PEGADINHA GRAMATICAL
O recorrente uso de alguns termos – Uma análise minuciosa
A opção de atribuirmos o adjetivo
“recorrente” ao título foi tão somente para enfatizarmos uma prática
linguística bastante usual e que, sem nenhuma dúvida, se torna imperceptível
aos olhos de uma leva de emissores.
Constatamos que tal prática se
materializa não somente em falas cotidianas, mas também com uma certa
predominância na linguagem não verbalizada, retratada nos outdoors, panfletos,
anúncios, banners, enfim, em todos os discursos que representam a modalidade em
questão.
Ao nos referirmos às falas diárias,
mencionamos o fato de que mesmo em se tratando da oralidade, certos “deslizes”
se configuram como verdadeiras gafes, influenciando de modo negativo nossa
postura enquanto interlocutores.
Diante de tal prerrogativa, é
essencial que estejamos vigilantes quanto às nossas atitudes, no intuito de
evitarmos consequências desagradáveis. Para tanto, nada que algumas dicas não
possam atuar como excelentes subsídios rumo a este propósito, como estas
evidenciadas a seguir, com vistas a exemplificar os casos de maior incidência.
Vejamos, portanto:
a) Ao meu ver estas decisões não
foram tão eficazes quanto imaginávamos.
Neste caso, alerta-se para o fato de
que tal expressão não é precedida por artigo. Sendo, assim, reformulada:
A meu ver estas decisões não foram
tão eficazes quanto imaginávamos.
b) Esperamos que todos sejem muito
felizes nesta nova caminhada.
Menciona-se, aqui, para a questão
referente ao correto emprego do verbo, tendo em vista o tempo e modo a que se
refere. Como se trata do presente do modo subjuntivo, a expressão se
evidenciaria da seguinte forma:
Esperamos que todos sejam muito
felizes nesta nova caminhada.
c) Já é 8h, e nada de eles
aparecerem.
Sugere-se uma total atenção quanto à
concordância referente ao verbo “ser”, uma vez que este, na indicação de tempo,
medida ou quantidade, é flexionado. Portanto, reformulando o discurso,
obteríamos:
Já são 8h, e nada de eles aparecerem.
d) Certamente você gostará do óculos
que mandei fazer.
Há, na língua, determinadas palavras
que só existem sob a forma pluralizada, e óculos é um típico exemplo destas.
Assim sendo, ao estabelecermos a concordância, obteríamos:
Certamente você gostará dos óculos
que mandei fazer.
e) Houveram muitas reclamações em
relação ao novo modelo de telefonia móvel.
O verbo “haver”, quando retratado
pelo sentido de existir, se configura como impessoal, permanecendo, impreterivelmente,
na 3ª pessoa do singular, assim expresso:
Houve muitas reclamações em relação
ao novo modelo de telefonia móvel.
f) Aluga- se apartamentos para
temporada.
Quando analisado, o sujeito da
referida oração manifesta-se pelo vocábulo “apartamentos” e, sobretudo, quando
transformada na voz passiva, a oração se evidencia por:
Apartamentos são alugados para
temporada. Logo, alugam-se apartamentos para temporada.
g) Você hoje me parece meia confusa.
Prefira alimentos com menas calorias.
Ambos os enunciados estão submetidos
a uma característica de total relevância: o fato de os advérbios (meio/menos)
pertencerem a uma classe gramatical invariável. Assim sendo, estes carecem de
uma reformulação, representada por:
Você hoje me parece meio confusa.
Prefira alimentos com menos calorias.
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