Faixa antirronco: o jeito mais
simples de acabar com esse mal
Ela tem como objetivo manter a mandíbula no lugar reduzindo o risco de
bloqueio das vias aéreas
O ronco é bastante desagradável tanto para quem sofre com ele como
para quem dorme ao lado. Causado pela obstrução das vias aéreas superiores,
esse problema pode ter várias soluções dentre elas uma bem simples: a faixa
antirronco. Mas como ela funciona? Para quais casos é indicada? Ela é realmente
eficiente? Isso é o que vamos descobrir nessa matéria.
O ronco pode ter várias causas
diferentes, e se a coisa for mais complexa, o uso dessa faixa pode até ser
perigoso para a sua saúde.
Em resumo, essa faixa nada mais é do que um tecido que passa sobre a
cabeça para fornecer suporte ao queixo. “A proposta da faixa antirronco é manter
a mandíbula numa posição estável e a boca fechada, evitando o ronco”, diz
Beatriz Lombardi, especialista em Ortodontia, Disfunção Temporomandibular e Dor
Orofacial da A Clínica Oral.
Durante o sono, é normal que os músculos da garganta relaxem e fiquem
flácidos, a língua caia um pouco para trás e a boca tenda a abrir, causando um
estreitamento das vias aéreas superiores, o que dificulta a passagem do ar e
provoca a vibração dessas estruturas, produzindo o som do ronco.
Além de promover o fechamento da boca, o que é bom porque dormir com
ela aberta pode causar o ressecamento da mucosa e um ambiente favorável para o
aparecimento de bactérias, a faixa tem como objetivo manter a mandíbula no
lugar reduzindo o risco da língua e dos tecidos da garganta relaxarem
bloqueando as vias aéreas. A proposta realmente é boa e pode funcionar. Ela
também é indicada como solução para quem baba muito a noite.
Causas diferentes
Mas existem algumas questões que devem ser ditas sobre esse assunto.
Se você sofre com o ronco é fundamental que, primeiramente, você procure um
especialista para analisar o caso. Isso porque o ronco pode ter várias causas
diferentes. E se a coisa for mais complexa, o uso dessa faixa pode até ser perigoso
para a sua saúde.
“O ronco também pode ser causado por desvio das fossas nasais, doença
inflamatória crônica da mucosa nasal ou ter origem infecciosa ou alérgica, como
a sinusite. Dessa forma, o tratamento deve ser indicado avaliando cada caso
individualmente. Qualquer forma de autotratamento sem acompanhamento e
indicação médica pode ser perigosa”, diz a especialista.
Apneia do sono
Quem sofre com a apneia obstrutiva do sono deve ficar ainda mais
atento. Nesses casos, há uma junção das vias aéreas superiores com pausas
respiratórias de duram mais de 10 segundos, fazendo com que a pessoa faça um
esforço respiratório para reverter esse quadro, despertando e adormecendo
centenas de vezes durante a noite.
“Uma das formas de tratamento para apneia são os aparelhos intraorais
que posicionam a mandíbula para frente provocando um avanço da musculatura na
região da faringe e, consequentemente, aumentando o espaço de passagem do ar.
Ou seja, a indicação é de um tratamento na direção oposta, onde ocorre projeção
da mandíbula para frente, com o intuito de ampliar a via aérea, e não a manutenção para trás, como é a proposta da faixa antironco”, diz Beatriz.
A apneia do sono é um problema sério e deve ser encarado exatamente
dessa forma. “Nos casos mais graves de apneia, as pausas respiratórias podem
ultrapassar 40 episódios por hora de sono. Como consequência, ocorre queda do
oxigênio no sangue e aumento do risco de doenças cardiovasculares, como
hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio,
arritmias e hipertensão pulmonar, podendo culminar com morte súbita”, diz a
especialista.
A faixa também não é indicada para quando o ronco é proveniente de
congestões nasais, pois nesses casos a pessoa tende a dormir com a boca aberta
como alternativa para respirar melhor, uma vez que o nariz está “bloqueado”. Se
a boca for forçada a ficar fechada a falta de ar durante o sono pode causar
problemas graves.
Outros tratamentos
Segundo Beatriz, ainda existem outras formas de tratar o ronco, como
higiene do sono e emagrecimento, tratamento com aparelhos intraorais como os
propulsores mandibulares, aparelhos de pressão positiva (CPAP) e tratamentos
cirúrgicos.
“A escolha do tratamento mais adequado ao paciente depende da
gravidade de cada caso, e deve ser indicada por uma equipe multidisciplinar
capacitada em distúrbios do sono”, diz a especialista.
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