiro aeroespacial,
professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
Phillip A. Sharp: biólogo molecular,
professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA
Steven Pinker: psicólogo evolutivo
canadense, professor do MIT
Marcos Veríssimo: físico molecular,
professor da Universidade Federal Fluminense
POLÍTICA
Archie Brown: professor emérito de
Política, Universidade Oxford, Reino Unido
Pedro Paulo Funari: arqueólogo e
historiador, livre-docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Andrea Casa Nova Maia: historiadora,
professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Lincoln Ferreira Secco: historiador,
professor da Universidade de São Paulo (USP)
Mary del Priore: historiadora,
colaboradora de AVENTURAS NA HISTÓRIA, autora de História do Amor no Brasil e
diversos outros
Leandro Narloch: jornalista e
escritor, autor da série Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil,
ex-editor de AVENTURAS NA HISTÓRIA
ARTE
Dercy Aparecido Pereira: coordenador
do curso de Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes, São Paulo
Alexis Iglesias: artista plástico
cubano, formado na Universidade de Havana, diretor da Escola Livre de Arte
Havana
Paulo Antônio de Menezes Pereira da
Silveira: historiador da arte, professor da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Luiz Octávio Rocha: professor da
pós-graduação do Centro Universitário Belas Artes, São Paulo
Peter Childs: professor de design no
Imperial College of London, Reino Unido
ENGENHARIA
Maria Teresa Gomes Barbosa:
professora do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcelo Hazin: professor de
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Suzana França Dantas Daher:
professora de Engenharia de Produção da UFPE
Adiel T. Almeida Filho: professor de
Engenharia de Produção, UFPE
Frederico Barbieri: engenheiro
automotivo, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), São Paulo
Leônidas Sadoval Júnior: matemático e
físico, professor do Insper
Fábio Orfali: matemático e engenheiro
químico, professor do Insper
Irineu Gustavo Nogueira Gianesi:
engenheiro de produção, diretor de Novos Projetos Acadêmicos do Insper
Nenhum comentário:
Postar um comentário