Conselho Federal de Medicina desiste de dialogar com governo
Reprodução
O Conselho Federal de Medicina
decidiu se retirar de todas as comissões e grupos de discussão gerenciados pelo
governo federal sobre temas ligados à classe médica. O anúncio ocorre no mesmo
dia em que a Federação Nacional dos Médicos informou sua saída dos colegiados
federais.
A categoria se diz sido traída pelo
Executivo em razão dos vetos parciais da presidente Dilma à Lei do Ato Médico.
Os representantes dos médicos também se incomodaram com a publicação, na semana
passada, medida provisória que criou o programa Mais Médicos.
Em nota conjunta, o Conselho Federal
de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos, a Associação Médica Brasileira e
a Associação Nacional dos Médicos Residentes anunciaram o afastamento de órgãos
ligados à saúde e à educação, como a Comissão Nacional de Residência Médica e o
Grupo de Trabalho para a Criação da Carreira de Estado e o Conselho Nacional de
Saúde.
Leia a nota conjunta emitida pelas
entidades médicas
"NOTA DAS ENTIDADES MÉDICAS A
SOCIEDADE"
Anúncio de retirada de representantes
de Comissões do Governo
DIÁLOGO ROMPIDO
Brasília, 19 de julho de 2013
Ao editar de forma unilateral e autoritária
medidas paliativas que afetam a qualidade dos serviços públicos de Saúde e o
exercício da Medicina no país, o Governo Federal rompeu o diálogo com as
entidades médicas, que, desde 2011, buscavam insistentemente o consenso, sempre
apresentando propostas para a interiorização da assistência.
As entidades médicas participaram de
inúmeras reuniões nos Ministérios da Saúde e da Educação, assim como de
encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Em todas as
oportunidades, mostraram-se dispostas a ouvir os argumentos e posicionaram-se
com sugestões concretas para levar o atendimento aos municípios do interior.
Entre as soluções encaminhadas,
encontram-se a criação de uma carreira de Estado para o médico e outros
profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), a implantação de um Programa de
Interiorização do Médico Brasileiro (com garantia efetivas de condições de
trabalho e supervisão) e vinda de médicos estrangeiros aprovados no exame de
validação de diplomas (Revalida) para atuar em áreas de difícil acesso e
provimento.
A forma indiferente como as propostas
foram tratadas e os constantes ataques aos médicos e suas entidades,
transferindo-lhes a responsabilidade pela crise da assistência, que se deve à
falta de investimentos, má gestão e corrupção, sinalizaram que o Governo não
tem interesse em dialogar ou elaborar soluções com a participação dos médicos e
outros setores da sociedade.
Diante desse quadro, as entidades
médicas nacionais anunciam o seu afastamento de Câmaras e Comissões em nível
governamental nas áreas de Saúde e da Educação, onde mantêm representantes,
como a Comissão Nacional de Residência Médica (CNMR), o Grupo de Trabalho para
a Criação da Carreira de Estado e o Conselho Nacional de Saúde (CNS). A decisão
decorre de deliberação tomada por reunião ampliada, com a participação de
lideranças de mais de 100 entidades da categoria, realizada, em Brasília, na
quarta-feira (17).
A AMB, ANMR, CFM e Fenam – bem como
todas as entidades médicas regionais e filiadas - continuarão sua atuação junto
aos médicos, aos pacientes, aos parlamentares e à sociedade em geral para não
permitir a destruição da Medicina brasileira e a desassistência da população.
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA/
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES/ CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA/
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS"
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