quarta-feira, 27 de março de 2013

Devanear...



Abismo - Fernando Pessoa

Olho o Tejo, e de tal arte  Que me esquece olhar olhando,  E súbito isto me bate  De encontro ao devaneando —  O que é sério, e correr?  O que é está-lo eu a ver?  Sinto de repente pouco,  Vácuo, o momento, o lugar.  Tudo de repente é oco —  Mesmo o meu estar a pensar.  Tudo — eu e o mundo em redor —  Fica mais que exterior.  Perde tudo o ser, ficar,  E do pensar se me some.  Fico sem poder ligar  Ser, ideia, alma de nome  A mim, à terra e aos céus...  E súbito encontro Deus.

http://www.mensagenscomamor.com/poemas-e-poesias/melhores_poetas.htm

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Mais uma etapa superada...