A
sociedade estamental: as funções de cada estamento
A sociedade estamental era o tipo de estrutura social
existente antes da Sociedade Industrial; era dividida em estamentos (grupos
sociais) e não permitia a ascensão social.
A sociedade estamental era o tipo de estrutura social que se
dividia em estamentos e não permitia a ascensão social
Antes do nascimento da Sociedade Industrial, a qual como se
sabe foi consequência direta das Revoluções Industrial e Francesa, o tipo de
estrutura social vigente era a que caracterizava uma sociedade estamental.
Nessa sociedade, aqueles que nascessem nos estamentos mais baixos estariam
condenados à neles permanecerem, uma vez que não havia a possibilidade de
ascensão social.
Para compreender a sociedade estamental, a qual marcaria boa
parte da história ocidental principalmente quando olhamos para Europa na Idade
Média, podemos imaginar a figura de um triângulo no qual os estamentos (grupos
sociais) estariam dispostos da seguinte maneira: rei, clero, senhores nobres e,
finalmente, plebeus. Como aponta Hélio Jaguaribe (2001), havia “os que oravam
(oratores), os que lutavam (bellatores) e os que trabalhavam (laboratores).
Ainda, segundo ele, registra-se que o “bispo Adelberonte de Leon constatava que
a sociedade cristã estava dividida e, três ordens, que ele considerava
necessárias e complementares, cada uma delas prestando serviços indispensáveis
às outras duas”. (JAGUARIBE, 2001, p. 408).
Na parte superior deste triângulo estava o clero, composto
pelos homens da igreja, grupo fundamental não apenas para a manutenção do poder
ideológico do ponto de vista religioso, mas porque desempenhavam um papel
estratégico e fundamental para o apoio e manutenção do status quo do
poder real. A função deste estamento era a de rezar, ou seja, zelar pela vida
espiritual das pessoas. Na sequência, em um estamento inferior, estavam os
chamados senhores nobres, que tinham por função o combate, a defesa do reino em
batalhas.
Os nobres, enquanto grupo, procuravam casar entre si, tinham
propriedades e riqueza, além de um reconhecimento geral de que eram superiores
aos plebeus, último estamento. Mas os títulos de nobreza e o reconhecimento
também dependiam da anuência do rei, o qual condecorava os indivíduos que
considerava merecedores de algum mérito. Logo, pode-se imaginar como seria
impossível para um plebeu, localizado na base desta pirâmide que formava a
sociedade estamental, angariar outra condição de vida diferente daquela em que
se via preso ao trabalho, à subordinação, ao pagamento de impostos, a uma vida
de restrições, limitações e pobreza. Logo, ao se nascer pobre, carregava-se um
estigma ou uma espécie de rótulo ao longo da vida, o que contribuía para
demarcar, definitivamente, a posição do indivíduo entre os estamentos.
Assim, apenas após as transformações sociais, políticas e
econômicas (dentre elas o questionamento do poder absolutista dos reis, a
defesa da liberdade de expressão e religiosa, e o desenvolvimento do
capitalismo, para citar apenas alguns) que desmontaram as bases desta sociedade
estamental é que a ascensão ou mobilidade social parecia algo menos utópico,
mais próximo da realidade. O fim da sociedade estamental foi marcado pelo
nascimento de uma sociedade de classes, a qual graças a uma maior divisão do
trabalho social permitiria um trânsito das pessoas pelas diferentes classes
sociais.
http://www.brasilescola.com/sociologia/a-sociedade-estamental-as-funcoes-cada-estamento.htm
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