sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

No popular: autoconhecimento...


Você é resiliente?
Ser otimista, conseguir controlar os impulsos e saber dosar as emoções são atitudes que indicam maior capacidade para superar adversidades e seguir em frente.
Pessoas resilientes possuem capacidade acentuada de se recuperar e seguir em frente diante de adversidades
O exemplo do compositor alemão Beethoven, que criou a Nona Sinfonia quando já estava surdo e bastante debilitado, talvez seja o mais simbólico quando se fala em resiliência – que nada mais é do que uma capacidade acentuada de se recuperar e seguir em frente diante de adversidades. Pessoas resilientes são como um elástico: depois de esticado, ele consegue voltar ao seu formato original.
“Esses indivíduos, ao invés de sucumbirem ao sofrimento, renascem, saem com ganhos, com mais força ainda”, explica a psicóloga Ceres Alves de Araújo, coautora do livro “Resiliência: Teoria e Práticas de Pesquisa em Psicologia” (Ithaka, 2011) e coordenadora do grupo de Resiliência da Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Mas por que existem pessoas que conseguem enfrentar melhor as adversidades e ainda saem mais fortalecidas dessas experiências? Apesar de todos nascerem dotados com a capacidade de resiliência, a experiência de vida e, principalmente, o modelo de educação na infância influenciam bastante. “Tudo vai depender de como a pessoa foi criada, de como ela desenvolveu seus recursos internos emocionais, se, desde pequena, aprendeu a enfrentar frustrações e a batalhar pelas coisas”, explica a psicóloga Marina Vasconcellos, terapeuta de adultos e casais.
Daí a importância de os pais não superprotegerem os filhos . Na intenção de que não passem por sofrimentos, podem gerar adultos frágeis que não conseguem lidar com obstáculos. “Um ambiente ‘cor-de-rosa’ é a pior coisa para uma criança. É importante que ela, desde cedo, possa exercer a resiliência e enfrentar situações estressantes que a vida traz para todo mundo”, aconselha Ceres.
Rejeitado
Foi assim com o médico anestesista Alexis Gentil, de 31 anos, que aprendeu a ser resiliente desde a infância. Aos seis anos, enfrentou a primeira grande adversidade ao ser deixado pela mãe, doente e sem trabalho, sob os cuidados – e a contragosto – do pai e da madrasta. Rejeitado, foi morar com os irmãos em um bairro pobre de Brasília. Aos 16 anos, Gentil se viu no papel de pai adolescente. Mesmo com discussões em família e dificuldades financeiras, continuou firme nos estudos e com o sonho de cursar medicina.
Apesar dos inúmeros obstáculos, Gentil conta que nunca desanimou e, em nenhum momento, sentiu-se vítima da situação. Sempre com bom humor e otimismo, seguiu em frente na busca de seus objetivos, sem desanimar. “Aos olhos dos parentes mais próximos e da sociedade, eu e meus irmãos éramos coitados. Tínhamos muitos motivos para nos revoltarmos ou nos marginalizarmos. Isso não aconteceu. Simplesmente seguimos a vida”, diz ele, que hoje é casado e pai novamente.
O otimismo do médico é uma das características mais marcantes nas pessoas resilientes. Ao invés de reclamarem, superam a situação adversa com certa facilidade e ainda conseguem ver o lado bom do acontecimento. “O resiliente aprende com o sofrimento e vai cicatrizando as feridas, sempre tirando uma lição positiva”, explica a psicóloga Marina.
Impulsos
Além do otimismo, os resilientes também têm maior capacidade de controlar os impulsos e regular as emoções. Por isso, dificilmente alguém verá uma cena em que ele terá um comportamento explosivo ou discussões mais fervorosas. Também são comumente dotados de persistência, disciplina, generosidade, capacidade amorosa, disponibilidade para o novo e capacidade de adaptação.
De acordo com Ceres de Araujo, as pessoas dotadas de resiliência possuem uma visão macro do problema, conseguem identificar claramente a sua própria responsabilidade na situação e, se necessário, são capazes de modificar o comportamento para que aquilo não ocorra de novo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais uma etapa superada...