Cruzadas Medievais
Os cruzados,
guerreiros cristãos, deslocaram-se para a Palestina com o objetivo de
conquistar a Terra Santa
Com a tomada da cidade de Roma, em 476 d.C., e a consequente queda
do Império Romano do Ocidente, a Europa aos poucos perdeu seu contato com as
rotas comerciais com o Oriente, isolando-se no mundo rural, em decorrência das
várias invasões bárbaras que ocorreram. Outra perda foi a possibilidade de
peregrinação para a Terra Santa, na região de Jerusalém, na Palestina, que
passou a ser controlada pelos turcos seldjúcidas. Com sua conversão ao
islamismo, no fim do século XI, eles passaram a impedir que os cristãos se
dirigissem a Jerusalém. Para acabar com essa situação, os cristãos europeus
decidiram organizar as Cruzadas para ganhar terras, conquistar rotas comerciais e
poderem peregrinar novamente à Terra Santa.
Mas não era apenas o
fator religioso que incentivou os europeus a efetuarem as Cruzadas. Havia o interesse em ampliar o poder da Igreja católica,
após a ocorrência do Cisma do Oriente, em 1054, dividindo a Igreja romana em
duas. A Igreja bizantina, criada a partir do Cisma, estava ameaçada pelos
vários povos islâmicos que habitavam ao redor do Império Bizantino e buscou um
apoio dos cristãos ocidentais para conter a expansão dos turcos seljúcidas.
Por outro lado, a
estabilidade do mundo feudal alcançada depois do fim das invasões bárbaras
proporcionou um crescimento populacional após o século XI, que tornou
necessária a conquista de novas terras para aumentar a produção de alimentos.
Além disso, mais pessoas representavam famílias maiores, o que ocasionava um
problema na distribuição das terras dos senhores a seus filhos. Frente a isso,
apenas os primogênitos (os mais velhos) herdariam as terras, obrigando os
demais filhos dos senhores a buscarem formas de sobrevivência, aventurando-se
por estradas, saqueando caravanas, sequestrando pessoas ou buscando vantajosos casamentos.
Os senhores passaram
ainda a intensificar a cobrança de impostos, o que levou vários servos a saírem
das terras e a mendigarem nas estradas e cidades ou, ainda, tornarem-se
bandidos.
Para tentar resolver
toda essa situação o papa Urbano II, em 1905, durante o Concílio de Clermont,
inaugurou o movimento das Cruzadas, discursando que o objetivo principal era
“arrancar aquela terra [santa] da raça malvada [mulçumanos] para que fique em vosso
poder”. Dessa forma, ele conclamava os cristãos europeus a lutarem pela
conquista da Terra Santa. Mas havia ainda o interesse das cidades italianas no
comércio no Mar Mediterrâneo, que foi fechado depois do fim do Império Romano.
Frente a todas essas situações, surgiram as Cruzadas, sendo que oficialmente
foram organizadas oito expedições. Abaixo segue a apresentação de algumas
delas.
Primeira Cruzada
(1096-1099) – A Cruzada dos Nobres, formada por vários exércitos de cavalaria
de origem nobre, mas sem nenhum rei, conseguiu a conquista de vários locais,
inclusive Jerusalém;
Terceira Cruzada
(1189-1192) – Cruzada dos Reis, assim nomeada pela participação do rei da
França, Felipe Augusto; do rei da Inglaterra, Ricardo Coração de Leão e do rei
do Sacro Império Romano-Germânico. Foi organizada depois da perda da cidade de
Jerusalém, mas não conquistou seus objetivos, apenas alguns acordos
diplomáticos, como a paz com o sultão Saladino, reconquistando a liberdade de
peregrinação à Terra Santa.
Quarta Cruzada (1202-1204)
– A Cruzada Comercial. Foi liderada pelos comerciantes de Veneza, que se
encontravam em ascensão com o desenvolvimento comercial no Mediterrâneo.
Desviaram-se de Jerusalém e deslocaram-se a Constantinopla, saqueando esta
cidade.
Houve ainda duas
outras Cruzadas que reafirmaram o caráter místico das expedições. Uma delas foi
a Cruzada dos Mendigos (1096), que contou com a presença de um exército de
mendigos, camponeses pobres e também ladrões, liderados por Pedro, o Eremita.
Saquearam Constantinopla, mas foram derrotados após atravessarem o estreito de
Bósforo. A outra foi a Cruzada das Crianças (1212), assim chamada por ser
composta por crianças, que devido à sua “pureza” e “inocência” poderiam
libertar Jerusalém. As crianças foram dizimadas, sendo algumas vendidas como
escravas.
http://www.escolakids.com/cruzadas-medievais.htm
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