A fantasia das
três raças brasileiras
O Termo raça caiu em desuso
Na atualidade não existe nenhuma sociedade ou grupo social que
não possua a mistura de etnias diferentes. Há exceções como pouquíssimos grupos
indígenas que ainda vivem isolados na América Latina ou em algum outro lugar do
planeta.
De modo geral, as sociedades contemporâneas são o resultado de
um longo processo de miscigenação de suas populações, cuja intensidade variou
ao longo do tempo e do espaço. O conceito “miscigenação” pode ser definido como
o processo resultante da mistura a partir de casamentos ou coabitação de um
homem e uma mulher de etnias diferentes.
A miscigenação ocorre na união entre brancos e negros, brancos e
amarelos e entre amarelos e negros. O senso comum divide a espécie humana entre
brancos, negros e amarelos, que, popularmente, são tidos como "raças"
a partir de um traço peculiar – a cor da pele. Todavia, brancos, negros e
amarelos não constituem raças no sentido biológico, mas grupos humanos de
significado sociológico.
No Brasil, há o “Mito das três raças”, desenvolvido tanto pelo
antropólogo Darcy Ribeiro como pelo senso comum, em que a cultura e a sociedade
brasileiras foram constituídas a partir das influências culturais das “três
raças”: europeia, africana e indígena.
Contudo, esse mito não é compartilhado por diversos críticos, pois
minimiza a dominação violenta provocada pela colonização portuguesa sobre os
povos indígenas e africanos, colocando a situação de colonização como um
equilíbrio de forças entre os três povos, o que de fato não houve. Estudos
antropológicos utilizaram, entre os séculos XVII e XX, o termo “raça” para
designar as várias classificações de grupos humanos; mas desde que surgiram os
primeiros métodos genéticos para estudar biologicamente as populações humanas,
o termo raça caiu em desuso.
Enfim, "o mito das três raças" é criticado por ser
considerado uma visão simplista e biologizante do processo colonizador
brasileiro.
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