sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Viva a sabedoria...


 
A Experiência Estética
Estética [do grego aisthêsis, faculdade de sentir], é a ciência que trata do belo e do sentimento que ele faz nascer em nós.
Os problemas da estética podem agrupar-se em duas rubricas: uma a da criação e outra a da percepção estética. Temos assim:
A obra de arte que é uma forma de expressão muito completa e muito profunda; ela apela para que o espectador se empenhe na ordem do sentimento.
E uma teoria da percepção, isto é, do juízo do gosto ou do sentimento do prazer.
Identificamos, deste modo, dois tipos de experiência: o da criação e o da percepção.
Quando falamos da criação, estamos a pensar na criação artística, portanto, nas manifestações da arte: escultura, pintura, arquitectura, artes decorativas, cinema, dança, fotografia, música, literatura, teatro, etc., que revelam uma transfiguração da experiência que, simultaneamente, a retoma e reconstrói, quer no plano da racionalidade quer no plano da criatividade.
Quando falamos da percepção estética, queremos dizer que pretendemos entrar no mundo da arte como espectadores atentos, pela aprendizagem do olhar e pela educação da sensibilidade, no sentido da formação do gosto e da abertura de novos horizontes, que nos revelam novas dimensões da realidade até então ignoradas, alargando a nossa área de sentido do real.

A experiência estética constitui, portanto, uma das vivências do ser humano, que pode ser desenvolvida, por exemplo, a partir das:
artes da imagem como a fotografia,
artes da palavra como a literatura,
artes do som e do movimento como a música e a dança.
Como Diz Denis Huisman, «A Arte consiste em nos conduzir para uma impressão da transcendência em relação a um mundo de seres e de coisas postas em evidência através unicamente de um jogo concertante de qualia sensíveis, apoiado num corpo físico disposto da maneira a produzir esses efeitos»; nós tentaremos abrir uma perspectiva sobre uma nova concepção da Arte.
 
Aquilo que coloca a arte numa posição oposta às outras actividades humanas parece-nos ser o seu carácter «não figurativo». Pois que até a Arte mais simples – a Arte infantil ou demente e mesmo a Arte trivial – é ainda transfigurativa na medida em que ultrapassa a realidade vulgar por meio de uma idealização, por mínima que seja. Não é a realidade pura, mas uma realidade revista e corrigida pelo homem que aparece nela através da Arte.» Denis Huisman, A Estética, Lisboa, Edições 70, 1981, pp. 69-70.

A arte é, portanto, uma manifestação do espírito humano que, sem ter nenhum objectivo prático ou utilitário, visa dar expressão sensível à realidade objectiva e às experiências do próprio homem. A dialéctica espírito, mão, matéria produz o belo artístico, enquanto que o pensamento através da mão dá forma à matéria informe. (António Pinela, Reflexões).

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