Teoria
Crítica - Primeira geração: Abordagem marxista e multidisciplinar
A chamada Teoria Crítica surge em 1924, no âmbito
da sociologia alemã, com a formação da Escola de Frankfurt e do Instituto de
Pesquisas Sociais, sediados na Universidade de Frankfurt am Main, Alemanha.
A primeira geração de cientistas sociais que
integrou a Escola de Frankfurt foi composta por um grupo de intelectuais alemães
de esquerda, entre os quais figuram: Walter Benjamin, Theodor Adorno, Max
Horkheimer e Herbert Marcuse.
Em seu aspecto geral, pode-se afirmar que a Teoria
Crítica está baseada numa interpretação ou abordagem materialista - de caráter
marxista e multidisciplinar (porque agrega contribuições de várias ciências:
sociologia, filosofia, psicologia social e psicanálise) - da sociedade
industrial e dos fenômenos sociais contemporâneos. A chamada Revista de
Pesquisa Social foi a principal publicação da Escola de Frankfurt.
Contexto
histórico
Os programas de pesquisas teóricas e empíricas
associados à Teoria Crítica passaram por significativas mudanças no decorrer
das décadas, em razão da alternância de intelectuais no cargo de diretor do
Instituto de Pesquisas Sociais - e também devido ao contexto histórico mais
amplo, tanto da Alemanha como da realidade mundial.
A Escola de Frankfurt, contudo - e, por
conseguinte, a Teoria Crítica -, conseguiram se institucionalizar apenas no
final da década de 1940, justamente após o fim da Segunda Guerra Mundial.
O processo tardio de institucionalização da Teoria
Crítica se deve ao advento do regime nazista na Alemanha, com a ascensão de
Adolf Hitler ao poder. A maioria dos membros da Escola de Frankfurt era formada
por judeus, e as perseguições políticas na Alemanha dividiram o grupo e
forçaram a transferência do Instituto de Pesquisas Sociais para Genebra
(Suíça), Paris (França) e, depois, Estados Unidos.
A dispersão da primeira geração de cientistas
sociais da Escola de Frankfurt dificultou a unidade e a regularidade da
produção teórica e da realização de pesquisas consistentes. Por conta disso,
uma das características da Teoria Crítica é sua fragmentação numa série de
estudos, muitos deles contraditórios e antagônicos.
Ciência e
política
A primeira geração de cientistas sociais
pertencentes à Escola de Frankfurt desejava que todo conhecimento social
produzido no âmbito do Instituto de Pesquisas Sociais transbordasse para fora
do círculo acadêmico, de modo que pudesse ser utilizado para produzir
intervenções práticas na sociedade, com o objetivo de provocar mudanças ou
transformações sociais.
A vertente intervencionista da Escola de Frankfurt,
aliada à abordagem marxista - e, portanto, eminentemente crítica e autocrítica
da sociedade contemporânea, em seus mais variados aspectos -, difere e se
distancia significativamente da sociologia americana que estava sendo
desenvolvida, na época, pela Escola de Chicago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário