Dono
de pizzaria suspeito de atirar em menina chora ao ser apresentado
George Araújo se entregou, na segunda-feira
(6), em Aparecida de Goiânia.
Ele vai responder pela morte da garota baleada ao defender o pai em briga.
Ele vai responder pela morte da garota baleada ao defender o pai em briga.
A Polícia Civil apresentou na manhã desta
terça-feira (7), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em
Aparecida de Goiânia, o comerciante George Araújo, dono de
uma pizzaria e suspeito de atirar em uma menina de 11 anos durante uma briga
com o pai dela, no último dia 27 de abril. Após ficar foragido da Justiça, ele
se apresentou à polícia na segunda-feira (6) e passou a noite na Delegacia
Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). Ele irá prestar depoimento ainda
nesta tarde. A garota baleada teve morte cerebral constatada na noite de
domingo (5), mas os aparelhos ainda não foram desligados.
Em prantos, George não se manifestou diante
da imprensa durante a apresentação, mas o advogado de defesa afirma que ele
está arrependido. “Ele me disse que perdeu a cabeça, errou e está preparado
para responder civilmente e criminalmente. Houve todo calor da situação e,
infelizmente, desencadeou na morte da criança. Porém, ele não está se furtando
da responsabilidade”, enfatiza o advogado Roberto Rodrigues.
O advogado argumentou que o pai da criança
deveria ter tido alguns cuidados para evitar a tragédia. “Ele também foi
responsável pelo que aconteceu, pois as imagens mostram que ele usou a criança
como escudo. Os dois têm que responder pela morte da criança”, declara.
Provocação
Ainda segundo o advogado, o comerciante argumenta que efetuou os disparos por ter sido provocado. “O George disse que o pai da criança chegou na pizzaria dizendo que iria resolver um desentendimento que os dois tiveram há aproximadamente dois meses. Ele disse que o homem falava ao celular dizendo que o que era dele estava chegando e também fazia gestos que mencionava que ele estava armado. Por isso, vamos trabalhar na hipótese de homicídio privilegiado, ou seja, quando a pessoa reage a uma provocação”, explica Roberto Rodrigues.
Ainda segundo o advogado, o comerciante argumenta que efetuou os disparos por ter sido provocado. “O George disse que o pai da criança chegou na pizzaria dizendo que iria resolver um desentendimento que os dois tiveram há aproximadamente dois meses. Ele disse que o homem falava ao celular dizendo que o que era dele estava chegando e também fazia gestos que mencionava que ele estava armado. Por isso, vamos trabalhar na hipótese de homicídio privilegiado, ou seja, quando a pessoa reage a uma provocação”, explica Roberto Rodrigues.
Entretanto, a delegada titular da DPCA,
Marcela Orçai, que investiga o caso, afirma que até o momento o comerciante
está respondendo por homicídio. “O inquérito deve ser concluído nesta semana,
se conseguirmos ouvir todas as testemunhas envolvidas no caso, mas, por
enquanto, o George está respondendo por homicídio duplicamente qualificado.
Porém, já descartamos a hipótese de legítima defesa, pois ele efetuou os
disparos sem reação das vítimas”, ressalta a delegada.
Questionada sobre o comerciante ter utilizado o carro da esposa para fugir, ela explica: “Nós estamos fazendo essa análise e ninguém deixará de ser indiciado nesse inquérito. Se for comprovada alguma participação dela no caso, ela será indiciada”, afirma Marcela Orçai.
Questionada sobre o comerciante ter utilizado o carro da esposa para fugir, ela explica: “Nós estamos fazendo essa análise e ninguém deixará de ser indiciado nesse inquérito. Se for comprovada alguma participação dela no caso, ela será indiciada”, afirma Marcela Orçai.
A delegada não soube informar ainda se será
pedida a prisão preventiva do suspeito nem onde ele ficará detido até a decisão
da Justiça.
O crime aconteceu, segundo a polícia,
após uma discussão por causa de uma pizza entre o dono de uma pizzaria, George
Araújo, e o pai da menina Kerolly, o serralheiro Sinomar Lopes, que era cliente
do estabelecimento. A vítima e a irmã Pérola Alves Lopes, de 14 anos, abraçaram
o pai quando viram a arma apontada para ele. O suspeito então atirou três
vezes. Dois disparos atingiram a adolescente, na perna e na cabeça. O atirador
fugiu do local. A câmera de segurança do estabelecimento registrou toda a
confusão (veja vídeo acima).
Quinze horas depois da confusão, o suspeito
de atirar em Kerolly se apresentou em uma delegacia. Ele prestou depoimento
alegando ter disparado em legítima defesa, mas não foi preso na época. A lei
determina que alguém seja preso em flagrante apenas se for detido no momento do
crime, depois de uma perseguição ou se ainda estiver com a arma usada. Como não
havia pedido de prisão, ele acabou liberado. O advogado que o acompanhou no
depoimento desistiu da defesa ao ver o vídeo em que o ex-cliente aparece
disparando contra o serralheiro Sinomar Alves Lopes e as duas filhas, que
tentaram protegê-lo.
No último dia 30, ele teve a prisão
preventiva decretada e ficou foragido até se entregar na noite de
segunda-feira.
Culpa e dor
Em entrevista ao Fantástico, o pai de Kerolly, Sinomar Lopes, declarou se sentir culpado pelo que aconteceu. “Eu me sinto culpado. O que eu estou sentindo é dor demais, é sofrimento pra caramba e mágoa, culpa demais da conta”, declarou.
Ele se emocionou e falou da angústia ao ver a filha hospitalizada. "Hoje eu queria estar no lugar dela. Queria! Eu queria ser naquela hora lá. Porque o pai mesmo é pai e herói do filho, né? Eu estou sentindo no meu coração que, naquela hora, eu não fui ninguém. Uma culpa imensa vendo aquela menina lá", desabafou o pai.
Em entrevista ao Fantástico, o pai de Kerolly, Sinomar Lopes, declarou se sentir culpado pelo que aconteceu. “Eu me sinto culpado. O que eu estou sentindo é dor demais, é sofrimento pra caramba e mágoa, culpa demais da conta”, declarou.
Ele se emocionou e falou da angústia ao ver a filha hospitalizada. "Hoje eu queria estar no lugar dela. Queria! Eu queria ser naquela hora lá. Porque o pai mesmo é pai e herói do filho, né? Eu estou sentindo no meu coração que, naquela hora, eu não fui ninguém. Uma culpa imensa vendo aquela menina lá", desabafou o pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário