quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Viva a sabedoria...

Que é a Ciência?
Conjunto de saber definido, metodicamente interligado por princípios e leis. Por isso, também se pode dizer que a ciência é um sistema de relações. A ciência tem, portanto, por objectivo o conhecimento certo. Para atingir este objectivo, emprega-se métodos adequados à natureza do objecto de cada ciência.
A ciência pode designar um conhecimento teórico [matemática, por exemplo] bem como uma habilidade prática. O termo ciência pode significar mais, geralmente, o conjunto das ciências (matemática, astronomia, química, biologia, as ciências humanas...)
A história das ciências revela que a matemática foi a primeira a aparecer [antiguidade grega e mesmo egípcia], e as ciências humanas, as últimas; se as considerarmos pelo seu objecto, a matemática parece ser a ciência mais simples, enquanto que as ciências humanas parecem ser as mais complexas.
É habitual distinguir as ciências da natureza das ciências do homem [fundadas por Dilthey, na Alemanha, e por Augusto Comte, em França]: as primeiras são «analíticas», e o seu objectivo é dar uma expressão matemática às «leis», ou relações constantes entre os fenómenos; as segundas são «compreensivas» e relevam do sentimento e não da medida objectiva.
As ciências da natureza distinguem-se da Filosofia, uma vez que a sua vocação é a de conhecer a matéria, enquanto que a da Filosofia é a de conhecer o espírito (Bergson); as ciências humanas são como que o caminho entre as ciências da natureza e a Filosofia propriamente dita.
Feita esta breve abordagem da ciência, registe-se que o espírito científico é a predisposição do pensamento para as ciências, isto é, para um conhecimento objectivo e universal, a que alguns denominam espírito positivo. O espírito científico recusa-se a confiar nas impressões subjetivas, na tradição (crenças, explicações teológicas ou metafísicas): identifica-se com o espírito crítico, mas aplicado a um objectivo real (os fenómenos da natureza). O seu ideal é a substituição da percepção das coisas pelo conhecimento das suas leis, isto é, as «relações constantes» entre fenómenos.
As ciências não visam apenas a acumular dados. A sua principal função é explicar os fenómenos do seu domínio por meio de hipóteses, teorias, princípios ou leis. O primeiro passo, neste trabalho de interpretação, é a formulação de uma hipótese, que não passa de uma interpretação provisória, isto é, uma conjectura ou suposição feita no sentido de explicar os dados obtidos.
Um exemplo: supormos por hipótese, a existência de uma relação constante entre dois ou mais factos observados.
Quando uma hipótese se apoia em observações ou em considerações racionais, converte-se numa teoria. E, finalmente, se foi verificada, isto é, satisfatoriamente comprovada, a hipótese eleva-se à categoria de lei, se é de carácter experimental, ou de princípio ou doutrina, se está baseada em argumentos racionais.
As ciências particulares têm um lugar, um objecto próprio e uma incumbência especial, que consiste em determinar as causas próximas e formular as leis particulares.
Enfim, ao estudo filosófico das ciências é habitual dar-se o nome de Epistemologia (António Pinela, Reflexões).

http://www.eurosophia.com/filosofia/acesso_livre/ciencia/que_e_ciencia.htm

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