Estes são os países
que mais executaram pessoas em 2015
Homem preso: relatório da Anistia Internacional mostrou que 89%
das execuções no mundo em 2015 aconteceram em apenas 3 países
São Paulo – 2015 ficará marcado como o ano em que o mundo bateu
recorde na execução de pessoas condenadas à morte. De acordo com números da
Anistia Internacional, organização não governamental que monitora a situação
dos direitos humanos no âmbito internacional, ao menos 1.634 pessoas foram
executadas em 25 países.
Esse número está 50% acima do registrado em 2014 e é o maior
visto desde 1989.
Para a ONG, esse resultado foi classificado como “perturbador”.
“É a primeira vez em 25 anos que tantas pessoas foram condenadas à pena
capital. Em 2015, os governos continuaram a tirar a vidas sob a falsa alegação
de que a pena de morte deixa o mundo mais seguro”, considerou Salil Shetty,
Secretário Geral da entidade.
Divulgado nessa manhã, o relatório “Sentenças de morte e
execuções em 2015”, publicado anualmente pela ONG, trouxe à tona o panorama
atual sobre o tema em dezenas de países do mundo, com exceção da China, que
mantém seus registros sigilosos. O estudo mostrou ainda que 89% das mortes
ocorreram em apenas 3 países: Irã, Paquistão e Arábia Saudita.
No Irã, mostrou a análise da Anistia Internacional, a maior
parte dos condenados à morte cometeu crimes relacionados a drogas e esse é um
dos poucos países do planeta onde ainda é possível executar menores de 18 anos
de idade.
Já em solo paquistanês, notou-se o aumento nas execuções em 2015
na comparação com anos anteriores e isso se deve ao fato de uma moratória que
regulava o tema ter sido suspensa em 2014. Na Arábia Saudita, onde as penas
mais frequentes são a decapitação ou morte por pelotão de fuzilamento, há
registros da exibição de cadáveres em praças públicas.
A Anistia constatou um aumento no número de países que usam a
pena de morte, que foi de 22 para 25 países. Seis que não haviam executado
sequer uma pessoa em 2014 o fizeram em 2015.
Estados Unidos
Quando o assunto é sentenças de morte e execuções nas Américas,
a Anistia mostrou que apenas os Estados Unidos executaram pessoas nos últimos
anos, país onde esse o assunto está longe de ser uma unanimidade. Por lá,
existem dezenas de movimentos que visam banir a pena de morte em todos os
estados onde é aplicada.
Recentemente, um grupo de conservadores surpreendeu ao se unir
por esse objetivo, como mostrou a agência Reuters. De acordo com eles, a pena
de morte custa caro, é ineficiente e burocrática. Vai, portanto, contra os
valores do Partido Republicano de tentar limitar a atuação do Estado na vida
das pessoas.
Como resultado dessa pressão, o estado do Nebraska se tornou no
ano passado o primeiro dominado pelos republicanos a aprovar a abolição da pena
de morte em mais de 40 anos. O próximo passo agora é validar essa aprovação
entre a população numa votação que deve ocorrer em novembro de 2016.
Abolicionismo
Apesar dos números alarmantes, a Anistia Internacional vê com
bons olhos os movimentos para banir a pena capital em andamento no mundo. No
ano passado, quatro seguiram esse ritmo: Fiji, Madagascar, República do Congo e
o Suriname.
Ao todo, 102 países aboliram completamente a pena de morte. E
essa é a primeira vez na história que isso acontece.
http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/esses-sao-os-paises-que-mais-executaram-pessoas-em-2015
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