sábado, 21 de julho de 2012

Viva a sabedoria...


Para que serve a verdade? Pascal Engel e Richard Rorty
Para que serve a verdade? O livro apresenta um debate ocorrido na Sorbonne, em 2002, entre Pascal Engel e Richard Rorty. Com trajetórias filosóficas opostas, Pascal Engel inicia os estudos com Heidegger e Deleuze e direciona-se para Tarski e Ramsey, enquanto Rorty começa com Ayer e Carnap e termina escrevendo sobre Heidegger e Derrida. O tema em questão é saber se há o "conhecimento objetivo". A tese defendida por Rorty consiste na superação do debate realismo/antirrealismo, visto que tal debate não possui, segundo ele, incidência prática. Pascal Engel inicia citando Bernard Williams em "Verdade e veracidade" para apresentar o antagonismo da contemporaneidade: a desconfiança e a necessidade de confiança. Ao mesmo tempo em que não cremos mais na verdade, temos sede de verdade. Em sua fala Critica as teses de Rorty e do pragmatismo em geral, mostrando as dificuldades resultantes de se assimilar a verdade à utilidade, e formula algumas questões a Rorty, destacando como problemas o deflacionismo e o quietismo derivados da maneira plana de conceber a linguagem, ao que Rorty responde: "Essa é precisamente a maneira pela qual compreendo a linguagem. É um tecido contínuo, que podemos apanhar renunciando a todas as distinções tradicionais. Devemos ter uma concepção plana e homogênea da linguagem. E, com efeito, reconheço como minha uma concepção quietista da linguagem" (p. 53). Rorty define a tese do pragmatismo como a formulada por William James: "se esse debate não tem incidência na prática, então ele também não deve ter incidência filosófica". Também afirma que "se um discurso tem a faculdade de representar o mundo, então todos os discursos têm essa faculdade, dissolvendo a idéia de que algumas atividades humanas podem atingir o conhecimento enquanto outras não". A questão, para Rorty, são as práticas cotidianas: mudar o vocabulário não altera as práticas, afirma ele. O debate prossegue com a apresentação dos argumentos que defendem a tese. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mais uma etapa superada...