quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Viva a sabedoria...

Antero de Quental

Antero Tarquínio de Quental (Ponta Delgada, 1842-1891), poeta, pensador e filósofo português. Estudou em Coimbra, onde se licenciou em Direito. Grande vulto da Geração de 70, de que foi, de certo modo, mentor. Empenhou-se na revolução da mentalidade das elites no sentido modernizante, e na revolução social em defesa da classe trabalhadora. Alcançou projecção europeia. Está traduzido em várias línguas. Sofrendo, desde 1874, de psicose maníaco-depressiva, acabou por se suicidar.
No aspecto literário, ele próprio se considera discípulo de Camões. A poesia de Antero transformou-se em vivência dialéctica da concepção do mundo. Considerado um dos grandes espíritos da humanidade, os seus Sonetos alcançaram, segundo estudiosos do género, alguns dos momentos superiores da poesia portuguesa do século XIX.
É sobretudo nos seus poemas que encontramos expresso o seu pensamento filosófico. Leibniz, Kant, Hegel e E. Hartmann influenciaram o desenvolvimento do seu pensamento. No que respeita à filosofia social e política, foi Proudhon que lhe serviu de referência. Com efeito, «o principal significado da obra filosófica de Antero Quental reside na sua reacção contra o naturalismo e o positivismo e no seu empenho em fundar uma filosofia com lugar para as questões metafísicas» (Gustavo de Fraga, in LOGOS).
Os seus Sonetos, de intensa dimensão filosófica, são dos mais belos da língua portuguesa: Prosas (1923-1931), Leituras Populares (1860), O Sentimento da Imortalidade (1865), Bom-senso e bom gosto (1865), Odes Modernas (1865), A Filosofia da Natureza dos Naturalistas (1886), Sonetos Completos (1886,) O Socialismo e a Moral (1889), Tenências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX (1890), Ensaio sobre as bases Filosóficas da Moral ou Filosofia da Liberdade (1893), Prosas (1923, em 3 vols.).

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