domingo, 24 de agosto de 2014

Temporada palhaçada eleitoral reiniciada...


Na disputa pelo voto, vale tudo. Até o ridículo

Palhaço Pimpão é uns dos nomes que integram a bizarrice eleitoral Eleitores podem reclamar de tudo na campanha eleitoral, menos de uma coisa: não faltam candidatos exóticos e com nomes bizarros na corrida por uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, ou na Assembleia Legislativa, em São Paulo. Levantamento feito pelo Diário entre os 3.330 nomes registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que neste ano eleitor poderá votar em sósias, em personagens de quadrinhos, em super-herói, em bebê que tem quase 60 anos, em palhaço, e até em macaco que, na verdade, é uma mulher.

A lista de candidatos que fogem, e muito, da regra comum inclui gente da região de Rio Preto. Um já conhecido conseguiu ser eleito vereador em Catanduva, em 2008, mas não se reelegeu. O Palhaço Pimpão volta às urnas. Tentará ser eleito deputado estadual. Loló, outro candidato com nome inusitado, mora em Jales. O quadro acima tem alguns exemplos de candidaturas exóticas, mas a lista é bem maior. Dezenas de candidatos, por exemplo, usam nome de lojas, ou a profissão que atuam, como o nome oficial da urna.

Com isso, pipocam candidato da “farmácia”, “do transporte”, “da saúde”. A maioria dos candidatos que recorre a nomes exóticos não possui curso superior completo, conforme levantamento feito pela reportagem. Casos com curso superior completo são raros entre os que tentam chamar a atenção dos eleitores com nomes estranhos. A maioria diz que apenas “lê e escreve”, já que se declarar que é analfabeto pode ser impugnado. Um das candidaturas mais inusitadas é de Cláudia Gomes Maia (PHS), que tenta ser candidata a deputada federal com nome de urna de “Macaco Tião”.

Ela não localizada para falar sobre a escolha. Macaco Tião ganhou notoriedade na época em que eleitores usavam cédulas para votar. O macaco, morador do zoológico no Rio de Janeiro, seria eleito se fosse candidato de fato. Teve mais de 400 mil votos. Era um voto de protesto. Especialistas políticos afirmam que a tática desse tipo de voto deu certo na eleição passada, quando Tiririca, que tenta a reeleição, foi eleito com votação recorde.

Mas é uma aposta de risco. “Na campanha para deputado, os partidos reservam tempo reduzido no horário eleitoral, quando os candidatos podem aparecer. Muitos escolhem nomes diferentes para marcar os eleitores, mas dificilmente dá certo. Nesse contexto aparecem essas bizarrices”, afirmou o consultor de marketing político, Adriano Diogo, da empresa Machado Inteligência Política, que tem sede em Belo Horizonte.


Ao menos 1% só lê e escreve

Do total de candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1,3% só leem e escrevem. O tribunal divulgou balanço com estatísticas das candidaturas. De acordo com dados que incluem candidatos a senador, governador, federais e estaduais, 3.378 candidaturas foram analisadas. Desse total, 1,3% disseram que só sabem ler e escrever.

A maioria dos candidatos declarou ter curso superior completo, segundo o TSE. São 1.744 candidatos nessa situação, o que representa 51,6% das candidaturas. Outros 326 candidatos, afirmaram que têm ensino superior incompleto. Mais de um quarto do total de candidaturas possuem apenas ensino médio completo. São 845 candidatos, o que representa 25,01%.

Outros 86 nomes que vão correr em outubro disseram não ter concluído ensino fundamental. No total, 244 candidatos, 7,22% das candidaturas no Estado, tem ensino fundamental completo, de acordo com informações do TSE. O perfil de candidaturas revela ainda que 11,40 % dos que querem ser eleitos são empresários.

Na sequência vem advogados, que representam 7% das candidaturas em São Paulo. Vereadores que tentam “pular” na carreira política representam 4,80% das candidaturas. A maioria, 17% do total, não informou a profissão ao registrar a candidatura na Justiça Eleitoral. O TRE, em São Paulo, ainda não publicou toda lista de candidatos.


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