As neurociências cognitivas – Nicoli Fiori
Talvez
você estranhe o fato de encontrar entre resenhas de livros de filosofia o
título "As neurociências cognitivas", mas o fato de atribuirmos ao
funcionamento cerebral uma série de aspectos próprios de nossas formas de
pensar merece um estudo mais detalhado e acurado, a fim de não cometermos o
erro histórico de saltar, num salto praticamente mortal, de pesquisas que
elucidam aspectos simples de nosso funcionamento neuronal, para conclusões
acerca da complexidade do funcionamento do cérebro humano. Além disso, a área
denominada no livro como neurociências cognitivas é objeto de estudo de
diferentes áreas, tais como: psicologia, neurobiologia, informática e
filosofia, entre tantas outras.
O livro, publicado originalmente em francês, em 2006, é um pequeno manual que apresenta noções básicas no campo das neurociências cognitivas, referindo-se, especificamente, às bases cerebrais da cognição.
Seu primeiro capítulo, intitulado "As neurociências cognitivas", apresenta a discussão do termo e tenta elucidar os significados das diferentes definições: neurociências, neurobiologia molecular ou neurociências moleculares, neurociências integradas ou integrativas, neuropsicologia, psicofisiologia são alguns dos termos apontados. Ainda no primeiro capítulo, um breve histórico das pesquisas sobre o cérebro, percorrendo, da pré-história à atualidade em seis páginas. A conclusão deste capítulo introdutório é uma "nota pessimista": "parece necessário "temperar" um pouco o entusiasmo suscitado por esse novo método, ao menos em seus aspectos mais caricaturais. A riqueza e a complexidade do pensamento humano são grandes e constituem um desafio para os cientistas. Entretanto, é possível que a descoberta do conjunto dos mecanismos do pensamento humano ainda leve um certo tempo para se completar. Ignorar esse aspecto leva, no melhor dos casos, a dar falsas esperanças e, no pior, a conduzir a erros que, infelizmente, não isentam a história das ciências: não nos esqueçamos, por exemplo, que a utilização abusiva e errônea de certos dados sobre o cérebro pode servir ao desenvolvimento de teses nazistas".
Os capítulos seguintes expõem: A organização do sistema nervoso, os métodos de imageria cerebral, a percepção de alto nível: o caso da visão, memória, a linguagem, a atenção. Todos com breves descrições das principais pesquisas sobre o tema, com enfoque neuronal.
O capítulo VIII, "Especialização hemisférica e diferenças entre o cérebro masculino e o cérebro feminino", expõe o que se sabe a respeito das citadas diferenças, mas sem emitir juízos a respeito e questionando aspectos singulares da constituição cerebral de cada ser humano, o que poderia influenciar nos resultados de tais pesquisas. Segundo a autora, "nada permite afirmar que o homem é superior à mulher, mas nada permite também que se afirme o contrário!".
O último capítulo, "Emoção e cognição", apresenta o relato de algumas pesquisas sobre as relações entre os aspectos emocionais e cognitivos, também de forma inconclusiva, considerando as controvérsias sobre o assunto.
Apesar de breve e superficial, trata-se de uma boa introdução para quem deseja uma primeira aproximação ao assunto.
http://www.filosofia.com.br/vi_res.php?id=14O livro, publicado originalmente em francês, em 2006, é um pequeno manual que apresenta noções básicas no campo das neurociências cognitivas, referindo-se, especificamente, às bases cerebrais da cognição.
Seu primeiro capítulo, intitulado "As neurociências cognitivas", apresenta a discussão do termo e tenta elucidar os significados das diferentes definições: neurociências, neurobiologia molecular ou neurociências moleculares, neurociências integradas ou integrativas, neuropsicologia, psicofisiologia são alguns dos termos apontados. Ainda no primeiro capítulo, um breve histórico das pesquisas sobre o cérebro, percorrendo, da pré-história à atualidade em seis páginas. A conclusão deste capítulo introdutório é uma "nota pessimista": "parece necessário "temperar" um pouco o entusiasmo suscitado por esse novo método, ao menos em seus aspectos mais caricaturais. A riqueza e a complexidade do pensamento humano são grandes e constituem um desafio para os cientistas. Entretanto, é possível que a descoberta do conjunto dos mecanismos do pensamento humano ainda leve um certo tempo para se completar. Ignorar esse aspecto leva, no melhor dos casos, a dar falsas esperanças e, no pior, a conduzir a erros que, infelizmente, não isentam a história das ciências: não nos esqueçamos, por exemplo, que a utilização abusiva e errônea de certos dados sobre o cérebro pode servir ao desenvolvimento de teses nazistas".
Os capítulos seguintes expõem: A organização do sistema nervoso, os métodos de imageria cerebral, a percepção de alto nível: o caso da visão, memória, a linguagem, a atenção. Todos com breves descrições das principais pesquisas sobre o tema, com enfoque neuronal.
O capítulo VIII, "Especialização hemisférica e diferenças entre o cérebro masculino e o cérebro feminino", expõe o que se sabe a respeito das citadas diferenças, mas sem emitir juízos a respeito e questionando aspectos singulares da constituição cerebral de cada ser humano, o que poderia influenciar nos resultados de tais pesquisas. Segundo a autora, "nada permite afirmar que o homem é superior à mulher, mas nada permite também que se afirme o contrário!".
O último capítulo, "Emoção e cognição", apresenta o relato de algumas pesquisas sobre as relações entre os aspectos emocionais e cognitivos, também de forma inconclusiva, considerando as controvérsias sobre o assunto.
Apesar de breve e superficial, trata-se de uma boa introdução para quem deseja uma primeira aproximação ao assunto.
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