quarta-feira, 4 de julho de 2012

Devanear...


ALENCAR – MACHADO DE ASSIS
Hão de anos volver, - não como as neves 
De alheios climas, de geladas cores; 
Hão de os anos volver, mas como as flores, 
Sobre o teu nome, vívidos e leves... 

Tu, cearense musa, que os amores 
Meigos e tristes, rústicos e breves, 
Da indiana escreveste,-ora os escreves 
No volume dos pátrios esplendores. 

E ao tornar este sol, que te há levado, 
Já não acha a tristeza. Extinto é o dia 
Da nossa dor, do nosso amargo espanto. 

Porque o tempo implacável e pausado, 
Que o homem consumiu na terra fria, 
Não consumiu o engenho, a flor, o encanto... 
http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1389

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