Que tipo de relacionamento
sobrevive ao fim da paixão?
Em novo livro, a psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa fala sobre
parcerias amorosas sólidas e discute clichês do amor, como a ideia da 'alma
gêmea'
Escrito pela psicóloga e terapeuta sexual Ana Canosa, o livro “A
Metade da Laranja?” (Master Pop) contesta diversos clichês do amor, como a
crença de que os pares devem se encaixar perfeitamente em todos os aspectos.
“Alma gêmea, nos moldes que se fala por aí... realmente acho que não existe!
Para mim, trata-se simplesmente de uma expressão, uma forma de denominar alguém
a quem desejamos tão bem quanto a nós mesmos”, reflete na página.
Ana Canosa: “É quando a paixão diminui que as parcerias realmente
começam”
Outra questão que ocupa boa parte da obra diz respeito à paixão – e ao
fim desse sentimento. Segundo a psicóloga, quem vive esse momento normalmente
carrega a certeza de que encontrou no outro o predestinado. “Apaixonados acham
coincidências que logo dão a entender que o caso estava escrito nas estrelas”,
conta Ana.
"Mas o fato é que os níveis da paixão começam a cair após algum
tempo. Alguns relatam dois anos, outros quatro anos. O certo é que há prazo de
validade. E quando a paixão acaba, cada um retorna a sua individualidade. Neste
momento, olhar para o diferente pode dar raiva, medo e uma sensação de
frustração”, ressalta a autora, que completa: “É quando a paixão diminui que as
parcerias realmente começam”.
Próximo passo, o amor – ou a frustração? “Há pessoas que não conseguem
suportar o fim da paixão, precisam frequentemente dela como combustível para a
vida”, afirma Ana ao Delas . “Não são poucos os viciados em paixão, e
quando o fogo vai minando, o viciado se desinteressa pelo par. Alguns teóricos
chamam esse estilo de ‘amor mania’, aquele que só acontece no auge do
entusiasmo inicial”.
Mas também existem os ‘cuidadores’, aqueles que preferem fazer crescer
algo duradouro e se realizam a partir do cultivo do amor, mesmo em detrimento
do frio na barriga, em algumas fases.
“O amor é um sentimento que pode
aparecer quando você enxerga o outro de verdade. Então percebe que ele não
mudará suas características mais peculiares e, mesmo assim, você o deseja, o
admira e sente que sua companhia te faz feliz”, analisa.
Em linhas gerais, Ana traça um perfil daqueles que estabelecem parcerias
amorosas duradouras e felizes: “Pessoas que gostam de si mesmas e não se deixam
abusar por ninguém, que não mendigam afeto e não são narcisistas, cuidam de
seus parceiros e gostam de ser cuidadas. Estas todas são características que,
inegavelmente, têm a ver com gente capaz de desenvolver verdadeiras parcerias
na relação amorosa”.
E com o início do novo ano as expectativas aumentam. Qual o conselho
para aqueles que desejam viver um grande amor? “Olhe para os lados e não crie
tantas expectativas. Seja mais curioso e se lance por lugares e grupos
diferentes. O amor é um sentimento que nascerá em você, por isso cuide e goste
muito de si mesmo”, aconselha Ana.
http://delas.ig.com.br/amoresexo/2013-01-15/que-tipo-de-relacionamento-sobrevive-ao-fim-da-paixao.html
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