À espera de
tratamento, pai acorrenta filho usuário de crack no RS
Jovem de 22 anos foi preso dentro de casa, em Passo Fundo.
Coordenadoria Regional de Saúde diz que vai resolver situação.
Coordenadoria Regional de Saúde diz que vai resolver situação.
A demora para conseguir tratamento para um filho usuário de
crack levou um pai a uma atitude extrema em Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. A saída que ele
encontrou para afastar o jovem de 22 anos das drogas foi acorrentá-lo dentro de
casa. A família conseguiu autorização na Justiça para internação, mas há mais
de um mês espera pela vaga, como mostra a reportagem do Jornal do Almoço, da
RBS TV (veja o vídeo).
A corrente que prende o jovem tem cinco metros e três
cadeados. Nos dois primeiros dias as mãos dele também foram amarradas, até ele
se mostrar mais tranquilo. "Eu não tenho como ficar esperando mais. Agora
estou com ele amarrado, está bem louco para ser solto, só que pelo menos ele
está vivo", desabafou o pai, que não se identificou. "Isso não é
certo, mas no momento era o que tinha de certo para fazer", completou.
À reportagem, o jovem, que também teve a identificação
preservada, disse que começou a usar drogas aos 17 anos. Em resumo, ele contou
em que se transformou sua vida. "Comecei com maconha, depois usei cola, pó
e pedra também. Agora se transformou em cadeia, internação (...) Quero voltar a
ter uma vida normal, porque todo o meu dia a dia é perigoso", salientou.
No hospital psiquiátrico de Passo Fundo a reportagem da RBS
TV encontrou leitos disponíveis. O Hospital Bezerra de Menezes é referência na
região no atendimento de dependentes químicos. "Possivelmente houve uma
dificuldade na regulação desses leitos, porque o hospital está à disposição,
aberto, com uma estrutura de tratamento adequada", afirmou o diretor
técnico Rogério Riffel.
Os pedidos de internação feitos pela Justiça ou pelo
município vão para a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde. Depois os pacientes
são encaminhados para um dos 122 leitos credenciados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). A média de tempo para abrir uma vaga é de uma semana.
"Me parece que ocorreu algum problema de encaminhamento.
A documentação foi encaminhada para a 6ª coordenadoria no começo de fevereiro,
e no mesmo dia reenviamos para a Secretaria Municipal de Saúde para as
correções necessárias. Estamos aguardando o documento do município",
garantiu o coordenador Luiz Fabrício Scheis.
Após a reportagem, a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde
confirmou que houve um erro no preenchimento da documentação, o que acabou
atrasando o processo. Porém, segundo a mesma, o problema já foi resolvido e o
jovem deve ser internado ainda nesta semana.
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