AOS TRANCOS E
BARRANCOS
Ao
longo da História, observamos que as sociedades humanas foram colocadas a
frente dos mais diversos desafios. O processo de dominação da natureza, a
criação de máquinas e a compreensão de outras experiências foram essenciais
para que as dificuldades fossem progressivamente superadas. De fato, de simples
e frágil primata, o homem passou a explorar o seu meio em uma escala jamais
antes observada.
Chegando
até o mundo contemporâneo, vemos que muitas dificuldades foram superadas e
outras ainda estão por vir. Toda essa visível dificuldade nos mostra que as
grandes civilizações venceram o desafio da sobrevivência “aos trancos e
barrancos”. Para alguns, o uso dessa expressão remete a uma estrada tortuosa,
repleta de desafios e várias armadilhas.
Na
verdade, para compreendermos a origem dessa curiosa expressão, devemos nos
reportar à Península Ibérica nos tempos medievais. A palavra “tranco” era
empregada para fazer menção aos saltos que um cavalo dava ao longo de uma
trajetória percorrida. Por outro lado, o “barranco” faz justamente referência
aos obstáculos e valas que o tal equino deveria superar em cada um de seus
saltos.
Segundo
os levantamentos do folclorista Câmara Cascudo, o emprego idiomático desses
termos foi pioneiramente empregado por Alfonso Martinez de Toledo, um escritor
espanhol do século XV. Em sua obra El Corbacho, onde realiza um rico tratado
sobre as artimanhas do amor tolo, há uma curta frase em que o termo “a trancos
ou barrancos” aparece com o sentido de tarefa realizada com muito esforço.
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