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Carnaval, doença do beijo se espalha e atrapalha a folia
Transmitido por saliva, vírus tem sintomas
que como febre, tosse e dor na garganta
Rio - Para muitos foliões, o beijo na boca é
parte inseparável da festa mais calorosa do ano. Mas é justamente ele que, no
Carnaval, abre as portas e aumenta o raio de transmissão da mononucleose,
conhecida pelo nome de guerra de “doença do beijo”.
O mal é inoculado pelo vírus Epstein-Baar e
é transmitido no contato com saliva contaminada.
O tempo de incubação é de até
45 dias após a exposição. Isso significa que, até lá, os sintomas podem nem
aparecer.
A doença atinge mais adolescentes e jovens,
entre 15 e 25 anos, que aproveitam o Carnaval para beijar
Segundo a infectologista do Hospital
Beneficência Portuguesa de São Paulo, Eliane Iokote, o diagnóstico é
frequentemente confundido com o de outras viroses, pois os sintomas gerais são
semelhantes. Febre, tosse, dor na garganta e no corpo, gânglios no pescoço e manchas
avermelhadas na pele são os mais comuns que aparecem.
A enfermidade atinge mais os jovens e
adolescentes, entre 15 e 25 anos, que estão tendo suas primeiras experiências
amorosas.
“Depois que temos contato com o vírus pela primeira vez, quando novos,
o corpo cria uma memória imunológica que impede que tenhamos a doença
novamente, depois de velhos”, diz Eliane.
A especialista diz que a maioria das pessoas
já tive a doença do beijo e não ficou sabendo. “A distância entre o contato com
o vírus e o surgimento dos sintomas faz com que seja difícil afirmar se era
mononucleose ou outra virose”, explica a especialista.
Para um diagnóstico preciso, são necessárias
informações como os lugares frequentados nos últimos dias, o dia em que
surgiram os incômodos e se o paciente esteve em contato com pessoas que estavam
doentes.
O tratamento é prescrito pelo clínico
dependendo do quadro do paciente. “Costumamos tratar apenas dos efeitos da
virose, e para isso usamos o que chamamos de medicação sintomática. Na maioria
das vezes, analgésicos e antitérmicos”, diz.
Apesar do beijo representar a atitude mais
decisiva para o aumento de casos durante o Carnaval, conversar com o rosto
próximo ao da outra pessoa também favorece a transmissão.
“Uma gota de saliva
já é o suficiente”, afirma Eliane. Para se prevenir, o folião precisaria não
beijar pessoas com o problema, mas ela alerta para a dificuldade de identificar
possíveis portadores.
“A doença pode estar em fase assintomática,
e assim, fica impossível diferenciar quem tem o vírus”, afirma.
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