O Condenado - Augusto dos Anjos
A praça estava cheia. O
condenadoTranspunha nobremente o cadafalso.
Puro de crime, isento de pecado,
Vítima augusta de indelével falso.
E na atitude do Crucificado,
O olhar azul pregado n`amplidão,
Pude rever naquele desgraçado
O drama lutuoso da Paixão.
Quando do algoz cruento o braço alçado
Se dispunha a vibrar sem compaixão
O golpe na cabeça do culpado
Ele, o algoz - o criminoso - então,
Caiu na praça como fulminado
A soluçar: perdão, perdão, perdão!
http://lindos-sonetos.vilabol.uol.com.br/xav5.htm
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