Socorro, todo mundo acha que eu sou gay,
mas eu não sou
Nessa semana,
leitores tiveram dúvidas para fazer novas amizades, e não sabem se devem
continuar em um relacionamento abusivo ou não.
Tenho 26 anos, e
moro em uma cidade do interior de Sergipe. Há três anos conquistei o emprego
que queria. Mas mesmo assim não estou me sentindo feliz. Não consigo fazer
amizades. Ultimamente não saio de casa, além do trabalho, e não estou
conseguindo me relacionar com ninguém.
O que pesa sobre mim é a sexualidade.
Desde cedo as pessoas insinuavam que eu sou gay e cresci com esse “trauma”. Não
sou e nem quero ser gay. E isso acabou me bloqueando em algumas ações na
adolescência e hoje, sei lá, meio que fico constrangido em chegar próximo a
alguém homem ou mulher por achar que a pessoa pense que sou gay. O que faço?
– Não-gay
Caro não-gay
Apenas você pode
saber qual é a sua orientação, mas você não deveria se preocupar com o que os
outros pensam – não existe um “jeito gay” ou um “jeito hétero” de ser. (E não
custa repetir ad infinitum: não há nenhum problema em pessoas que gostam de
pessoas do mesmo sexo.)
Lembre-se: os hábitos, trejeitos e comportamentos de
alguém não têm nenhuma relação com orientação sexual. Penso que você deveria se
aproximar das pessoas – seja homem ou mulher – sem essa preocupação. Tente sair
com o pessoal do trabalho: não é possível que ninguém almoce ou tome uma
cerveja junto de vez em quando. Aja da maneira mais natural que você conseguir.
Caso contrário, as pessoas sentirão seu nervosismo – e isso, sim, pode parecer
esquisito.
Namoro há 3 anos
e há quase 1 ano dividimos a mesma casa. Fui morar com o meu namorado porque
não tenho uma boa relação com a minha família. Meu irmão me agrediu fisicamente
e minha família ignorou totalmente a situação.
O problema é que o meu namorado
tem o temperamento muito tempestuoso. Passamos a discutir muito nos últimos
meses e ele me culpa por absolutamente tudo. Recentemente, descobri que ele me
traiu com uma mulher na academia – que é casada, por sinal.
Eles se encontraram
algumas vezes, mas, segundo ele, ele não quis me contar porque a nossa relação
havia melhorado. Ele jura que nunca teve nenhum tipo de contato físico com ela,
mas eu não consigo acreditar que apenas conversaram. Pior que eu sinto um
sentimento muito forte por ele, e depois que eu descobri tudo, ele passou a ser
mais atencioso.
– Eu não sei o
que fazer.
Cara eu não sei.
Eu também não acredito muito que eles apenas conversaram – especialmente porque
ele parece ter desenvolvido um relacionamento abusivo com você. Uma pessoa com
“temperamento tempestuoso” e que te “culpa por tudo” não parece alguém
confiável – mesmo que ele não tenha realmente tido contato físico com a mulher
da academia.
Repare também que foi você que descobriu o caso – não foi algo que
ele lhe contou. O fato de ele estar se comportando melhor depois da
“descoberta” não indica que ele mudou: isso mostra apenas que ele está com a
consciência pesada. Acho que, no fundo, pouco importa o que aconteceu na
academia. Você deveria pular fora desse namoro o quanto antes.
Vou compartilhar
um problema que tenho! Eu era noiva, e ja morávamos juntos há 1 ano. Tínhamos
uma empresa juntos também e o pedido de casamento foi na Disney. Planejamos
nosso filho e ele veio, porém, durante toda a gestação percebi que meu
companheiro estava muito diferente. No final da gestação, ele resolveu sair de
casa e me abandonou completamente.
Descobri que estava com uma guria que
conheceu um mês depois de me pedir em casamento. Hoje ele paga pensão e vê o
filho de 15 em 15 dias. Sou filha de pais separados e sei a dor que um filho
sente quando os pais não se dão bem!
No meu ponto de vista, ele precisa do pai
muito mais do que de 15 em 15 dias! Sem falar que toda a responsabilidade de
criar nosso filho está em cima de mim… Estou perdida, não sei como me limpar da
frustração e da culpa de não oferecer uma família unida e feliz para meu filho
e também como buscar forças para dar conta de toda essa situação.
– Mãe sola
Cara mãe sola
Concordo que
pegar o filho a cada 15 dias não seja participar da criação do filho. Criar uma
criança sozinha é uma tarefa hercúlea. Uma coisa que você pode fazer é pedir a
guarda compartilhada na Justiça, na qual ambos ficam igualmente com a
responsabilidade de educar o filho, inclusive com divisão de tempo.
Mas é muito
importante que você se livre dessa culpa que está sentindo, por não poder
“oferecer uma família unida e feliz” para o seu filho. Primeiro, porque foi o
seu marido que tomou a decisão de sair de casa. E, segundo, porque há milhares
de configurações de família feliz, que não necessariamente envolvem um pai, uma
mãe e filhos. Amigos, avós, tias, padrastos, irmãos: todas essas pessoas podem
– e irão – participar da vida do seu filho.
http://super.abril.com.br/blog/se-conselho-fosse-bom/socorro-todo-mundo-acha-que-eu-sou-gay-mas-eu-nao-sou/
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