MAQUIAVEL E SEU
PENSAMENTO POLÍTICO
Filosofia
Maquiavel, a partir de seu pensamento político, procurou
fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens.
O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural.
Uma delas foi desenvolvida por um autor italiano, Maquiavel, que procurava
fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens.
Essa
pretensão tinha como modelo as ciências naturais que estavam em plena
descoberta (física, medicina, etc.), estabelecidas por Galileu e com o próprio
ideal renascentista de domínio da natureza.
Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse
aplicada também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha
como pressuposto uma natureza humana imutável.
Para ele, se há uniformidade nas
leis gerais das ciências naturais, também deveria haver para as ciências
humanas. Isso foi necessário para manter a ordem dentro do Estado burguês então
nascente, que precisava desenvolver as atividades e prosperar.
O problema para Maquiavel, entretanto, é saber a quem serve a
ciência política e o que fazer para se manter no poder. Apesar de, obviamente,
ser um defensor da burguesia, não se sabe ao certo qual a sua preferência de
forma de governo.
Mesmo assim, ele tende ora para a República, ora para a
Monarquia. Para ele, essa questão é secundária, pois a sua concepção de
história era cíclica e os governos sempre se degeneravam: da monarquia à
tirania, desta à oligarquia e à aristocracia, que, por sua vez, recaíam na
democracia que, enfim, só terá solução com um ditador.
Isso acontece (e se
repete) porque os seres humanos têm uma essência universal: é o desejo de poder
e os vícios a que são acometidos os homens (governantes e seus sucessores) que
fazem com que o governo se degenere.
Por isso, Maquiavel lança mão de dois conceitos chaves: virtu e
fortuna. Este diz respeito à grande maioria dos homens, é a sorte, o destino a
que estão determinados; e aquele é a excelência que poucos homens têm de
previsão, capazes de fazê-los manter o poder máximo possível e para isso podem
matar, roubar, mentir, sem nenhum escrúpulo.
A diferença entre Maquiavel e os outros cientistas naturais é
que estes, ao publicarem suas obras, não constrangem a sociedade de modo geral,
enquanto a obra de Maquiavel causa tal constrangimento, ainda que seja usada
por todos os políticos de todos os tempos.
Por causa disso, o adjetivo
“maquiavélico” significa que “os fins justificam os meios”, ou seja, para se
alcançar um objetivo (no caso de Maquiavel, o poder e a manutenção) vale
utilizar-se de qualquer método.
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