Aluna pode ter visão comprometida por causa de trote na
escola
Estudante de 14 anos
foi acertada por um ovo no olho direito, enquanto deixava o colégio, em Porto
Alegre
Caso ganhou
visibilidade na internet após desabafo da mãe da adolescente no Facebook
RIO - A estudante Isabela Hartmann Rost, de 14 anos, corre o risco de ter a visão comprometida após ter sido atingida por um ovo no olho direito, durante um trote na porta do Colégio Anchieta, escola tradicional de Porto Alegre (RS), onde estuda. Ela se preparava para entrar no carro do pai quando foi alvo da ação de um aluno do terceiro ano do ensino médio da mesma instituição. Atividade mais frequente nas turmas de primeiro período do ensino superior, o “trote” é uma ação comum entre os estudantes da região no início do ano letivo, de acordo com a Anchieta.
O episódio ganhou
visibilidade na internet desde que a mãe de Isabela, Claudia Hartmann, passou a
publicar desabafos no Facebook. Em um dos textos, ela conta que a garota tem
agora uma nova rotina, nada agradável, na qual precisar ir, diariamente, ao banco
de olhos da cidade ou ao oftalmologista para medir a pressão ocular. Além
disso, a menina apresenta quadros de ansiedade por temer não voltar a enxergar
como antes. Tanto que, logo ao acordar, pela manhã, procura logo um espelho
para verificar se houve melhora no olho machucado, que permanece com sangue
coagulado.
Os posts da mãe são
compartilhados por colegas e internautas e já receberam comentários que
ironizam ou minimizam a situação. Em resposta, na tarde desta quarta-feira
(13), Isabela pediu à mãe para digitar um texto seu, já que ela não pode ficar
diante do computador:
“Eu não acho esses
trotes uma atitude legal, e sei que por ter essa opinião muitos poderão vir me
chamar de chata, careta. Mas é que notei os riscos dessa brincadeira (...). A
minha visão piorou, porque estou com o olho bem inflamado. (...) os
anti-inflamatórios aumentaram, ainda tem o risco de descolamento de retina
tardio”, diz a garota, em um trecho do post.
O presidente do
Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado no Estado do Rio Grande do Sul
(Sinepe-RS), Osvino Toillier, adiantou que o assunto será debatido com as
escolas na próxima segunda-feira, durante uma reunião. Segundo ele, o objetivo
será buscar maneiras de evitar episódios semelhantes, por meio de uma atuação
compartilhada entre pais, professores e alunos.
— Sabemos que os
adolescentes têm, muitas vezes, atitudes inconsequentes. Então, precisamos
encontrar maneiras para evitar que cheguem até incidentes como este — disse,
pontuando que o episódio é visto como um caso isolado pela entidade.
A direção do Colégio
Anchieta ainda não localizou o aluno responsável pelo “trote” e informou, em
nota, que ainda avalia as providências que serão tomadas.
Leia a íntegra do
comunicado da escola:
“Diante do ocorrido
entre um aluno do terceiro ano do ensino médio e uma aluna de série inferior, o
Colégio Anchieta está tomando as providências cabíveis preconizadas pelo seu
Regimento Interno. O fato, sem dúvida, é profundamente lamentável e
inaceitável. As avaliações que estão sendo feitas pela Direção e o Serviços
terão como balizamento os princípios e valores da instituição, em geral, e a
proposta da Convivência Escolar, em particular, que se pauta por um adequado
convívio social. Agredir um colega sempre é um desrespeito aos princípios da
convivência humana em qualquer lugar, sendo merecedor dos procedimentos
cabíveis que se aplica”.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/aluna-pode-ter-visao-comprometida-por-causa-de-trote-na-escola-7828097#ixzz2NSgfdncM
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