Caso Amarildo:
estado do Rio recorre contra pensão concedida à família do pedreiro
O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu
no dia 14 de julho.
O governo do estado recorreu, na última
quarta-feira, da decisão judicial que havia concedido antecipadamente uma
pensão mensal e tratamento psicológico à família do pedreiro Amarildo de Souza,
desaparecido desde julho, na favela da Rocinha, após uma operação policial.
No dia 4 deste mês, o desembargador Lindolpho Morais
Marinho, da 16ª Câmara Cível, havia determinado que o Estado pagasse à mulher
de Amarildo, Elizabeth Gomes da Silva, seus seis filhos, e outros dois
parentes, tratamento psicológico no valor equivalente a quatro salários mínimos
(R$ 2.712).
O magistrado dá como possibilidade que o estado ofereça o
tratamento através de profissionais de seu quadro de saúde. Além disso, na
decisão o desembargador determinou que fosse paga uma pensão mensal a Elizabeth
e seus filhos no valor de um salário mínimo.
Elizabeth Gomes no depoimento que prestou dentro do
inquérito policial militar.
“Não é difícil imaginar uma família humilde, pobre, tendo
como moradia apenas um cômodo, de futuro incerto e sem esperança de dias
melhores, que repentinamente se confronta com angustiante e desesperador
acontecimento: seu chefe é levado pela autoridade policial, que lhe deve
custodiar e simplesmente desaparece (...) Tudo isso leva a crer fielmente que
esta família necessita com urgência de amparo.”, afirmou Lindolpho Marinho em
seu despacho.
O governo do estado, por meio de sua assessoria de
imprensa, afirmou que, apesar do recurso, vai pagar a pensão à família de
Amarildo, e que o tratamento psicológico ficará a cargo do estado.
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