Antes só do que mal acompanhada? Entenda porque algumas
mulheres insistem em relacionamentos infelizes
Ela é interessante,
competente, tem uma carreira promissora, amigos fieis e companheiros, é
divertida e linda. E emenda um namoro em outro, sempre com caras que não a
respeitam e que terminam só depois dela sofrer diversas ofensas que deixariam
qualquer pessoa sã com os cabelos em pé.
Quantas
vezes você já ouviu essa história? Quantas mulheres agem dessa maneira e deixam
todo mundo sem entender o motivo desse comportamento?
Algumas
coisas que a gente faz estão muito além das decisões racionais. Elas são
decididas por ensinamentos que a gente recebe por toda a vida (mesmo que
indiretamente) e que ficam grudados no nosso inconsciente.
Muitas
mulheres aceitam ser traídas, por exemplo, mesmo não acreditando em
relacionamentos abertos e sofrendo com isso. Sabe por quê? Porque um dos meios
de mostrar para o mundo que você é bem sucedida é estando acompanhada.
A
antropóloga Mirian Goldenberg fala sobre isso em um dos textos do seu site e em
diversas palestras. Durante uma pesquisa com mulheres com mais de 50 anos, ela
pôde notar que aqueles que eram casadas sentiam-se superiores às demais.
"Ter um marido, um casamento que pelo menos pareça sólido e satisfatório,
é considerado um verdadeiro capital para as brasileiras pesquisadas. Elas se
sentem duplamente poderosas, pois, além de terem um marido, acreditam que são
mais fortes, independentes e interessantes do que ele", afirma ela no texto.
E
quando pensamos que nos baseamos em comportamentos que já existem para
determinar nossos atos é bastante comum que nossas crenças recaiam, em maior ou
menor escala, nesse tipo de exemplo.
Mas
como fugir desse círculo vicioso? Como aceitar que, em diversos momentos, é
melhor estar sozinha do que passiv111061993amente acompanhada de alguém que não
a respeita? Fortalecendo sua própria identidade.
É
claro que nesse momento muitas mulheres vão dizer que engatam um namoro no
outro porque querem, que conseguiriam ficar sozinhas, mas que quando percebem
já estão envolvidas novamente com alguém. E eu repito: isso é insegurança.
Para
ficar bem sozinha, mesmo que por pouco tempo, é necessário ter vontade de estar
consigo mesma, com seu silêncio, pensamentos, dúvidas e lembranças. Todos nós,
homens e mulheres, temos dúvidas que não nos deixam em paz e lembranças que nos
fazem chacoalhar a cabeça esperando que elas sumam.
Esse
não é um texto que diz que a mulher deve ficar sozinha e que se a mulher está
em um relacionamento ela é fraca. Esse é um texto para que cada uma de nós
reflita os motivos de estarmos em um relacionamento muitas vezes fadado ao
fracasso.
Quando
você tem medo de ficar sozinha, perdoa todas as faltas do outro, dá milhares de
segundas chances e acredita que a pessoa não faz nada daquilo porque não
respeita você, mas porque as ofertas são muitas.
Em
diversos momentos eu disse aqui que relacionamentos são contratos. Você diz o
que pode dar e o que gostaria de receber, a outra pessoa faz a mesma coisa e
então vocês dois seguem de acordo com isso, dando e recebendo, fazendo o melhor
para que todo mundo fique satisfeito. Se isso não acontece no namoro/casamento
e você segue dando chances e tentando de novo, nada vai mudar.
Pense
assim: se uma empresa te cobra por internet ilimitada, você paga em dia, mas
não consegue usar mais, do que dois dias do serviço por mês sem precisar ligar
na central e se desgastar pedindo que eles cumpram o combinado, você faz o que?
Continua na mesma empresa e passa um tempo sem internet, procura outra empresa
ou decide sair de casa e ler um livro no parque? O sofrimento é opcional.
Uma
chance ou uma escorregada são diferentes de problemas seguidos que precisam ser
perdoados, que destroem sua autoestima ou fazem com que você procure problemas
em você quando, na verdade, ele está na outra pessoa. Nada justifica o desamor
além da falta de amor propriamente dita.
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