segunda-feira, 1 de agosto de 2016

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Faixa antirronco: o jeito mais simples de acabar com esse mal

Ela tem como objetivo manter a mandíbula no lugar reduzindo o risco de bloqueio das vias aéreas

O ronco é bastante desagradável tanto para quem sofre com ele como para quem dorme ao lado. Causado pela obstrução das vias aéreas superiores, esse problema pode ter várias soluções dentre elas uma bem simples: a faixa antirronco. Mas como ela funciona? Para quais casos é indicada? Ela é realmente eficiente? Isso é o que vamos descobrir nessa matéria.

O ronco pode ter várias causas diferentes, e se a coisa for mais complexa, o uso dessa faixa pode até ser perigoso para a sua saúde.

Em resumo, essa faixa nada mais é do que um tecido que passa sobre a cabeça para fornecer suporte ao queixo. “A proposta da faixa antirronco é manter a mandíbula numa posição estável e a boca fechada, evitando o ronco”, diz Beatriz Lombardi, especialista em Ortodontia, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da A Clínica Oral.

Durante o sono, é normal que os músculos da garganta relaxem e fiquem flácidos, a língua caia um pouco para trás e a boca tenda a abrir, causando um estreitamento das vias aéreas superiores, o que dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas, produzindo o som do ronco.

Além de promover o fechamento da boca, o que é bom porque dormir com ela aberta pode causar o ressecamento da mucosa e um ambiente favorável para o aparecimento de bactérias, a faixa tem como objetivo manter a mandíbula no lugar reduzindo o risco da língua e dos tecidos da garganta relaxarem bloqueando as vias aéreas. A proposta realmente é boa e pode funcionar. Ela também é indicada como solução para quem baba muito a noite.

Causas diferentes

Mas existem algumas questões que devem ser ditas sobre esse assunto. Se você sofre com o ronco é fundamental que, primeiramente, você procure um especialista para analisar o caso. Isso porque o ronco pode ter várias causas diferentes. E se a coisa for mais complexa, o uso dessa faixa pode até ser perigoso para a sua saúde.

“O ronco também pode ser causado por desvio das fossas nasais, doença inflamatória crônica da mucosa nasal ou ter origem infecciosa ou alérgica, como a sinusite. Dessa forma, o tratamento deve ser indicado avaliando cada caso individualmente. Qualquer forma de autotratamento sem acompanhamento e indicação médica pode ser perigosa”, diz a especialista.

Apneia do sono
Quem sofre com a apneia obstrutiva do sono deve ficar ainda mais atento. Nesses casos, há uma junção das vias aéreas superiores com pausas respiratórias de duram mais de 10 segundos, fazendo com que a pessoa faça um esforço respiratório para reverter esse quadro, despertando e adormecendo centenas de vezes durante a noite.

“Uma das formas de tratamento para apneia são os aparelhos intraorais que posicionam a mandíbula para frente provocando um avanço da musculatura na região da faringe e, consequentemente, aumentando o espaço de passagem do ar. Ou seja, a indicação é de um tratamento na direção oposta, onde ocorre projeção da mandíbula para frente, com o intuito de ampliar a via aérea, e não a manutenção para trás, como é a proposta da faixa antironco”, diz Beatriz.

A apneia do sono é um problema sério e deve ser encarado exatamente dessa forma. “Nos casos mais graves de apneia, as pausas respiratórias podem ultrapassar 40 episódios por hora de sono. Como consequência, ocorre queda do oxigênio no sangue e aumento do risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias e hipertensão pulmonar, podendo culminar com morte súbita”, diz a especialista.

A faixa também não é indicada para quando o ronco é proveniente de congestões nasais, pois nesses casos a pessoa tende a dormir com a boca aberta como alternativa para respirar melhor, uma vez que o nariz está “bloqueado”. Se a boca for forçada a ficar fechada a falta de ar durante o sono pode causar problemas graves.

Outros tratamentos
Segundo Beatriz, ainda existem outras formas de tratar o ronco, como higiene do sono e emagrecimento, tratamento com aparelhos intraorais como os propulsores mandibulares, aparelhos de pressão positiva (CPAP) e tratamentos cirúrgicos.

“A escolha do tratamento mais adequado ao paciente depende da gravidade de cada caso, e deve ser indicada por uma equipe multidisciplinar capacitada em distúrbios do sono”, diz a especialista.

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