Traficante preso em São Paulo curtia a vida
adoidado
Foragido da Justiça desde 2008,
quando já era alvo de mandado de prisão por tráfico de drogas, André Luiz
Barreto de Freitas, o André Paulistinha, de 27 anos, vinha gastando os quase R$
2 milhões do dinheiro que ganhava por mês curtindo a vida adoidado. As inúmeras
fotos e vídeos de arquivos pessoais do traficante, encontradas pela polícia em
sua casa, em São Paulo, registram passeios a lugares paradisíacos do Nordeste,
divertimentos em parques temáticos e encontros familiares numa chacará que ele
possui no interior de São Paulo. Tudo isso no período em que deveria estar
atrás das grades.
Depois de seis meses de
investigações, agentes da Polinter conseguiram acabar com a farra de
Paulistinha. Ele foi cercado na casa dos pais, na região de Jardim Martine, em
São Paulo, na noite de terça-feira.
Com histórico de extorsões sofridas
pelas polícia do Rio e de São Paulo, Paulistinha era considerado o homem forte
na comercialização de drogas para traficantes de uma facção criminosa no Rio de
Janeiro. As investigações apontam, entretanto, que ele também fornecia sua
cocaína com quase 100% de pureza para os estados de Sergipe e Bahia.
A última carga trazida pelo
traficante foi há dois meses para traficantes do Jacarezinho. André usava
sempre um de seus dois veículos — um CRV e um Mitsubishi — para transportar o
material que vinha direto da Bolívia. Os carros são os únicos bens que ele tem
em seu nome. Pela quantidade de passeios que fez com a família, o traficante
deve ter gasto grande parte de sua fortuna na farra.
Um vídeo mostra Paulistinha descendo
um tobogã em um Parque Aquático, em Goiás, acompanhado de um de seus filhos.
Enquanto esteve foragido, André e os parentes visitaram também o parque do Beto
Carrero, em Santa Catarina.
Câmeras do posto da Receita Federal
na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu, flagraram o que pode ter sido a última
viagem de Paulistinha para comprar drogas. Elas registraram que no dia 11 de
junho desse ano o traficante atravessou a fronteira do Paraguai, pelo Paraná,
retornando ao Brasil no dia 19. O veículo usado foi o CRV. A droga vinha em
fundos falsos nos veículos.
Grampos.
Escutas telefônicas de 2008 flagraram negociações de Paulistinha com bandidos
das favelas de Manguinhos e Jacarezinho. Um deles é Régis Eduardo Batista, o RG,
que se entregou na madrugada de quarta-feira. Ele é apontado como suspeito da
morte do soldado Fabiana Aparecida no ataque à Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) do Complexo do Alemão.
Conversas.
Em uma conversa, Paulistinha diz: "Faz o seguinte, troca uma ideia com o
RG. Fala que o carro que eu arrumei quebrou. O que eu peguei não coube nada.
Como foi 17 de açúcar (cocaína), deixa oito pro RG. O óleo (haxixe) você solta
11 para ele e fica com cinco, tá?".
Extorsão.
Em conversas informais com policiais, Paulistinha disse já ter sido extorquido
por policiais cariocas e paulistas. Em uma de suas vindas ao Rio, afirmou ter
perdido R$ 800 mil na Presidente Dutra, quando voltava com o dinheiro referente
a venda de uma carga. O traficante afirma que ainda apanhou dos policiais.
Viagens.
Paulistinha vinha pelo menos duas vezes por semana ao Rio de Janeiro e trazia
cocaína, haxixe e crack. O último ele batizava de Ronaldo Fenômeno. Por cada
uma dessas viagens ele ganhava uma média de R$ 240 mil. Outras pessoas que o
ajudavam estão sendo investigadas.
Carros.
Um homem era o responsável por fazer os fundos falsos de seus veículos para
esconder a droga. O compartimento só era aberto através de um botão que era
instalado no porta-malas e com os faróis acessos. O esquema foi descoberto em
uma das apreensões feitas pela polícia.
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/traficante-preso-em-sao-paulo-curtia-vida-adoidado-5613650.html#ixzz223Rllxlj
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