Diz a ciência que os pais podem
ser os culpados pelo gosto musical dos filhos
De acordo com uma nova pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT na sigla em inglês), Estados Unidos, o gosto musical de
uma pessoa é resultado de sua criação, não é algo biológico.
Durante décadas os cientistas trabalharam com a hipótese de que o
cérebro humano é programado para preferir sons consonantes.
Na música ocidental, incluindo todos os gêneros do clássico ao pop,
algumas combinações de notas são consideradas mais harmoniosas e agradáveis, e
são conhecidas como sons consonantes.
Por outro lado, sons dissonantes costumam ser mais chocantes e são
usados pelos compositores para abalar o ouvinte.
“Este estudo sugere que a preferência pela consonância em detrimento
da dissonância depende da exposição à cultura musical ocidental, e não é algo
inato,” diz o neurocientista do MIT, Prof. Josh McDermott, coautor do estudo
publicado na revista Nature.
O estudo foi realizado com mais de 100 pessoas pertencentes a tribos
amazônicas remotas com pouca ou nenhuma exposição à música ocidental, e os
autores descobriram que embora os participantes fossem capazes de diferenciar
os acordes consonantes dos dissonantes, eles não tinham uma preferência por um
dos dois tipos.
“É bem difícil encontrar pessoas que não tenham sido muito expostas à
música popular ocidental devido à sua difusão ao redor do mundo,” diz
McDermott.
“A maioria das pessoas ouve muitas músicas ocidentais, e elas têm
muitos acordes consonantes. Portanto, é difícil eliminar a possibilidade de que
nós gostamos da consonância por ser algo com o qual estamos acostumados, mas
também é complicado realizar um teste definitivo em relação ao tema.”
Após estudar diversos grupos de pessoas na Bolívia e nos Estados
Unidos, os pesquisadores descobriram que a preferência por sons consonantes e
harmoniosos variava bastante.
Nas tribos amazônicas isso não foi detectado; nos dois grupos
bolivianos foi encontrado um pequeno grau de preferência, e nos grupos
norte-americanos o nível identificado foi muito maior.
Os pesquisadores concluíram que as preferências musicais são
provavelmente aprendidas como parte da nossa cultura e criação, e não um
resultado de preferências biológicas.
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