DOR
DE COTOVELO
Ao revisitarmos a história do
samba, vemos que grandes nomes que fizeram parte da trajetória do gênero
compuseram letras em que o amor era tematizado.
Em geral, as relações amorosas
eram pintadas por uma frustração ou infortúnio que impedia a consumação de uma
relação bem sucedida. De acordo com alguns biógrafos do samba, a tal desilusão
amorosa cantada, muitas vezes, se apresentava como uma extensão das decepções
experimentadas na própria vida do compositor.
Lupicínio Rodrigues, famoso
compositor gaúcho, foi um dos mais reconhecidos autores desse tipo de letra
melancólica. Em muitas delas, dizia que o bar era o lugar ideal para curar os
descaminhos da vida afetiva. Na canção “Taberna”, por exemplo, ele constrói um
curioso eu-lírico que passou o dia inteiro no bar observando o movimento da
freguesia e esquecendo a ingratidão dirigida à amada entre os tragos
ingeridos.
Apesar de não ser possível
apontá-lo como o autor da expressão, foi Lupicínio que cumpriu a função
estética de popularizar a lendária “dor de cotovelo”. A alegoria que dá sentido
ao termo faz justa alusão a quem encosta-se ao balcão de um bar para esquecer o
amor perdido e se embriagar. Seguindo a explicação, de tanto ficar recostado no
balcão, em completa inapetência, aquele que já sofre por amor acaba
“contraindo” uma terrível dor de cotovelo.
Sendo amante de várias mulheres
e, por isso, vivendo muitas desilusões no campo sentimental, Lupicínio chegou a
desenvolver uma teoria sobre a dor de cotovelo. A dor de cotovelo federal era aquela
que só poderia ser curada com embriaguez total. Já a dor de cotovelo estadual
era suportável e com o passar do tempo tudo se ajeitava.
Por fim, havia a
modalidade municipal da dor de cotovelo, que não poderia nem mesmo servir de
inspiração para um samba.
http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/origem-expressao-dor-de-cotovelo.htm
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