terça-feira, 13 de novembro de 2012

Soberba infame...


Ministro diz que prefere morrer a passar anos em cadeias brasileiras
SÃO PAULO - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta terça-feira que prefere morrer a ter que passar muitos anos preso numa penitenciária brasileira, caso fosse condenado por algum crime. A afirmação foi feita em palestra a empresários em São Paulo, em que Cardozo respondeu a pergunta sobre se concordava com a pena de morte. Cardozo disse ser contrário à pena de morte e afirmou que as cadeias do país tem condições "medievais". Ele citou problemas que elas ainda enfrentam, como a violência entre detentos, que acaba levando à morte de internos.
- Infelizmente, os presídios no Brasil ainda são medievais. E as condições dentro dos presídios brasileiros ainda precisam ser muito melhoradas. Entre passar anos num presídio do Brasil e perder a vida, talvez eu preferisse perder a vida, porque não há nada mais degradante para um ser humano do que ser violado em seus direitos humanos - disse Cardoso.
Cardozo se referiu à vida nas cadeias como "desrespeitosa", "degradante" e "não dignificante".
O ministro da Justiça não quis comentar sobre a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e dos ex-dirigentes petistas José Genoíno e Delúbio Soares pelo mensalão no Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, caberá à Justiça decidir em que presídios os condenados cumprirão pena.
- Eu como cidadão brasileiro tenho meus sentimentos em relação a esse processo que julgou o mensalão no STF. Mas como ministro não comentarei jamais qualquer ação que o Poder Judiciário julgue. Meu papel é respeitar o estado de Direito e garantir a independência dos poderes - disse Cardozo.
Na palestra, o ministro também disse que quando há um "jogo de empurra" entre os governos federal, estadual e municipal para resolver o problema da criminalidade, o combate à violência fica prejudicado. Questionado sobre se fazia referência ao caso de São Paulo, o ministro desconversou e disse que o que ocorreu no estado antes do início da atuação em conjunto entre a União e a gestão do governador Geraldo Alckmin eram "águas passadas".

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