Excesso de gordura prejudica o
cérebro e pode provocar doenças
Consumo
excessivo destrói os neurônios e faz a pessoa querer comer mais.
Além disso, o excesso causa problemas cardiovasculares e nas artérias.
Além disso, o excesso causa problemas cardiovasculares e nas artérias.
Todo
mundo sabe que comer um sanduíche com mortadela, salsicha ou linguiça é uma
delícia. Mas é preciso cuidado porque esses alimentos são gordurosos e, se
consumidos em excesso, podem causar problemas para a saúde.
O
Bem Estar desta quarta-feira (22) recebeu o endocrinologista Alfredo Halpern e
a nutricionista Ana Maria Lottenberg para mostrar como a gordura age no
organismo e como consumi-la da maneira correta para evitar problemas. O
endocrinologista Alfredo Halpern explica que a gordura pode fazer bem para o
corpo se consumida dentro do recomendado. O excesso pode causar problemas nas
artérias, no cérebro, e provocar doenças como diabetes e obesidade.
Além
disso, pesquisas mostram que o consumo excessivo da gordura saturada de origem
animal provoca uma inflamação no hipotálamo, a região do cérebro que controla a
fome e a saciedade. Isso destrói os neurônios e a pessoa não se sente mais
saciada e come mais.
Além
disso, esse excesso provoca também um “estresse” metabólico das células, que
ficam desorganizadas.
Por
isso, a gordura deixa de ser depositada apenas nas células adiposas e começa a
se instalar também em alguns órgãos, como o fígado e o pâncreas.
Outro
problema do consumo de alimentos gordurosos é a digestão, que é mais lenta, ou
seja, a gordura demora mais para ser eliminada do estômago.
De
acordo com dados do Ministério da Saúde, desde os anos 70, o brasileiro vem
mudando sua alimentação com dietas que não atendem às necessidades nutricionais
do organismo.
O
consumo de refrigerante, refeições prontas, misturas industrializadas cresceu,
assim como o de alimentos embutidos, como a salsicha, frios e linguiças –
aumentou em 300%.
A
nutricionista Ana Maria Lottenberg recomenda que a gordura represente apenas
30% da alimentação para uma dieta balanceada.
Desses
30%, apenas 7% devem ser gordura saturada. Grande parte deve ser de gordura de
origem vegetal, que é a menos prejudicial. Por isso, saber qual a quantidade de
cada alimento ajuda a se manter dentro da dieta saudável.
Em
uma fatia de mortadela de 50 gramas, por exemplo, tem 12,5 gramas de gordura
total, sendo 5 delas de gordura saturada. Ou seja, 25% desse alimento é
gordura. Já uma salsicha, também de 50 gramas, possui 13 gramas de gordura,
sendo 4 delas de gordura saturada, o que dá 26% de gordura.
Saber
escolher o tipo da linguiça também pode ajudar na dieta. Por exemplo, 50 gramas
da linguiça toscana tem 9 gramas de gordura, sendo 4 delas saturada. Isso
significa 18% de gordura no alimento, um percentual menor do que os outros.
Mas, se você preferir a linguiça portuguesa, esse percentual aumenta para 32% e
isso já é um número preocupante.
Todos
esses alimentos são carnes processadas, que não têm ferro e têm poucas
vitaminas. Elas têm muito sal, conservantes e gordura e, por isso, não devem
ser consumidas com frequência.
E
é importante lembrar também que, durante um dia inteiro, uma pessoa irá ingerir
outras gorduras que, somadas à mortadela, por exemplo, ultrapassarão o consumo
recomendado.
O
modo de preparo também pode interferir nas características do alimento. Por
exemplo, a linguiça ganha entre 5 e 8 gramas de gordura se for frita, o que corresponde
a mais ou menos 50 calorias a mais na alimentação. A dica é prepará-la no
forno, assada, sem usar óleo ou refogá-la com tomate ou cebola e, se quiser
usar um fio de óleo.
Para
a nutricionista Ana Maria Lottenberg, a gordura trans, que também se chama
gordura vegetal hidrogenada, é a mais prejudicial à saúde. Esse tipo de gordura
aumenta o colesterol total e o colesterol “ruim”. Em longo prazo, as consequências
disso aparecem e podem surgir doenças como infarto e derrame cerebral.
Mas
a gordura trans ajuda a melhorar a consistência e aumentar a vida de prateleira
de alguns produtos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) determina que todos os alimentos tragam em sua embalagem a quantidade
de gordura trans presente nas fórmulas.
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