Leia um trecho picante do livro "Complicado
Demais", de S. C. Stephens
Conheça um pouco da história de amor entre Kiera e
Kellan, que chega às lojas na segunda quinzena de agosto.
Afastando minhas dúvidas, procurei me concentrar no
que sabia com certeza. Naquele exato momento, Kellan me queria. Naquele exato
momento, Kellan me amava, e apenas a mim. E, naquele exato momento, ainda
faltavam horas para a minha irmã voltar.
Vestindo apenas as calças jeans detonadas que
contornavam suas pernas à perfeição, seu peito escultural debruçado sobre o
meu, Kellan pousou a boca com gentileza na minha, os dedos de sua mão livre
enrolando uma mecha escura dos meus cabelos. Meus dedos também estavam
ocupados. Eles passeavam por aquela cabeleira revolta, maravilhosa.
Era tão
delicioso enrolá-la entre os dedos, que não pude resistir a lhe dar um
puxãozinho. Ele abriu um sorriso, os lábios ainda nos meus. Então, meus dedos
foram descendo pelas suas costas, apreciando os músculos esguios e o leve
pulsar das veias sob a pele. A partir daí eles decidiram subir até as espáduas,
demorando-se por um momento nos músculos que se retesavam e relaxavam enquanto
ele brincava com meus cabelos. O único curso natural que restava depois disso
era descer até o fim das costas.
Meus dedos vagavam com prazer pela macia e enxuta
extensão de pele, descendo até o cós da calça. Naturalmente, no meio do caminho
eles decidiram voltar às espáduas e refazer o caminho até a cintura. Mas, dessa
vez, passei as unhas de leve por sua pele em vez de usar as pontas dos dedos,
que eram mais suaves e macias.
- Não me provoca - murmurou ele, chupando meu lábio
inferior.
Dei um risinho ao me lembrar que uma vez já tinha
cravado as unhas com ferocidade naquela pele perfeita
e
num quiosque de café espresso, ainda por cima. O sangue me aflorou ao rosto,
fazendo-o arder. Fora um momento um tanto constrangedor para mim. Kellan
interrompeu nosso beijo e se afastou para observar minhas feições,
provavelmente notando o rubor no meu rosto e compreendendo minha expressão. Seu
dedo traçou uma linha na minha face antes de percorrer meus lábios.
- Será que você faz uma ideia do efeito que aquele
arranhão surtiu sobre mim?
Seus lábios se curvaram endiabrados ante a
lembrança, e meu rubor se acentuou. Sem conseguir emitir uma palavra, eu me
limitei a balançar a cabeça. Ele sorriu ainda mais e se inclinou sobre o meu
ouvido:
- Acho que foi aquilo que me fez gozar.
Meus olhos se fecharam por um segundo quando o ouvi
dizer isso, e ri baixinho, mesmo contra minha vontade.
- Não fazia ideia de que você fosse tão tarado
sussurrei.
Ele soltou uma risada.
- Foi você que cravou as unhas em mim.
Voltei a rir, sentindo o humor levar a vergonha
consigo.
- E foi você que gostou.
Ele beijou meu queixo de leve antes de se afastar
com uma sobrancelha arqueada:
E
você não gostou de fazer, por acaso?
Mordi o lábio, desviando os olhos da expressão vaidosa
em seu rosto. É claro que eu tinha gostado. Meu corpo ficara tão satisfeito com
a experiência quanto o dele. Mas não pude deixar de sentir uma pontada de
culpa. Eu me sentia mal por tê-lo machucado, por tirar sangue. Isso já era
passar um pouco dos limites num momento daqueles.
Surpreendendo-o, empurrei seus ombros para trás.
Ele soltou um resmungo e disse "Ei!", tentando rastejar de novo para
cima de mim. Aos risos, mantive-o a distância com uma das mãos, enquanto me
contorcia para livrar a metade do corpo que ainda estava presa entre suas
pernas. Antes que ele pudesse se queixar ou me imobilizar na posição anterior,
eu montei nos seus quadris.
Como ele estava de lado, começou a se virar de
costas. Senti pelo sorriso radiante iluminando seu rosto que Kellan achara que
aquilo ia dar em intimidade. A ideia de eu ficar por cima à força o excitava.
Mas, também, Kellan estava sempre excitado. Ri ainda mais ao empurrar seus
ombros para baixo, mantendo seu peito preso no colchão. Quando estava
firmemente sentada na parte de baixo da sua coluna, ele virou o pescoço para me
olhar.
- O que está fazendo?
Minhas mãos passearam um pouco pela extensão de
pele perfeita antes de eu responder, com voz um tanto sensual:
- Bem, eu me sinto meio culpada por ter machucado
você
Ele se virou mais um pouco, seus lábios me dando um
sorriso:
- Eu disse que aquilo me fez gozar, não disse?
Senti o rubor voltar ao ouvi-lo pronunciar aquela
palavra de novo
gozar. Não chegava nem mesmo a ser obscena, mas ouvi-la dos seus lábios me fez
lembrar aqueles momentos de crispar os músculos, de ferver o sangue, de mudar o
destino, momentos do mais puro êxtase. Sorrindo, procurei não reviver aquela
sensação
por
ora.
- Quero ter certeza de que você não ficou
danificado
Passei as mãos pelas suas costas, me inclinando
sobre ele até meus cabelos roçarem sua pele. Adorei ver que ele se arrepiou
quando minhas longas mechas afagaram suas costas. Seus olhos encontraram meu
rosto, e sua voz ficou mais baixa:
- Eu só tenho uma cicatriz que possa ser atribuída
a você.
Ele manteve os olhos nos meus, e eu prendi a
respiração ao ver quanto amor havia neles. Não achava que algum dia me
habituaria a ver o quanto ele me adorava. O que tornava irrelevantes as
paqueras que eu presenciara horas atrás. Nenhuma daquelas fãs jamais receberia
um olhar desses, nem jamais teria esse nível de intimidade com ele. Não mais.
Evan tinha razão Kellan flertava com elas, mas o coração dele era
meu.
Assenti, surpresa ao notar que meus olhos começavam
a ficar úmidos. Minha memória repassou a cena a que ele se referia, e eu mordi
o lábio. Já fazia muito tempo que ele levara uma facada ao tentar defender
minha honra. Fora um dos momentos de coragem mais bonitos e apavorantes que
alguém já vivera por mim.
Eu achava incrível que ele tivesse me defendido, e
horrível que tivesse se machucado. Meus dedos foram descendo pelas suas
costelas, tocando o colchão quando os curvei em torno do seu corpo. Eu me
inclinei e beijei a ponta da cicatriz onde senti uma aspereza marcando aquela
pele outrora lisa. Ele ficou ofegante, seu estômago se contraindo ao sentir
meus lábios passando sobre a velha ferida.
Sorri, enquanto aplicava beijos pelas suas costas,
pensando em outra ferida que lhe fora infligida por minha causa. É verdade que
essa não tinha deixado uma cicatriz externa (a fratura consolidara sem
cirurgia), mas eu tinha consciência do dano que jazia sob a superfície. Minhas
mãos percorreram seus braços, apertando o esquerdo, fraturado muitos meses
antes, durante uma briga com meu ex-namorado, Denny.
Eu me inclinei para a frente e beijei aquele braço,
seu olhar se abrandou ainda me observando. Vi que ele compreendera meu gesto.
- Adoro você por todas as suas cicatrizes
sussurrei, me curvando e beijando de leve seus lábios.
Sua mão segurou minha cabeça, me mantendo presa na
doce maciez do seu beijo. Ele o aprofundou, e o fogo da expectativa me correu
pelas veias quando sua língua roçou a minha. Minha respiração acelerou e eu me
curvei mais em direção ao beijo por um momento, antes de interrompê-lo.
Com jeito, eu me desvencilhei de sua mão, que me
prendia à sua boca. Com uma expressão zangada, dei um tapa no seu ombro
- Para com isso. Ainda não terminei minha inspeção.
Ele suspirou, revirando os olhos.
- Tá, mas será que não dá para andar mais depressa?
Para eu poder fazer amor com você e não com esse colchão horrível?
Pressionou os lábios no futon sob o corpo para enfatizar o que dizia, e eu caí
na risada. Achando graça também, ele murmurou: Podemos trocar de posição quando você terminar?
Ignorando o pedido, continuei sentada na base da
sua coluna, concentrando toda a minha atenção naquelas costas maravilhosas. Ele
parecia estar ótimo. Não havia quaisquer linhas finas de pele enrugada no local
dos arranhões que eu lhe dera. Foi só quando me inclinei para beijar sua pele
que as notei. Eram cicatrizes muito tênues, tão tênues que não daria para
notá-las a menos que se ficasse literalmente a centímetros da sua pele como eu
naquele momento, mas estavam lá.
Listras brancas e finas riscavam suas costas,
no ponto onde eu passara as unhas. Sorri comigo mesma ao ver que uma parte
daquela noite tão louca e intensa ainda estava com ele, talvez para sempre. Por
mais que detestasse ter lhe causado dor, também estava satisfeita por ver que
ele sempre carregaria uma lembrança daquela noite aonde quer que fosse.
- Ah, encontrei o que procurava
murmurei.
Ele já ia perguntando "O quê?", quando,
brincalhona, deslizei a ponta da língua pela vaga listra branca. Ele
interrompeu o que dizia, um arrepio percorrendo seu corpo. Mais atrevida,
deixei a língua seguir numa trilha por entre suas espáduas até a nuca. Kellan
se contorceu, deixando a testa cair no travesseiro; sua respiração acelerou.
Com mais uma velha lembrança tomando conta de mim, mordi sua nuca muito de
leve, fazendo-o gemer.
Antes que eu pudesse entender e impedi-lo, ele se
virou embaixo de mim, levantando os braços para me deitar no futon. Soltei todo
o ar dos pulmões com a força que ele usou para me tirar das costas. Comecei a
rir quando se deitou em cima de mim. Seus lábios atacaram os meus, sua língua
praticamente procurando minhas amígdalas. Eu o empurrei. Com o desejo estampado
naquele olhar de sexo tórrido, ele rosnou:
- Não me provoca.
Dei um risinho de desdém, passando o dedo pela sua
boca entreaberta.
- Revanche. - Arqueei uma sobrancelha para ele. -
Pelo menos, eu não fiz isso numa boate lotada de gente.
O rosto dele se sobressaltou. Era quase como se
tivesse esquecido aquele momento intenso em que me lambera no meio de uma pista
de dança lotada. Denny e Anna estavam em outra parte da boate. Ele franziu o
cenho, seu olhar parecendo um tanto arrependido.
- Aquilo não foi muito legal da minha parte, não é?
Passei os braços pelo seu pescoço, negando com a
cabeça.
- Não, não foi
mas eu gostei.
Seus olhos culpados recuperaram o bom humor quando
ele recordou aquela noite.
- Não pude resistir. Seus dedos deslizaram pelos meus braços,
levantando-os acima da minha cabeça, o que fez com que arrepios deliciosos me
percorressem o corpo. - Seus braços estavam levantados assim. - Segurou meus
dois braços acima da cabeça pelos pulsos com uma mão só, enquanto seu dedo
descia pelo meu nariz até a boca. - Você ficou mordendo o lábio enquanto
dançava. - Tornei a morder o lábio ao ver seus olhos gulosos recriarem a imagem
de mim mesma que o fizera perder a cabeça.
Seu dedo deslizou sobre meu lábio, descendo
até entre os seios. Fechei os olhos e ele continuou arrastando o dedo sobre meu
umbigo exposto até o short. Brincou com o cós por um momento antes de levar a
mão ao osso do quadril. - E esses
esses quadris
- Curvou-se e ficou respirando de leve sobre meu
rosto, nossos lábios se roçando. -
esses quadris que me levaram à loucura.
Levou os lábios aos meus e soltou minhas mãos.
Envolvi sua cabeça entre os braços, abraçando-o com força. Quando paramos para
recobrar o fôlego, murmurei:
- Você ficou me observando?
Ele passou o nariz pela minha face, vez por outra
estendendo a língua para sentir meu gosto.
- O tempo todo. - Seus lábios iam e vinham pelo meu
maxilar. - Tenho muitas culpas para expiar, e detesto o que aconteceu entre nós
depois, mas nunca vou me arrepender por ter sentido o gosto da sua pele aquela
noite.
Fiquei ofegante e arqueei as costas ao seu encontro, levantando a cabeça para
que seus lábios pudessem tornar a visitar meu pescoço.
Ele fez o que eu queria, toques leves como plumas
descendo por minha pele. Sua boca ainda no meu pescoço, seus dedos desfizeram o
nó da minha blusa. Com um único gesto, ele retirou o tecido escuro pela minha
cabeça. Seus olhos se demoraram sobre meu corpo por um segundo antes de ele
abrir o sutiã com dedos afoitos e arrancá-lo. Meu corpo pulsava de ânsia
enquanto seus olhos ardentes me acariciavam visualmente. Com um suspiro, ele
deixou a cabeça cair sobre meu estômago.
- Eu preciso dessa carne - murmurou, sua língua
subindo pelo meu corpo.
Senti as entranhas se incendiarem com esse contato
e me contorci sob seu toque.
- Também preciso de você, Kellan.
Ele passou a língua por entre meus seios.
- Preciso ver seu rosto enquanto faço isso. -
Estendeu a língua inteira até o meu pescoço, e eu fechei os olhos, gemendo em
resposta. - E preciso ouvir você também. - Levou os lábios, e aquela língua
mágica, até meu seio, contornando o mamilo com ela.
Arqueei as costas, enfiando as mãos entre seus
cabelos.
- Meu Deus, assim
Com a respiração pesada, ele levou os lábios à
minha orelha.
- Preciso estar dentro de você
tão
fundo quanto puder ir. - Meu corpo chegou a doer com essas palavras, meu short
de repente tão desconfortável quando o latejar delicioso entre minhas coxas se
transformou numa dor violenta. Gemi alto e tentei beijá-lo, mas ele se afastou.
Ficou parado em cima de mim, e eu abri os olhos para contemplar aquele Adônis à
minha frente. Sua expressão ardendo de desejo por mim, ele engoliu em seco.
- E preciso ouvir você pedindo também. - Com o
rosto suplicando muito mais do que as palavras, acrescentou: - Você me quer?
O latejar se intensificou, o que pensei que fosse
impossível, e minha boca encontrou a sua.
- Meu Deus, Kellan
por favor, sim, meu Deus
por
favor. Eu quero você
quero tanto você. - E eu também queria dizer mais
do que as palavras. Ele me perguntava se era realmente com ele que eu queria estar.
E eu lhe dizia, com a máxima clareza possível, que sim.
Murmurei mais súplicas para ele, nossas bocas
encenando o que ambos desejávamos. Com arquejos fortes e dedos frenéticos,
terminamos de despir o resto de nossas roupas, e ele fez exatamente o que disse
que precisava fazer.
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