O QUE É MORAL?
Sociologia
Moral trata-se
de um conjunto de valores, normas e noções sobre o que é certo ou errado,
proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade.
Numa breve
definição de moral, podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de
normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de
uma determinada sociedade, de uma cultura. Como sabemos, as práticas positivas
de um código moral são importantes para que possamos viver em sociedade, fato
que fortalece cada vez mais a coesão dos laços que garantem a solidariedade
social. Do contrário, teríamos uma situação de caos, de luta de todos contra
todos para o atendimento de nossas vontades.
Assim, moral tem
a ver com os valores que regem a ação humana enquanto inserida na convivência
social, tendo assim um caráter normativo. A moral diz respeito a uma
consciência coletiva e a valores que são construídos por convenções, as quais
são formuladas por uma consciência social, o que equivale dizer que são regras
sancionadas pela sociedade, pelo grupo. Segundo Émile Durkheim, um dos
pensadores responsáveis pela origem da Sociologia no final do século XIX, a
consciência social é fruto da coletividade, da soma e inter-relação das várias
consciências individuais.
Dessa forma, as
mais diferentes expressões culturais possuem diferentes sistemas morais para
organização da vida em sociedade. Prova disso está nas diferenças existentes
entre os aspectos da cultura ocidental e oriental, em linhas gerais. Basta
avaliarmos o papel social assumido pelas mulheres quando comparamos brasileiras
e afegãs, assim como aquele assumido pelos anciãos nas mais diferentes
sociedades, o gosto ou desinteresse pela política. Devemos sempre ter em mente
que a moral, por ser fruto da consciência coletiva de uma determinada sociedade
e cultura, pode variar através da dinâmica dos tempos.
Ao partirmos
então da ideia de que a moral é construída culturalmente, algumas “visões de
mundo” ganham status de verdade entre os grupos sociais e, por isso, muitas
vezes são “naturalizadas”. Essa naturalização de uma visão cultural é o que
dificulta conseguirmos distinguir entre juízo de fato (análise imparcial) e de
valor (fruto da subjetividade), o que pode ser uma armadilha que nos leva ao
desenvolvimento de preconceitos em relação ao que nos é estranho e diferente.
Considerar o
outro ou o próximo é um aspecto fundamental à moralidade. Dessa forma, uma
preocupação constante no debate sobre ética e moral se dá no sentido de evitar
a violência em todas as suas possíveis expressões (física ou psíquica), bem
como o caos social. Os valores éticos (ou morais) se oferecem, portanto, como
expressão e garantia de nossa condição de seres humanos ou de sujeitos
racionais e agentes livres, proibindo moralmente a violência e favorecendo a
coesão social, isto é, a “ligação” entre as pessoas em sociedade.
Porém,
considerando-se que o código moral é constituído pela cultura, a violência não
é vista da mesma forma por todas as culturas. Numa cultura, ao definir o que é
mau ou violento, automaticamente defini-se o que é bom. Logo, a noção de
violação, profanação e discriminação variam de uma cultura para outra. Contudo,
em todas se tem a noção do que é a violência.
Assim, tanto os
valores como a ideia de virtude são fundamentais à vida ética e, dessa forma,
evitam a violência, o ato imoral ou antiético. Ser virtuoso, em linhas gerais,
significa desejar e saber colocar em prática ações éticas, isto é, moralmente
louváveis. A noção de bem e mal ou bom e mau é fundamental para que calculemos
uma forma de fugir do sofrimento, da dor, alcançando a felicidade de forma
virtuosa.
Contudo, é
importante lembrar que fins éticos requerem meios éticos, o que nos faz deduzir
que a famosa expressão “todos os fins justificam os meios” não é válida quando
se busca ser virtuoso. Se em nosso código moral consideramos o roubo como algo
imoral, roubar seria assim um meio injustificável para se alcançar qualquer
coisa, ainda que isso fosse feito em nome de algum valor moral.
A simples
existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida
como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e
interprete o significado dos valores morais. Ao contrário disso, as sociedades
tendem a naturalizar seus valores morais ao longo das gerações, isto é, ocorre
uma aceitação generalizada.
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-que-moral.htm
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