sábado, 31 de dezembro de 2016
Refletindo...
https://www.google.com.br/search?q=proverbios+chineses&sa=X&biw=1920&bih=950&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=0ahUKEwjszfjfpIXQAhXKH5AKHetQBGIQsAQIMw#imgrc=nLqoOLudtR87AM%3A
Língua afiada...
Pegadinha gramatical
https://www.google.com.br/search?q=dicas+de+gram%C3%A1tica&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwjjysqB74fOAhVFmx4KHa4GCDkQsAQILQ#q=dicas%20de%20gram%C3%A1tica&tbm=isch&tbs=rimg%3ACdE5ZwW3nTd3IjjNAfq9X-vdgtXdQLn2WqpK1Uu3E_15WE2RxTesV3Hf1-Ad8389DZL7sn9eCK8PyWUaI9fuYZJ28nioSCc0B-r1f692CEXfge6_1QlQHZKhIJ1d1AufZaqkoR4ACaDHv2ZfgqEgnVS7cT_1lYTZBHRS276VuTGxyoSCXFN6xXcd_1X4EdxpE_19LDX6nKhIJB3zfz0NkvuwRG3WVyy5on1AqEgmf14Irw_1JZRhETY2Q_1WMo2gCoSCYj1-5hknbyeEfOgdIL001ub&imgrc=hLCdPOaqHrzgmM%3A
Interessante...
Socorro, todo mundo acha que eu sou gay,
mas eu não sou
Nessa semana,
leitores tiveram dúvidas para fazer novas amizades, e não sabem se devem
continuar em um relacionamento abusivo ou não.
Tenho 26 anos, e
moro em uma cidade do interior de Sergipe. Há três anos conquistei o emprego
que queria. Mas mesmo assim não estou me sentindo feliz. Não consigo fazer
amizades. Ultimamente não saio de casa, além do trabalho, e não estou
conseguindo me relacionar com ninguém.
O que pesa sobre mim é a sexualidade.
Desde cedo as pessoas insinuavam que eu sou gay e cresci com esse “trauma”. Não
sou e nem quero ser gay. E isso acabou me bloqueando em algumas ações na
adolescência e hoje, sei lá, meio que fico constrangido em chegar próximo a
alguém homem ou mulher por achar que a pessoa pense que sou gay. O que faço?
– Não-gay
Caro não-gay
Apenas você pode
saber qual é a sua orientação, mas você não deveria se preocupar com o que os
outros pensam – não existe um “jeito gay” ou um “jeito hétero” de ser. (E não
custa repetir ad infinitum: não há nenhum problema em pessoas que gostam de
pessoas do mesmo sexo.)
Lembre-se: os hábitos, trejeitos e comportamentos de
alguém não têm nenhuma relação com orientação sexual. Penso que você deveria se
aproximar das pessoas – seja homem ou mulher – sem essa preocupação. Tente sair
com o pessoal do trabalho: não é possível que ninguém almoce ou tome uma
cerveja junto de vez em quando. Aja da maneira mais natural que você conseguir.
Caso contrário, as pessoas sentirão seu nervosismo – e isso, sim, pode parecer
esquisito.
Namoro há 3 anos
e há quase 1 ano dividimos a mesma casa. Fui morar com o meu namorado porque
não tenho uma boa relação com a minha família. Meu irmão me agrediu fisicamente
e minha família ignorou totalmente a situação.
O problema é que o meu namorado
tem o temperamento muito tempestuoso. Passamos a discutir muito nos últimos
meses e ele me culpa por absolutamente tudo. Recentemente, descobri que ele me
traiu com uma mulher na academia – que é casada, por sinal.
Eles se encontraram
algumas vezes, mas, segundo ele, ele não quis me contar porque a nossa relação
havia melhorado. Ele jura que nunca teve nenhum tipo de contato físico com ela,
mas eu não consigo acreditar que apenas conversaram. Pior que eu sinto um
sentimento muito forte por ele, e depois que eu descobri tudo, ele passou a ser
mais atencioso.
– Eu não sei o
que fazer.
Cara eu não sei.
Eu também não acredito muito que eles apenas conversaram – especialmente porque
ele parece ter desenvolvido um relacionamento abusivo com você. Uma pessoa com
“temperamento tempestuoso” e que te “culpa por tudo” não parece alguém
confiável – mesmo que ele não tenha realmente tido contato físico com a mulher
da academia.
Repare também que foi você que descobriu o caso – não foi algo que
ele lhe contou. O fato de ele estar se comportando melhor depois da
“descoberta” não indica que ele mudou: isso mostra apenas que ele está com a
consciência pesada. Acho que, no fundo, pouco importa o que aconteceu na
academia. Você deveria pular fora desse namoro o quanto antes.
Vou compartilhar
um problema que tenho! Eu era noiva, e ja morávamos juntos há 1 ano. Tínhamos
uma empresa juntos também e o pedido de casamento foi na Disney. Planejamos
nosso filho e ele veio, porém, durante toda a gestação percebi que meu
companheiro estava muito diferente. No final da gestação, ele resolveu sair de
casa e me abandonou completamente.
Descobri que estava com uma guria que
conheceu um mês depois de me pedir em casamento. Hoje ele paga pensão e vê o
filho de 15 em 15 dias. Sou filha de pais separados e sei a dor que um filho
sente quando os pais não se dão bem!
No meu ponto de vista, ele precisa do pai
muito mais do que de 15 em 15 dias! Sem falar que toda a responsabilidade de
criar nosso filho está em cima de mim… Estou perdida, não sei como me limpar da
frustração e da culpa de não oferecer uma família unida e feliz para meu filho
e também como buscar forças para dar conta de toda essa situação.
– Mãe sola
Cara mãe sola
Concordo que
pegar o filho a cada 15 dias não seja participar da criação do filho. Criar uma
criança sozinha é uma tarefa hercúlea. Uma coisa que você pode fazer é pedir a
guarda compartilhada na Justiça, na qual ambos ficam igualmente com a
responsabilidade de educar o filho, inclusive com divisão de tempo.
Mas é muito
importante que você se livre dessa culpa que está sentindo, por não poder
“oferecer uma família unida e feliz” para o seu filho. Primeiro, porque foi o
seu marido que tomou a decisão de sair de casa. E, segundo, porque há milhares
de configurações de família feliz, que não necessariamente envolvem um pai, uma
mãe e filhos. Amigos, avós, tias, padrastos, irmãos: todas essas pessoas podem
– e irão – participar da vida do seu filho.
http://super.abril.com.br/blog/se-conselho-fosse-bom/socorro-todo-mundo-acha-que-eu-sou-gay-mas-eu-nao-sou/
História...
Tempo histórico
Assim como
podemos contar o tempo através do tempo cronológico, usando relógios ou
calendários, temos ainda outros tipos de tempo: o tempo geológico, que se refere
às mudanças ocorridas na crosta terrestre, e o tempo histórico que está
relacionado às mudanças nas sociedades humanas.
O tempo
histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais provocam as mudanças
sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas.
O tempo
histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade
em estudo. Nos anos 60, por exemplo, em quase todo o Ocidente, a juventude
viveu um período agitado, com mudanças, movimentos políticos e contestação aos
governos.
O rock, os hippies, os jovens revolucionários e , no Brasil, o
Tropicalismo (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, entre outros) e a Jovem
Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, entre tantos outros), foram experiências
sociais e musicais que deram à década de 60 uma história peculiar e diferente
dos anos 50 e dos anos 70.
Isto é o tempo
histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus acontecimentos
característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres
humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as
outras pessoas, de um jeito específico.
A história não é
prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o historiador é obrigado a ir e
voltar no tempo. Ele volta para compreender as origens de uma determinada
situação estudada e segue adiante ao explicar os seus resultados.
A contagem do
tempo histórico
O modo de medir
e dividir o tempo varia de acordo com a crença, a cultura e os costumes de cada
povo. Os cristãos, por exemplo, datam a
história da humanidade a partir do nascimento de Jesus Cristo. Esse tipo de calendário
é utilizado por quase todos os povos do mundo, incluindo o Brasil.
O ponto de
partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que
é considerado o mais importante.
O ano de 2008, em nosso calendário, por exemplo,
representa a soma dos anos que se passaram desde o nascimento de Jesus e não
todo o tempo que transcorreu desde que o ser humano apareceu na Terra, há cerca
de quatro milhões de anos.
Como podemos
perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco em nossa forma de
registrar o tempo. Todos os anos e séculos antes do nascimento de Jesus são
escritos com as letras a.C. e, dessa maneira, então 127 a.C., por exemplo, é
igual a 127 anos antes do nascimento de Cristo.
Os anos e
séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo não são escritos com as
letras d.C., bastando apenas escrever, por exemplo, no ano 127.
O uso do
calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado
acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e
até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas medidas de tempo muito
utilizadas são:
milênio: período
de 1.000 anos;
século: período
de 100 anos;
década: período
de 10 anos;
qüinqüênio:
período de 5 anos;´
triênio: período
de 3 anos;
biênio: período
de 2 anos (por isso, falamos em bienal).
Entendendo as
convenções para contagem de tempo
Para identificar
um século a partir de uma data qualquer, podemos utilizar operações matemáticas
simples. Observe.
Se o ano
terminar em dois zeros, o século corresponderá ao (s) primeiro (s)algarismo (s)
à esquerda desses zeros. Veja os exemplos:
ano 800:
século VIII
ano 1700:
século XVII
ano 2000: século XX
Se o ano não
terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a dezena, se houver, e
adicione 1 ao restante do número, Veja:
ano 5: 0+1= 1 século I
ano 80: 0+1= 1 século I
ano 324 3+1=4 século IV
ano
1830 18+1=19 século XIX
ano
1998 19+1=20 século XX
ano
2001 20+1=21 século XXI
http://www.sohistoria.com.br/ef2/tempo/
Viva a sabedoria...
ROUSSEAU:
DESIGUALDADE E CONTRATO
No estado de
natureza, afirma Rousseau, o homem tinha uma vida essencialmente animal. A rude
existência das florestas fez dele um ser robusto, ágil, com os sentidos
aguçados, pouco sujeito às doenças, das quais a maioria nasce da vida
civilizada.
A atividade intelectual nestes tempos era nula: “o homem que
medita é um animal depravado”. Assim vivendo, o homem era feliz e suas únicas
paixões eram os instintos naturais, facilmente satisfeitos (sede, fome,
reprodução sexual, preservação).
É, com efeito, o
ponto capital da argumentação de Rousseau: a natureza não destinaria o homem
primitivo à vida em sociedade.
Durante milhares de séculos talvez, o homem
viveu solitário e independente, e este estado era o elemento essencial de felicidade ou bem-estar. Portanto, só se distinguiria dos animais pela maior
inteligência, pela consciência de ser livre e não ser submetido a se
desenvolver.
Após ter
condenado o espírito de civilização moderna, Rousseau ataca a própria
organização da sociedade.
A propósito de um novo concurso na academia de Dijon
em 1753, que tinha por tema “qual é a origem da desigualdade entre os homens e
se ela é autorizada pela lei natural”, Rousseau afirma: a liberdade do homem
está cada vez mais ameaçada porque a desigualdade social é crescente.
E
procurar remediar esta situação será o objeto do Contrato Social, no qual o
autor não se propõe a estudar o desenvolvimento histórico da escravidão e sim
os fundamentos da desigualdade.
Segundo
Rousseau, como visto acima, os homens exercem naturalmente seus instintos, não
sendo nem bom nem mau, mas um ser amoral.
Isto significa que na natureza os
homens não se agridem mutuamente sem uma motivação, mas apenas por legítima
defesa. Além do mais, a desigualdade surge quando alguém cerca um lote de terra
e diz “isto é meu”.
Em razão disso, outros homens são levados a fazer a mesma
coisa e se reúnem ou associam-se para poder usufruir daquilo que a terra pode
lhes oferecer. Mas com isso também se cria um modo de sobrevivência organizada
que exclui grande parte dos homens dos benefícios da natureza.
Agora,
desprovido do seu alimento e de sua liberdade, por causa da instituição da
propriedade privada, o homem torna-se subordinado daqueles que a detém. A
propriedade faz perder a liberdade natural.
Cabe, então,
restaurar o mínimo de liberdade ao homem civilizado. Em sociedade, há vícios
que o distanciam de sua natureza e repensar o modelo natural é um modo de
aproximá-los novamente.
Com isso, pensa-se no Contrato, não para voltar ao
estado natural, o que Rousseau acredita ser impossível, mas para tentar
diminuir as desigualdades entre os homens após o arbítrio da instituição da
propriedade. A natureza fez o homem livre.
Mas a sociedade existe, “o homem
nasceu livre e por toda parte se vê agrilhoado”. Ao injusto contrato em que o
forte subjuga o fraco, é preciso substituir por um novo contrato que assegure a
cada cidadão a proteção da comunidade e lhe permita vantagens da liberdade e da
igualdade.
Enquanto alguns filósofos estudaram as formas históricas de governo,
Rousseau meditou sobre o que deve ser uma sociedade justa e, ao colocar seus
princípios absolutos (liberdade e igualdade natural), tirou daí suas conclusões
de valor universal, que inspiraram a Revolução Francesa.
http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/rousseau-desigualdade-contrato.htm
Entendendo...
GENOCÍDIO
Sociologia
O crime de
genocídio caracteriza-se pelo extermínio sistemático de um grupo étnico e da
tentativa de destruição de sua cultura.
A palavra
genocídio (do grego genos – tribo, raça; e do latim cide – matar) é usada para
fazer referência ao ato de exterminação sistemática de um grupo étnico ou a
todo ato deliberado que tenha como objetivo o extermínio de um aspecto cultural
fundamental de um povo.
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1944 por
Raphael Lemkin, jurista polonês que contribuiu durante e depois do período da
Segunda Guerra Mundial para a construção das leis internacionais acerca desse
crime. Lemkim foi uma das principais figuras participantes da Convenção da ONU
para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, realizada em 1948.
Embora não seja
um fenômeno novo, uma vez que há registros de genocídios por toda a história
humana, foi apenas após os acontecimentos estarrecedores que se passaram
durante a Segunda Guerra Mundial, perpetrados pelo nazismo, que a Comunidade
Internacional reuniu-se para tentar coibir esse tipo de crime.
Em 1946, a
Assembleia da ONU definiu Genocídio como sendo “a recusa do direito à existência
de inteiros grupos humanos (...) um delito do direito dos povos, em contraste
com o espírito e os objetivos das Nações Unidas, delito que o mundo civil
condena", e determinou um projeto de Convenção para tratar do assunto.
O
projeto foi aprovado pela Assembleia Geral, em 09 de dezembro de 1948, e
definiu o crime de Genocídio em seu artigo 2º da seguinte forma:
Artigo II - Na
presente Convenção, entende-se por genocídio qualquer dos seguintes atos,
cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional,
étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
(a) assassinato
de membros do grupo;
(b) dano grave à
integridade física ou mental de membros do grupo;
(c) sujeição
intencional do grupo a condições de vida pensadas para provocar sua destruição
física total ou parcial;
(d) medidas
destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
(e)
transferência à força de crianças do grupo para outro grupo.
As motivações
para os atos de genocídios podem ser inúmeras: xenofobia, sentimento de ódio,
temor ou aversão profunda por pessoas pertencentes a uma nacionalidade
diferente, disputas étnicas e, até mesmo, religiosas. A Convenção, no entanto,
estabeleceu o princípio da responsabilização individual por todos os atos
relativos ao crime de genocídio e determinou também punição para quem os
comete.
Genocídios em
tempos recentes
O mais conhecido
genocídio da história ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que
mais de seis milhões de judeus, homossexuais, ciganos, negros, “comunistas” e
eslavos tenham sido sistematicamente assassinados em campos de concentração.
Todavia, ele não foi o primeiro.
O genocídio armênio é considerado pela grande
maioria da Comunidade Internacional como o primeiro ato de extermínio
sistemático de um grupo étnico da história recente.
Os acontecimentos que
levaram a essa tragédia passaram-se durante a Primeira Guerra Mundial, quando o
então Império Otomano ingressou em uma empreitada de assassinatos em massa
contra a população da Armênia, vitimando 1,8 milhões de pessoas.
Outro caso
bastante conhecido e que ainda é fonte de grande polêmica é o chamado Holodomor
ou o genocídio ucraniano, que ocorreu entre os anos de 1932 e 1933.
As ações
que levaram à morte de 3 a 3,5 milhões de pessoas por inanição (fome), segundo
estimativas recentes do historiador Stanislav Kulchytsky, são atribuídas ao
governo soviético de Josef Stalin.
As mudanças
implementadas pelo governo soviético na tentativa de industrializar a economia
e a produção soviética, um profundo período de seca que a região enfrentava e
fortes medidas implementadas pelo governo stalinista, como a “requisição
compulsória”, que determinava que os produtores agrícolas vendessem a produção
excedente para o Estado a preços baixíssimos, fazem parte dos motivos apontados
como responsáveis pela tragédia.
No entanto, embora a razão da grande
quantidade de mortes em um período tão curto ainda esteja aberta a debates nos
meios acadêmicos atualmente, é amplamente aceito pela Comunidade Internacional
que a responsabilidade da então URSS sobre as mortes é um fato.
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/genocidio.htm
Cultura...
Significado
de Relativismo
O
que é Relativismo:
Relativismo é uma corrente de
pensamento que questiona as verdades universais do homem, tornando o conhecimento
subjetivo.
O ato de relativizar é levar em
consideração questões cognitivas, morais e culturais sobre o que se considera
verdade. Ou seja, o meio que se vive é determinante para construir essas
concepções.
A relativização é a
desconstrução das verdades pré-determinadas, buscando o ponto de vista do
outro. Aquele que relativiza suas opiniões é aquele que acredita que existam
outros tipos de verdade, de perspectivas para as mesmas coisas, e que não há
necessariamente um certo ou errado.
O primeiro passo na aplicação do
relativismo é não julgar. O estranhamento de uma outra verdade ou comportamento
ajuda na desconstrução do paradigma, e é importante para repensar os fatores
que influenciaram naquela construção.
O relativismo é associado
principalmente ao conhecimento das Ciências Humanas, como a Antropologia e a
Filosofia.
Relativismo Sofista
O chamado Relativismo Sofista é
uma linha de pensamento da filosofia grega que defende a subjetividade da
verdade. O que o homem acredita e defende, seja enquanto moral ou conhecimento,
é conforme ele vê e experimenta, conforme seu contexto.
Veja o significado da frase do
sofista grego Protágoras "O homem é a medida de todas as coisas".
Relativismo Moral
A partir do relativismo sofista,
constrói-se uma corrente chamada de Relativismo Moral, a partir da
interpretação dos sofistas de que também a moralidade é importante para o
processo de construção do conhecimento. O que vai influenciar na ideia de bem e
mal. O bem é aquilo que é socialmente aceito, enquanto tudo o que sai da curva
de moralidade aprovada é tido como mal.
Relativismo Religioso
O relativismo religioso
ultrapassa o relativismo moral, e além de questionar a formação dos conceitos
de bem e mal, diretamente ligados à religião, coloca em questão a palavra de
Deus como a única verdade. Também no que diz respeito às interpretações feitas
pelos homens dos livros sagrados.
Relativismo Cultural
O relativismo cultural é um
conceito antropológico que define que o conjunto de hábitos, crenças e valores
de um grupo, ou seja a sua cultura, influencia no que este considera uma
verdade. E para relativizar a cultura, a pessoa deve primeiramente não julgar,
para depois tentar entender os traços da cultura do outro que o levaram a ter
aquilo enquanto verdade.
O relativismo cultural seria o
contrário do etnocentrismo. O pensamento etnocêntrico é aquele que apenas leva
em consideração a moral e os valores do seu próprio grupo para interpretar
outros comportamentos, e com isto acaba julgando pela sua perspectiva pessoal o
que é feito por outros grupos.
Já o relativismo cultural
defende o oposto, que a cultura do sujeito deva ser relativizada, ou seja,
repensada, para que se entenda o ponto de vista do outro.
https://www.significados.com.br/relativismo/
Curiosidade...
DOR
DE COTOVELO
Ao revisitarmos a história do
samba, vemos que grandes nomes que fizeram parte da trajetória do gênero
compuseram letras em que o amor era tematizado.
Em geral, as relações amorosas
eram pintadas por uma frustração ou infortúnio que impedia a consumação de uma
relação bem sucedida. De acordo com alguns biógrafos do samba, a tal desilusão
amorosa cantada, muitas vezes, se apresentava como uma extensão das decepções
experimentadas na própria vida do compositor.
Lupicínio Rodrigues, famoso
compositor gaúcho, foi um dos mais reconhecidos autores desse tipo de letra
melancólica. Em muitas delas, dizia que o bar era o lugar ideal para curar os
descaminhos da vida afetiva. Na canção “Taberna”, por exemplo, ele constrói um
curioso eu-lírico que passou o dia inteiro no bar observando o movimento da
freguesia e esquecendo a ingratidão dirigida à amada entre os tragos
ingeridos.
Apesar de não ser possível
apontá-lo como o autor da expressão, foi Lupicínio que cumpriu a função
estética de popularizar a lendária “dor de cotovelo”. A alegoria que dá sentido
ao termo faz justa alusão a quem encosta-se ao balcão de um bar para esquecer o
amor perdido e se embriagar. Seguindo a explicação, de tanto ficar recostado no
balcão, em completa inapetência, aquele que já sofre por amor acaba
“contraindo” uma terrível dor de cotovelo.
Sendo amante de várias mulheres
e, por isso, vivendo muitas desilusões no campo sentimental, Lupicínio chegou a
desenvolver uma teoria sobre a dor de cotovelo. A dor de cotovelo federal era aquela
que só poderia ser curada com embriaguez total. Já a dor de cotovelo estadual
era suportável e com o passar do tempo tudo se ajeitava.
Por fim, havia a
modalidade municipal da dor de cotovelo, que não poderia nem mesmo servir de
inspiração para um samba.
http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/origem-expressao-dor-de-cotovelo.htm
Piada...
Acampamento das tartaguras
Duas tartarugas decidiram acampar em um lugar, as duas
tartarugas já estavam decididas. O único problema era que para chegar naquele
lugar, demoraria 70 anos para ir e 70 anos para voltar. Elas levaram tudo que
era preciso para acampar. Chegando no local uma fala para a outra:
- Eu não acredito! Esquecemos a toalha!
- Eu que não irei voltar.
- Muito menos eu!
As duas decidiram quem iria, e chegaram a um acordo.
- Está bem, está bem! Eu irei, apenas se você me esperar
voltar para comer!
Elas concordaram e a tartaruga foi. Passaram 120 anos e
nada. A tartaruga estava com muita fome, 130 anos e a tartaruga estava ficando
com mais pressa. E disse que não aguentava mais. Completaram 140 anos e ela
disse:
- Não vou esperar mais! Vou comer agora...
Pegou a comida, quando ela iria comer, a outra tartaruga
aparece por trás dela e diz:
- Está vendo se eu fosse?
http://www.osvigaristas.com.br/piadas/
Tchau querida...
BBC
Brasil relembra os principais fatos de 2016
Depois de "dois mil e
treta" (2013) veio "dois mil e catarse" (2014), que abriu espaço
para "dois mil e crise" (2015). Agora, "dois mil e
desespero" (2016) está chegando ao fim.
Antes que mais uma
"bomba" apareça, a BBC Brasil decidiu recapitular alguns dos fatos
mais importantes deste ano difícil, cheio de reviravoltas - mas também de
coisas boas.
Relembre neste vídeo os
principais fatos do ano, do Nobel de Bob Dylan à maior crise política da
história recente do Brasil, passando pelos altos e baixos da Olimpíada, pela
febre do "Pokemon Go" e pelas perdas de vários ícones importantes.
O ano começou em meio ao pânico
pelo surto do zika vírus associado à microcefalia. Em Brasília, o aborto em
caso de contaminação pelo vírus entrou na discussão. A tese defendida por
muitas mulheres era a de que o Estado seria "o responsável pela epidemia
de zika", por não ter erradicado o mosquito, portanto as mulheres grávidas
não poderiam ser penalizadas.
Mas nenhuma decisão a respeito
foi tomada - o julgamento aconteceria no início deste mês, mas acabou sendo
cancelado.
No mesmo mês de janeiro foi
registrada a primeira grande perda deste ano: David Bowie, o lendário cantor e
compositor britânico.
Mulher deposita flores em mural
em homenagem a David Bowie em Londres.
Morto em janeiro, Bowie foi
celebrado o ano todo.
Depois de Bowie, foi-se muita
gente: o escritor Umberto Eco, em fevereiro, o cantor Prince, em abril, Cauby Peixoto,
em maio, o ex-lutador Mohammad Ali, em junho, Elke Maravilha, em agosto, o
líder da revolução cubana Fidel Castro, em novembro e o cardeal Dom Paulo
Evaristo Arns em dezembro.
Após a gravação deste vídeo,
também partiram o cantor George Michael e a atriz Carrie Fisher, a eterna
Princesa Leia de Star Wars.
Protestos
Como acontece desde pelo menos
2013, este foi um ano repleto de protestos nas ruas de todo o país. O maior
deles aconteceu em 13 de março, em mais de 300 cidades. Segundo números da
Polícia Militar, 3,5 milhões de pessoas teriam ido as ruas do país - para os
organizadores, foram quase 7 milhões.
Organizados por movimentos com
forte atuação na internet, eles se concentravam principalmente no impeachment
da então presidente Dilma Rousseff e foram citados por parlamentares durante o
ano inteiro como propulsores do processo de afastamento.
Por outro lado, desde que Michel
Temer assumiu a Presidência, mais protestos ocuparam cidades Brasil afora.
Os manifestantes criticavam
medidas de austeridade, como mudanças trabalhistas e em programas sociais.
Mesmo com o impeachment, Dilma
não foi a única grande personagem política deste ano.
Luiz
Inácio Lula da Silva
Escalada de denúncias contra
Lula também marcou 2016.
Um deles foi Eduardo Cunha. De
todo poderoso presidente da Câmara e responsável pela aceitação do processo de
impeachment no Congresso, ele primeiro foi afastado do mandado, depois teve os
direitos políticos cassados e, por fim, foi preso, em outubro deste ano,
acusado de desvios, dinheiro ilegal no exterior e obstrução de investigações.
Cunha nega as acusações.
E também o ex-presidente Lula.
Em março, ele foi alvo de uma condução coercitiva para depor a Policia Federal.
No mesmo mês, chegou a ser nomeado ministro da casa civil da então presidente
Dilma. A decisão foi revogada no mesmo dia.
Em setembro, o procurador Deltan
Dallagnol afirmou que Lula seria o "comandante máximo do esquema de
corrupção identificado pela Lava Jato" e teria recebido R$ 3 milhões em
benefícios da empreiteira OAS.
Hoje, ele é réu em cinco
processos diferentes - três deles na Lava Jato. O petista nega todas as
acusações.
Olimpíada
2016 também foi ano de Olimpíada
e Paralimpíada.
Cercados de muita polêmica -
desde o numero recorde de remoções até as obras, muitas tocadas por empresas
investigadas na operação lava jato - os jogos acabaram caindo no gosto do povo
e agradando à maioria dos visitantes.
Com 19 medalhas sete ouros, seis
pratas e seis bronzes, o Brasil encerrou a Rio 2016 no 13º lugar, e não cumpriu
a meta de ficar no top 10.
Usain Bolt em uma das provas que
venceu na Rio 2016.
Astros como Bolt saíram da Rio
2016 com uma coleção de medalhas.
Na Paralimpíada o resultado foi
melhor: 8º lugar no quadro geral e 72 medalhas, sendo 14 de ouro, 29 de prata e
29 de bronze.
Os jogos disputaram atenção com
uma invençãozinha tecnológica que se espalhou mundo afora: a febre do Pókemon
Go, aquele joguinho de realidade aumentada para celulares.
Internacional
No exterior, a pauta
predominante na imprensa foi o terror. Uma série de atentados marcou o ano de
2016 e deixou centenas - ou milhares de mortos - em países como Bélgica,
Nigéria, Franca, Turquia, Afeganistão, Alemanha e Síria.
Um dos principais conflitos
ocorre na Síria, onde mais de 400 mil pessoas já morreram e milhares se
transformaram em refugiadas.
A eleição de Donald Trump nos
Estados Unidos também foi uma das principais notícias. Apesar de ter perdido
para a rival Hillary Clinton na contagem total de votos, ele ganhou na votação
proporcional e toma posse ainda em janeiro.
Eleição de Trump surpreendeu a
muitos - a outros, nem tanto.
Depois de uma campanha repleta
de ofensas pessoais, muita baixaria e nem tantas propostas, o milionário
republicano continua causando polêmica com a nomeação de seus braços direitos
para os próximos quatro anos.
E
agora?
Por aqui, Temer completa quase
sete meses de mandato, sob forte rejeição popular.
Entre suas principais bandeiras
está a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos gastos, que congela os
gastos do governo federal com saúde, educação, infraestrutura e programas
sociais pelos próximos 20 anos. Sob protestos, ela foi aprovada em definitivo
no Senado há algumas semanas.
A outra é a Reforma da
Previdência - se aprovada como quer o governo, os brasileiros precisarão
trabalhar por 49 anos ininterruptos para garantir a aposentadoria completa. A
idade mínima passa a ser 65 anos, tanto para homens, quando para mulheres. A
exclusão de políticos e militares desta regra tem gerado desconforto entre
muitas pessoas.
A reforma vai passar ou não? E a
crise política, quais desdobramentos vai ganhar? Depois de mais de 60 presos,
quais serão os rumos da Lava Jato?
Essas são algumas das várias
perguntas em aberto para 2017, que já está batendo na porta.
Barbárie cotidiana...
Ato
de ambulante que morreu no metrô foi 'trangressão' a nosso modo covarde de
existir, diz psicanalista
Ambulante Luiz Carlos Ruas foi
espancado depois de tentar defender duas travestis.
Um crime que chocou o país: o
vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas morreu na noite de Natal, depois de ser
espancado por dois homens no chão de uma estação de metrô em São Paulo - diante
de dezenas de testemunhas.
Para o psicanalista, professor e
escritor Christian Dunker, Ruas morreu porque não se calou. Ao contrário das
pessoas que viram seu espancamento, Índio, como era conhecido, falou com seus
agressores, tentando impedir que os jovens batessem em duas travestis do lado
de fora da estação. Ao intervir, Índio tornou-se o alvo da violência.
Dias após o assassinato, Alípio
Rogério Belo dos Santos e Ricardo Martins do Nascimento estão presos e devem
ser denunciados por homicídio triplamente qualificado - eles dizem que reagiram
após um deles ser agredido por Ruas com uma garrafada, versão que, segundo o
delegado Osvaldo Nico, "não convence".
Em entrevista à BBC, Dunker, que
ganhou o Prêmio Jabuti pela obra sobre psicologia, psicanálise e comportamento,
classifica o ato do ambulante como uma "transgressão ao nosso modo muito
covarde de existir". Apegadas apenas à letra da lei, diz o psicanalista,
as pessoas não fazem nada além do que se espera delas, ficando em silêncio em
situações de injustiça.
"Diante do violento, a
gente não fala. Isso é uma característica de todos os sistemas de aceleração da
violência: nas corporações, na polícia, dentro das comunidades. Em todos esses
lugares, há uma cultura do silêncio. E quando alguém rompe a lei do silêncio
tem que pagar, como no caso do Índio."
Para psicanalista Christian
Dunker, ato de ambulante para defender duas travestis foi 'heróico'.
Leia a seguir os principais
trechos da conversa.
BBC
Brasil - Por que a morte do Índio chocou tanto os brasileiros?
Christian Dunker - O gesto do
Índio foi trágico, no sentido mais próprio do termo. Ele fez aquilo que todos
nós sabemos que devemos fazer numa situação de violência e não fazemos.
Ele se meteu na briga alheia.
Viu duas travestis sendo atacadas e rompeu essa barreira tácita do silêncio,
que nos envolve, nos acovarda e faz com que a gente sinta permanentemente uma
sensação de impotência diante daquilo que sabemos que está errado. Então, o
gesto do Índio falou por todos nós.
Isso é mobilizador e o torna, de
fato, um grande herói, porque ele faz o que todos nós devíamos fazer, inclusive
aqueles que são profissionalmente responsáveis.
Quando a gente nota que o
sistema de segurança do metrô não agiu a tempo, percebemos essa cegueira, e a
atitude do pequeno corrupto, que é aquele está permanentemente dizendo 'tem
alguém que deve estar encarregado desse problema' e tenta transferir sua
responsabilidade pessoal para o sistema. Muito provavelmente, a equipe do metrô
pensou dessa forma: 'alguém chamou a polícia'.
BBC
Brasil - E o aspecto de gênero nesse caso? Afinal, Índio defendeu duas
travestis de um ataque.
Christian Dunker - Foi uma
violência homofóbica. A gente não conhece (os jovens) e não pode exercer juízos
clínicos, mas vamos considerar uma situação de exibição de virilidade.
Isso costuma ser induzido por
grupos, grupos grandes que se organizam para linchar alguém, e também pelos
pequenos grupos, formados por dois, três. Neles, um incita ao outro a uma
demonstração de virilidade que é, no fundo, exibicionista. 'Preciso ser mais
violento, porque mostro que sou muito macho'.
Assim como, no início do
processo, no ataque homofóbico, há aquele que olha para outra experiência de
gênero e se sente agredido, aquilo toca seu senso de masculinidade. Isso regra
o processo de virilidade, que se torna muito instável. A gente pensa que o
travesti tem dificuldade com sua própria sexualidade, mas no fundo os que
atacam essas pessoas é que têm necessidades muito mais salientes, incontidas.
Homenagem ao ambulante na
estação Dom Pedro II, onde ocorreu a agressão; para entrevistado, crime teve
aspecto homofóbico.
BBC
Brasil - Você disse que o ambulante teve uma ação heróica, mas ele pagou por
isso. O caso não passa uma mensagem que, na nossa sociedade, quem age para
impedir situações de injustiça é punido?
Christian Dunker - Exatamente.
Ele, ao que parece, era uma pessoa pacata, querida, que conhecia as pessoas da
região, inclusive os que foram primeiro agredidos pelos dois jovens.
O ato dele está regido por uma
circunstância que chamamos de contingente. Ele não tinha que intervir, não
tinha nenhuma lei, nada que o obrigasse a fazer aquilo. E, ao mesmo tempo, não
tinha nenhuma circunstância que o impedisse de agir, como se fosse proibido ou
indesejado. É esse espaço no qual a gente pode agir para além da lei, para além
do que as pessoas esperam dos nossos papéis sociais funcionais.
Hoje, cada qual se restringe a
fazer aquilo que se espera dele ou dela. O que Índio representa? Outro tipo de ação, que tem a ver com uma
ligação com as pessoas que passam por aquele lugar.
Índio não chama o responsável,
não fala 'alguém tem que cuidar disso, vou ligar para a polícia'. Ele podia ter
feito isso, mas vai pessoalmente. No fundo, é como se tivesse fazendo uma
transgressão ao nosso modo básico, muito covarde, de existir. Ele ultrapassou
isso, e é o ato dos heróis. É aquilo que chamamos do verdadeiro ato ético, que
está para além da lei instituída.
O Brasil está num impasse ético
e político, porque a gente só consegue pensar em transformações baseadas na
coação da lei. A gente acha que precisa de mais leis, mais polícia, mais
punição, o que agora se voltou contra os dois rapazes. Isso por um lado é
necessário, mas por outro vai obscurecendo a força do ato ético, como foi o do
Índio.
BBC
Brasil - O que a forma como algumas pessoas reagiram ao caso, ameaçando os
agressores, fala sobre as motivações do assassinato? Não é o mesmo tipo de
violência?
Christian Dunker - Esse empuxo
ao linchamento segue a mesma lógica dos dois garotos, a mesma lógica do grupo.
Em grupo, me torno mais corajoso, começo a gritar, a enfrentar. Por quê? Porque
a gente se vê numa posição de vantagem em relação aos dois (agressores).
A gente começa a nutrir
pensamentos do tipo 'tomara que sejam estuprados na prisão', 'tomara que alguém
faça com eles o que fizeram com o Índio'. É um tipo de uso violento da lei, é a
lei de Talião: você foi violento, então espero sejam violentos com você também.
Isso, no fundo, é trair a
memória do Índio, que respondeu numa outra lógica. Esses que estão falando
'vamos linchar' também estão jogando com a lógica do 'alguém tem que fazer
isso'. Estão incitando a violência e no fundo acabam colaborando com esse
ciclo.
BBC
Brasil - Nesse contexto de banalização da violência, como se destaca o modo de
agir do Índio, que, segundos as testemunhas, tentou conversar com os jovens e
não agredi-los?
Christian Dunker - O verdadeiro
ato de combate à violência foi o do Índio que, sozinho, em desvantagem, quis
usar a palavra. É o que está faltando é o que a gente, mesmo num episódio como
esse, não consegue valorizar. Qual é a "arma" que o Índio tinha? A palavra.
Ele foi falar com as pessoas. Ele podia ter algum instrumento de ameaça, mas
não o usou.
A gente desaprendeu a potência simbólica, mediadora, da palavra, porque é só lei contra lei, força contra
força, e aí a violência vai se banalizando na mesma medida em que vai se
silenciando.
Diante do violento, a gente não
fala, não negocia mais com a palavra. Isso é uma característica de todos os
sistemas de aceleração da violência: nas corporações, na polícia, dentro das
comunidades. Em todos esses lugares, o que vai acontecer é uma cultura do
silêncio: não se fala. E quando alguém rompe a lei do silêncio tem que pagar,
como no caso do Índio.
Policiais tentam conter multidão
durante reconhecimento de agressores.
Agressores do ambulante foram
hostilizados durante reconhecimento de testemunhas; para Dunker, agir assim é
'trair memória' de Índio.
BBC
Brasil - Muita gente ficou surpresa com a falta de ação das pessoas que
testemunharam o espancamento, já que o metrô é um espaço movimentado. Essa
inércia tem a ver com a pressa das grandes cidades, com uma apatia crescente na
sociedade, ou possui motivações instintivas, de proteção?
Christian Dunker - Isso é uma
coisa que estudei no meu livro Mal-Estar, Sofrimento e Sintoma: a demissão do Estado em relação ao espaço
público. É um processo histórico que acontece a partir dos anos 1970, na
ditadura militar, quando o Estado brasileiro percebe que não tem recursos para
civilizar o país inteiro, e se vê impotente.
Então
ele se demite de administrar uma série de áreas públicas: favelas, condomínios
- que ficam em mãos de grupos privados -, prisões.
Eles
se tornaram espaços anônimos, nos quais a gente não sente que aquilo é nosso,
mas que pertence a um grupo. É um grupo que não sabemos quem é, que zela por
aquele espaço sem que a gente os veja.
Isso faz com que um lugar como o
metrô, que devia ser um espaço pelo qual todo mundo se sente um pouco
responsável, se torne apenas uma zona de passagem. Nesse espaço, a regra é:
tenho que ganhar velocidade. Vou usar um iPhone, recolher-me numa espécie de
bolha defensiva, para que nada me perturbe.
Sendo um espaço intervalar, nada
do que acontece ali me diz respeito, tanto que quem reagiu não era alguém que
estava de passagem, era alguém que habitava aquele espaço, que o tinha como
parte de sua comunidade.
O passante perdeu a capacidade
de se sensibilizar com o outro, de mudar a rota para fazer algo que esteja além
do que se espera dele.
Grupo de jovens em escola
ocupada de São Paulo.
Psicanalista diz que uma nova
geração, que hoje tem menos de 20 anos, deve negar a banalização da violência.
BBC
Brasil - Há uma nova geração que está reivindicando a ocupação do espaço
público, e uma relação mais próxima com a cidade - e com os outros. Podemos
acreditar que essa apatia tende a arrefecer no futuro?
Christian Dunker - Hoje há
movimentos de uma nova geração, que tem menos de vinte anos, e é completamente
avessa a tudo isso. Ela gosta de bicicleta, não quer comprar uma casa num
condomínio, mas viajar, quer ocupar escolas, tem uma aversão completa do ódio
como aspecto político e está inventando outras maneiras de lidar com a
diferença.
O contraste que você tem entre a
homofobia de um menino de 16 anos e de um jovem de 25 anos é muito grande.
Porque quem tem hoje 16 anos teve contato com alguma coisa do tipo um coletivo
feminista na escola. Isso é extremamente recente e importante.
Você chegou num ponto de
maus-tratos da diferença que opções orgânicas estão surgindo. É uma geração que
vai por no chinelo a geração pré-condomínio (as pessoas nascidas antes da
explosão dos condomínios no Brasil).
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