Entenda
como o ciclo menstrual muda ao longo da vida
Da menarca à menopausa, entenda o momento
das alterações hormonais e os problemas que podem se manifestar
Alterações no ciclo menstrual devem ser
sempre monitoradas de perto pelo ginecologista
Daquele dia inesquecível em que a menina
"ficou mocinha" até o dia de abandonar o absorvente, são pouco mais
de três décadas de ciclo menstrual. Mas ele não é igual. Conforme os anos
passam, tanto a periodicidade quanto o volume do fluxo podem mudar. São
alterações comuns ao longo do período reprodutivo.
Menarca: A partir da menarca – a primeira
menstruação – é normal que as meninas tenham até dois anos para poder afirmar
que seu ciclo é periódico. “O que pode acontecer nessa fase são os ciclos
anovulatórios, em que a menina não ovula. A menstruação pode acontecer a cada
40 ou 50 dias, por conta da imaturidade do eixo cérebro-ovário, isto é, quando
o organismo não consegue entender o comando que o cérebro envia ao ovário,
pedindo para que ele ovule”, ensina Graciela Morgado, ginecologista e membro da
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Dois anos após a primeira menstruação é
comum que o ciclo fique regular, causando menos receios às garotas. “A
irregularidade nessa fase em que a personalidade da menina está se formando
pode ser um empecilho, pois ela não sabe se vai ou não sangrar demais, podendo
perder compromissos ou se sujar na escola”, exemplifica a ginecologista Bárbara
Murayama da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho.
Auge
reprodutivo: Passado os dois
anos iniciais, o ciclo menstrual passa a ser de 25 até 32 dias, regularmente.
“A mesma mulher pode ter alterações nesse ciclo ao longo da vida, como ter tido
o ciclo sempre de 30 dias e depois passar a ter de 26. O importante é ter a
regularidade”, explica Graciela.
No período da ovulação, é normal que haja
uma secreção transparente, algo que a mulher não precisa se preocupar,
tranquiliza Graciela. Já se houver alterações do aumento do fluxo, a mulher
precisa ir ao médico, pois podem sinalizar endometriose, miomas, pólipos e
alterações hormonais. A diminuição abrupta do fluxo pode ser um sinal de
estresse. Se o contrário acontecer, como o ciclo espaçado (de 40 a 50 dias), é
bom investigar se não é um sintoma de ovários policísticos. “O fluxo normal
deve ser até 80 ml por ciclo, o que equivaleria a três absorventes cheios por
dia”, detalha Graciela.
A ginecologista do Hospital 9 de Julho
explica que a gravidez - que é um bloqueio natural das menstruações por nove
meses e durante o tempo de aleitamento - por muitas vezes pode funcionar até
como prevenção e parte do tratamento para doenças como a endometriose.
“Mulheres que têm essas doenças passam a ter menos cólicas menstruais e fluxo
menor após a gravidez, mas isso não é uma regra”, explica.
Perimenopausa: A fertilidade, que teve seu auge por volta
dos 25 anos, começa a se declinar partir dos 35. Dois anos antes da menopausa -
que no Brasil acontece, em média aos 47,5 anos - reaparecem muitos dos sintomas
que aconteceram nos anos iniciais (menarca). Agora, é a perimenopausa, fase em
que o ciclo tende a ficar mais espaçado, com periodicidade de até 6 meses.
Menopausa: A média da idade da brasileira ao entrar na
menopausa é de 47,5 anos, mas é considerado normal quando acontece entre 40 aos
52 anos. Os sintomas clássicos são fogachos (calores noturnos), ressecamento
vaginal, queda de cabelo, perda da massa muscular e da elasticidade da pele,
explica Alessandra Bedin, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
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