Baiana barrada na
Espanha diz que grupo foi 'tratado como cachorro'
Brasileiros
chegaram a Salvador após ficarem 3 dias no aeroporto espanhol.
Grupo
denuncia condições precárias de alojamento. Embaixada nega.
Quatro
brasileiros, entre eles duas baianas, afirmam que foram deportados da Espanha
depois de ficarem três dias detidos em um alojamento com condições precárias.
Segundo eles, o voo saiu no sábado (27) e chegou no domingo (28) no Aeroporto
de Barajas, em Madri.
O
grupo chegou na capital baiana na noite de terça-feira (30). Eles contam que
não houve motivo para a deportação. A estudante de Feira de Santana, Larissa
Lima, acredita que a medida pode ter acontecido por discriminação. “Estávamos
todos com o passaporte válido, documentos válidos, dinheiro, que eles alegavam
tanto, carta de convite, tudo, e mesmo assim eles não deixaram a gente entrar.
Trataram a gente como se fóssemos bandidos. Foi por discriminação de
brasileiros porque não tem motivo, eles não tinham motivo de fazer isso com a
gente. O governo brasileiro deveria fazer a mesma coisa pra ver se acordam para
vida. A gente que tem que rever nossos conceitos enquanto estrangeiros.
Estrageiro aqui é tratado como rei e a gente é tratado como cachorro lá? Não
tem cabimento isso", afirma.
Outro
passageiro também se indignou com o tratamento que recebeu lá. “A gente pegou o
voo aqui em Salvador às 21h50 e chegamos em Madri às 10h55. Desembarcamos, e na
hora da imigração a gente foi selecionado acho que na fila. E retiraram a gente
da fila, me retiraram da fila. Me levaram para uma outra sala e fizeram várias
perguntas. Me levaram um raio X e depois
disso me levaram na esteira para retirar minha bagagem.
Depois me conduziram a
outra sala, na verdade um alojamento que eles têm lá. E pediu para aguardar até
hoje, dia 30, para retornar para o Brasil. Levei uma multa na Suíça porque meu
visto estava atrasado da outra viagem e eles disseram que estava com restrição.
A gente tinha dinheiro, não podia comprar nada, a gente não podia falar com
ninguém.
A gente ficou restrito ali naquele alojamento. E hoje na volta nos
conduziram a uma viatura policial, atrás do camburão da viatura policial. Nos
conduziram até o avião e a gente pegou o passaporte aqui [Salvador] já, no
controle da Polícia Federal”, relata Gilliard Silva, produtor musical.
A
cuidadora de idosos Genildete Ramos, que também está entre os quatro
brasileiros deportados, afirma que estava indo para Itália e que toda a
documentação dela está regular. “O alojamento é umas cadeiras, tem uns
beliches. Na última vez que tomei banho foi no sábado, em casa. A comida, o
café chegava às 10h. Aquele pão duro, aquele café frio, que eu nem comia. O
almoço chegava 3h”, reclama.
Genildete
conta ainda que é hipertensa e que todos os medicamentos que toma foram confiscados
na Espanha. Os remédios só teriam sido devolvidos após ela ter se sentido mal.
“Eu tenho amigo, tenho onde ficar. O casal me esperava no aeroporto. Não vi
motivo para eles fazerem isso, se eu não ia ficar ali. Tudo bem, não quisesse
deixar passar, mas não largar a gente aí como se fosse uma punição. Teve uma
hora que eu desmoronei de nervosa dentro do camburão. Eu falei: ‘poxa, não
precisava isso’", lamenta.
A
Embaixada da Espanha no Brasil informou que os quatro brasileiros estavam com
impedimentos para ingresso no país. O órgão disse que um deles está proibido de
entrar na Espanha até 2015 e que um outro disse que ia trabalhar, mas estava
com o visto de Portugal vencido.
Segundo
a embaixada, as outras pessoas que foram deportadas estariam indo trabalhar na
Itália, mas não tinham visto de trabalho. O órgão negou abusos e atos de
perseguição aos brasileiros. O Itamaraty informou que até junho de 2013, 150
brasileiros foram deportados da Espanha por não cumprirem os requisitos de
entrada no território espanhol.
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2013/07/baiana-barrada-na-espanha-diz-que-grupo-foi-tratado-como-cachorro.html
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