Deixar de nhenhenhém
O incômodo do
“nhenhenhém” acontece desde o período colonial.
Ao longo de sua
história, a formação da cultura brasileira foi resultado de um dinâmico
processo de empréstimos, trocas e reelaborações. Muitos nem imaginam, por
exemplo, que o vocabulário da nossa língua seja influenciado por uma numerosa
lista de termos de origem indígena. Em alguns casos, algumas expressões passam
completamente despercebidas pelos falantes do “português brasileiro”.
Quando reclamamos
que alguém deveria “deixar de nhenhenhém”, talvez por impaciência ou simples
desconhecimento, nem suspeitamos da influência do tupi nessa expressão. Do
ponto de vista etimológico, a palavra “nhenhenhém” consiste em um
aportuguesamento dos verbos tupis “nhe’eng” (que significa falar) e “nheéng
nheéng” (que sugere a ação de “insistir” ou “teimar”).
Ao entrarem em contato com os portugueses, os índios do litoral brasileiro não compreendiam uma só vírgula da língua utilizada pelos estrangeiros. Da mesma forma, os portugueses demoraram certo tempo para que pudessem compreender o universo de significados da língua dos nativos. Nesse meio tempo, é bem provável que alguns índios daquela época não ficavam muito interessados em perderem seu tempo com o “nheeng-nheeng-nheeng” (falar-falar-falar) dos colonizadores europeus.
De forma semelhante aos índios daquela época, ficamos irritados quando somos obrigados a aturar horas a fio uma conversa, discurso ou palestra pouco interessante. Como se ouvíssemos uma língua completamente desconhecida, transformamos aquela fala prolixa em um irritante amontoado de sons sem sentido. Portanto, clareza e objetividade se tornam essenciais para que o ato comunicativo não vire um enfadonho “nhenhenhém”.
Ao entrarem em contato com os portugueses, os índios do litoral brasileiro não compreendiam uma só vírgula da língua utilizada pelos estrangeiros. Da mesma forma, os portugueses demoraram certo tempo para que pudessem compreender o universo de significados da língua dos nativos. Nesse meio tempo, é bem provável que alguns índios daquela época não ficavam muito interessados em perderem seu tempo com o “nheeng-nheeng-nheeng” (falar-falar-falar) dos colonizadores europeus.
De forma semelhante aos índios daquela época, ficamos irritados quando somos obrigados a aturar horas a fio uma conversa, discurso ou palestra pouco interessante. Como se ouvíssemos uma língua completamente desconhecida, transformamos aquela fala prolixa em um irritante amontoado de sons sem sentido. Portanto, clareza e objetividade se tornam essenciais para que o ato comunicativo não vire um enfadonho “nhenhenhém”.
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