segunda-feira, 30 de julho de 2012

Cada um olhe o seu...


Olhando para o próprio umbigo... Para mantê-lo saudável!

Este inocente orifício, resultado da cicatriz que se forma ao cortar o cordão umbilical após o parto, foi tradicionalmente um elemento anatômico capaz de criar paixões, como símbolo de sensualidade, erotismo e sedução.

Em algumas épocas expô-lo aos olhares alheios era considerado pouco menos que uma provocação sexual. Hoje em dia, quando a nudez dessa parte do corpo deixou de ser um tabu, poucas pessoas são insensíveis à visão de um umbigo feminino ou masculino, exposto sobre uma barriga reta.
"O umbigo é uma cicatriz inútil para o adulto, embora quando fica aberto durante a vida uterina seja fundamental para que o feto sobreviva", segundo o médico Manuel Zamora Gómez, especialista em Avaliação do Dano Corporal.

"O cordão umbilical é um conduto gelatinoso com cerca de meio metro de comprimento, que se estende do abdômen do futuro bebê até a placenta materna. Por seu interior correm vasos sanguíneos, por onde fluem o sangue oxigenado e abundante em substâncias nutritivas, e o sangue venoso", explica.

Segundo Zamora, "após o parto, os médicos cortam o cordão umbilical, deixando um penduricalho que se fecha com uma pinça. Com a passagem dos dias, este fragmento se mumifica, depois seca e cai sozinho. A ferida cicatriza, os tecidos circundantes se retraem e assim se origina o umbigo". 

A fauna da primeira cicatriz humana. Ao redor de 1.400 cepas de diferentes tipos de micróbios vivem no umbigo humano e 80% delas pertencem a um grupo de 40 espécies, de acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU, na sigla eminglês), em Raleigh (Estados Unidos). 

A maior parte dos micróbios detectados pelos pesquisadores do projeto Biodiversidade do Umbigo é conhecida como Staphylococcus epidermidis, a cepa mais frequente presente na pele, e 80% deles pertencem a um grupo de 40 espécies.
Uma das razões da biodiversidade microbiana do umbigo, é que nesta área do corpo os micróbios "ficam relativamente isolados e protegidos", segundo os especialistas da NSCU. Alguns destes micróbios são patógenos e podem provocar problemas de saúde se não forem tomadas determinadas precauções.

Onfalite, assim se denomina um problema que muitos acreditam ser limitado aos bebês e crianças, mas é bastante frequente nos adultos, em quem costuma ser localizado. É de evolução lenta e crônica, tendo que ser combatido com antibióticos.

Para detectá-la e prevení-la, o Conselho Geral de Colégios Oficiais de Médicos (CGCOM) espanhol aconselha fazer uma visita ao médico se o umbigo ficar avermelhado, quente, fétido e inchado, por onde flui um líquido e inclusive pus, assim como verificar os botões ou tecidos da roupa, já que muitas vezes eles podem irritar o umbigo e a região que o rodeia.

O CGCOM também recomenda manter uma higiene adequada do umbigo, lavando-o com sabão neutro a cada banho e secando bem suas rugas, para evitar que acumule umidade, sujeira e germes.

"A presença de uma onfalite recorrente em um adulto com uma boa higiene do umbigo obriga a se pensar em uma patologia subjacente, como um quisto epidérmico, hérnia umbilical ou endometriose", assinala o CGCOM.

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