O Homem, a Natureza e a Cultura
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É através da
linguagem e do trabalho que o Homem conhece, modifica e dá sentido ao mundo.
Quando falarmos de mundo, falamos de um ambiente próprio, da situação em que
o Homem está e vive, o mundo da sua existência e vivência.
Mas também falamos
de um mundo íntimo do homem, o seu mundo interior, como falamos do mundo das
ciências, do mundo físico, do mundo do conhecimento, social e político.
Denominamos ainda de mundo, o planeta em que habitamos. Enfim, poderemos, com
rigor, dizer que cada um de nós habita em vários mundos, consoante as
circunstâncias e o seu pensamento.
Nas suas
vivências, o ser humano dá-se conta de que está rodeado por algo, diversas
realidades que existem independentemente de si, queira ele ou não. Realidades
que, não raro, se opõem ao próprio ser humano, e que dificultam a sua
compreensão da natureza, desafiando a sua inteligência, a sua sensibilidade,
a sua curiosidade e, até, a sua resistência física e intelectual.
Com efeito, a
realidade com que nos deparamos, com que estamos frente-a-frente,
apresenta-se, inexoravelmente, com duas fortes dimensões que estão
permanentemente em diálogo: A Natureza e a Cultura.
Na primeira
dimensão, o Homem está perante o mundo natural, o mundo que lhe é dado,
porque não é construído. É o mundo que se rege por leis próprias, que o homem
não elaborou, embora as possa interpretar. Leis que existem independentemente
da intervenção humana.
Mas,
paulatinamente, o mundo como que se vai humanizando por intervenção direta
do homem. Esta intervenção milenar do homem produz a segunda dimensão em que
vivemos, a cultura. E esta não é só o resultado da interpretação que o homem
faz da natureza (Não foi Galileu que disse, que o homem mais não faz do que
interpretar a Natureza, que Deus havia criado?), mas também traduz a invenção
e criação humanas.
A cultura ao
formar o homem, ao proporcionar-lhe a sua dimensão humanística, enriquece a
natureza. Acrescenta algo à natureza. Assim, passaremos do estado natural ao
estado cultural, que se manifesta em várias atividades, e tanto se faz
sentir na própria natureza física, por exemplo, na culturas dos campos, como
cultivar a terra, como na cultura humana que se traduz pela criação da
filosofia, da matemática, da cibernética, da economia, da física, da
sociologia, na política, etc.
Com esta breve
reflexão sobre natureza e cultura, pretende-se apenas dizer que o homem, ser
que tende naturalmente para o saber, como escreveu Aristóteles, não se
contenta apenas com tudo o que a natureza lhe disponibiliza, quer ir mais
além, quer conhecer o enredo da própria natureza, de que ele é parte. Desta
feita, respondendo a um apelo interior de inquietação e criatividade, o ser
humano, aperfeiçoando-se indefinidamente, não para de se questionar sobre o
mundo, sobre a cultura, sobre as pessoas e comportamentos, sobre eventos
inesperados, atitudes, pensamentos e ideias. E assim se faz o conhecimento de
tudo o que ocorre. (António Pinela, Reflexões, Novembro de 2005).
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Viva a sabedoria...
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