Pastor é
preso suspeito de abusar de menina de 5 anos em Montes Claros (MG)
Caso está a cargo da Delegacia Especializada
de Atendimento à Mulher de Montes Claros
Desenhos feitos por uma menina de 5 anos,
supostamente retratando abusos sexuais dos quais ela teria sido vítima, levaram
uma família de Montes Claros (a 417 km de Belo Horizonte), em Minas Gerais, a
denunciar um pastor evangélico à polícia.
João da Silva, 54, foi preso nesta
quinta-feira (13) na casa de uma irmã dele, após investigações que vinham sendo
realizadas desde setembro, segundo informa a Polícia Civil de Minas Gerais.
O UOL tentou entrar em contato com o advogado
do acusado, Pedro Barnabé Carlos, por e-mail e por meio de redes sociais, como
Facebook, mas ele não respondeu ás mensagens.
Após a entrevista coletiva da delegada Karine
Maia Costa de Farias, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à
Mulher de Montes Claros, Carlos concedeu uma rápida entrevista coletiva à
imprensa local, ainda na delegacia da cidade. Segundo ele, não existem
elementos que comprovem o crime atribuído ao cliente.
A delegada Karine Farias deu detalhes de como
o suposto crime teria ocorrido. "A menina fazia aula de inglês com o
acusado. A família frequentava a igreja evangélica onde ele exercia o cargo de
segundo pastor e matriculou a filha no curso, em julho do ano passado. A
princípio, eram ela e mais duas coleguinhas, mas depois elas saíram e ficou
somente a vítima, sozinha com o acusado.
Ainda de acordo com a delegada, a criança
teria frequentado as aulas até janeiro deste ano, quando começou a se recusar a
ir para as aulas.
"Os pais tiraram a menina por causa da
recusa dela, mas ele [suspeito] ligou pedindo para que ela voltasse a
frequentar as aulas. A menina, segundo os pais, disse que não queria voltar
porque 'o tio João fazia bobagens'", relatou.
A partir desse comentário, ainda conforme a
delegada, os pais passaram a desconfiar do pastor e, em razão do abatimento e
da retração da garota, também procuraram ajuda psicológica. Segundo a família,
a garota não queria mais ficar sozinha com o pai e também já não se aproximava
de pessoas do sexo masculino.
Desenhos
De acordo com a delegada responsável pelo
inquérito, a psicóloga orientou os pais a conversar com a filha e a procurar
algo feito pela criança que pudesse externar ou explicar seu comportamento.
A partir disso, vasculhando os cadernos da
menina, os pais encontraram desenhos feitos por ela que poderiam conter pistas
do que vinha ocorrendo e os entregaram à polícia.
"Ela narrou para os pais, depois que
eles insistiram muito, detalhes dos abusos que ela tinha sofrido. Ela contou
que ele [o suspeito] tirava a roupa dela, passava a língua. Ele também ficava
nu. E isso aconteceu várias vezes", contou a delegada. A partir de então,
o pastor passou a ser procurado para prestar depoimento, mas não era
localizado.
Karine Farias disse que o pastor teria
confessado o crime aos pais da menina e ao pastor titular da igreja evangélica.
No entanto, ainda conforme a policial, durante depoimento prestado na
delegacia, ele negou o crime, dizendo ter confessado apenas por temor que
afirmou ter do pai da menina.
"Mas nós temos várias evidências de que
o crime ocorreu", relatou a policial. Ela disse que o suspeito foi preso
em razão de pedido de prisão temporária feito à Justiça. O pastor está detido
no Presídio Alvorada, situado no município mineiro.
A delegada adiantou que, a partir de agora,
as investigações serão feitas no sentido de tentar checar se o suspeito, que
não tem passagens pela polícia, teria feito mais vítimas.
"No caso de crime hediondo, a prisão
temporária é de 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Neste tempo, vamos
prosseguir com as investigações, mas já temos a convicção de que ele será
indiciado por estupro de vulnerável", disse. Caso seja condenado, o homem
poderá ficar preso por até 15 anos, segundo informou a policial. A menina ainda
vai passar por sessões com psicólogos da Polícia Civil.
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