sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Elegeram o chefe da quadrilha por mérito e folha corrida...


Renan Calheiros é eleito presidente do Senado com larga vantagem
Ele recebeu 56 votos contra 18 de Pedro Taques (PDT- MT)
Parlamentar foi denunciado por três crimes e pode pegar até 23 anos de cadeia. 
O senador do PMDB-AL foi eleito presidente do Senado por larga vantagem. 
BRASÍLIA - O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito nesta sexta-feira o novo presidente do Senado, no biênio 2013-2014, ao vencer o rival Pedro Taques (PDT-MT) por 56 votos a 18 votos, sendo dois deles em branco e outros dois anulados, no total de 78 senadores votantes. Ele sucede a José Sarney, que deixa o comando da Casa pela quarta vez. O apoio do PT e do Palácio do Planalto foi fundamental para a vitória. Renan só teve sua candidatura formalizada a menos de 24 horas da eleição. Há cinco anos, Calheiros renunciava ao mesmo cargo para evitar a cassação por denúncias de uso de laranjas para comprar empresas e uso de lobista para pagar despesas particulares.
Logo após a proclamação do resultado por Sarney, Renan fez um rápido pronunciamento ao assumir o cargo e agradeceu aos que nele depositaram confiança, aos parlamentares do PMDB e fez um agradecimento especial ao político maranhense.
— Foi ele (Sarney) que nos conduziu da escuridão da ditadura para a liberdade democrática — afirmou.
A sessão para a escolha do novo presidente do Senado foi aberta na manhã desta sexta-feira pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). O bloco dos senadores que fizeram oposição à candidatura de Renan Calheiros optou por discursos comedidos, evitando citar as acusações contra o favorito à Presidência do Senado. O clima no plenário nas horas que antecederam a votação para a escolha do novo presidente foi de moderação, atitude adotada por parlamentares que já sabiam, de antemão, que teriam Renan à frente da Casa pelos próximos dois anos.
No mesmo dia da eleição em que Renan saiu vencedor, a Revista ‘Época’ revelou que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o senador ao Supremo Tribunal Federal (STF) por peculato (desvio de dinheiro público, 2 a 12 anos de cadeia), falsidade ideológica (1 a 5 anos) e uso de documento falso (2 a 6 anos). O conteúdo da denúncia ainda não havia sido divulgado.
- Se fizermos um exame de consciência, podemos ver que temos o sentimento de uma necessidade de renovação – afirmou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que defendeu que essa renovação estava na candidatura do senador Pedro Taques (PDT-MT).
Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o senador Renan Calheiros deveria renunciar à candidatura. Ele destacou que a posição do peemedebista dificultava a decisão dos senadores, já que ele está sendo denunciado.
- O procurador fez uma denúncia ao STF. E está na mão do presidente do STF denunciar o presidente do Senado por uma série de crimes. Seria o caso de suspender essa sessão? Esse confronto de o Senado eleger um ilustre senador que está sendo processado. Ele se elege hoje e na quarta ou quinta-feira o presidente do Supremo aceita a denúncia e começa um processo. E automaticamente ele será processado aqui e se começa tudo de novo – afirmou Simon, relembrando a renúncia de Renan em 2007, à presidência do Senado.
- Não tenho intimidade com Renan, temos estilos diferentes. Se eu tivesse intimidade com Renan, eu diria “não te mete nessa”, é muito mais importante para ti ficar na liderança – disse Simon.
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que havia apresentado candidatura para a presidência do Senado e abriu mão em favor de Taques, destacou que havia pleiteado concorrer ao cargo em protesto.
Dilma liga para novo presidente do Senado
Após a vitória, a presidente Dilma Rousseff ligou para Renan para parabenizá-lo pela vitória na eleição da presidência do Senado. Dilma fez o telefonema assim que chegou a Brasília de volta de uma viagem que fez a Castanhal (PA), onde participou de cerimônia de entrega de 1.080 unidades habitacinais do programa Minha Casa Minha Vida.
A presidente não se pronunciou publicamente sobre a disputa, mas o Palácio do Planalto apoiou a candidatura do peemedebista nos bastidores. Dilma retornou do Pará e seguiu direto para o Palácio da Alvorada, sua residência oficial, por volta das 16h30.
Jorge Viana será o 1º vice-presidente
Na votação para a escolha da nova Mesa Diretora do Senado, Jorge Viana (PT-AC) foi escolhido como 1º vice-presidente e senador Romero Jucá (PMDB-RO) o 2º vice-presidente. Os parlamentares aprovaram as indicações de Flexa Ribeiro (PSDB-PA) para a 1ª secretaria da Mesa, da senadora Ângela Portela (PT-ES) para a 2ª secretaria e do senador João Vicente Claudino (PTB-PI) para a 4ª secretaria.
Por falta de acordo entre as lideranças partidárias, o titular da 3ª secretaria será escolhido no voto em cédula de papel, entre os senadores Magno Malta (PR-ES) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Defesa por Renan
No Senado, a candidatura de Renan foi defendida enfaticamente por Lobão Filho (PMDB-MA) e Fernando Collor (PTB-AL). Lobão Filho criticou a Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando que o órgão deixou para fazer uma denúncia contra o peemedebista na semana em que se elege o presidente do Senado. Ele também defendeu a proporcionalidade e o “direito” do partido de ter o cargo da presidência da Casa.
- Eu acho que nosso partido fez a escolha correta. O PMDB não está usurpando o direito de ninguém. É um direito do PMDB – disse Lobão Filho.
No discurso mais raivoso em defensa do conterrâneo e ex integrante da chamada "Turma de Alagoas", o senador Fernando Collor chamou, da tribuna do Senado, o procurador-geral da República de "chantagista" e "prevaricador". Na sua cruzada contra o procurador, Collor aproveitou a sessão para pedir celeridade na tramitação da representação que apresentou contra Gurgel, acusando-o de prevaricação.
Ao falar da denúncia pedida por Gurgel contra Renan, Collor disse que ele não tem autoridade moral para apresentar denúncia contra qualquer parlamentar.
- Esse senhor (Gurgel) é um prevaricador, um chantagista, sem autoridade moral para colocar um senador numa situação constrangedora - discursou Collor bastante irado.
Ele reclamou do fato de Gurgel ter apresentado a denúncia contra Renan num sábado, véspera da eleição de Renan.
- Alguma orquestração está por trás disso tudo - reclamou, completando: - Como tem autoridade moral para apresentar denúncia contra um senador que já foi julgado e absolvido pelo Senado Federal?
Já o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) elogiou Sarney, a quem ele atribui melhorias na transparência na Casa. Ele também exaltou seu partido e defendeu que, pelo tamanho da legenda, em respeito à proporcionalidade, Renan deve ser o escolhido:
- Meu companheiro, meu amigo, dileto e fraternal senador – disse Rêgo sobre Renan.
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou que seu partido iria apoiar a candidatura de Taques. Ontem, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tentou lançar a candidatura de Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), mas depois abriu mão e anunciou apoio a Taques.
- Temos uma posição unânime, vamos votar no Pedro Taques, pois entendemos que ele é quem representa as aspirações do povo brasileiro – afirmou Rollemberg.
Também do PSB, João Capiberibe (AP) levou à tribuna denúncias contra Renan.
- Temos dois candidatos, um velho, desgastado, com telhado de vidro. E outro que representa a mudança e oxigenação do Senado – disse.
Força de Renan Calheiros
No mesmo palco em que os senadores ignoraram as denúncias que envolvem Renan Calheiros reconduzindo-o à presidência do Senado, há cinco anos o senador alagoano jogou a toalha: acossado por denúncias de uso de laranjas para comprar empresas e uso de lobista para pagar despesas particulares, renunciou á presidência do Senado durante sessão de julgamento para perda de seu mandato. Entregou a presidência e salvou o mandato com a derrubada do parecer do falecido senador Jefferson Péres (PDT-AM) que pedia sua cassação. Desde então, trabalhou dia após dia costurando acordos para retomar o posto.
Passados esse cinco anos, Renan volta com força total, com apoio da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula, dos partidos da base governista e até de José Dirceu, condenado como chefe da quadrilha do Mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Como agora, em que enfrenta três inquéritos para apurar uso de notas frias e crime contra o meio ambiente, no dia 04 de dezembro de 2007 Renan encerrou quase três anos de duas eleições consecutivas para presidir o Senado. No ato da renúncia, disse que saia sem mágoas ou ressentimentos, de cabeça erguida.
- Não adotei este gesto antes pois poderia sugerir, naquele momento, uma aceitação das infâmias e inverdades. Desculpem-me se essa interpretação não pareceu a mais conveniente, mas agi de acordo com a minha consciência, convicto de que era a conduta mais correta. Meu pensamento, nesta hora difícil de minha vida, volta-se para o povo de Alagoas, que, com sua confiança e soberania, me investiu do mandato de Senador da República, de que tanto me orgulho - disse Renan em sua despedida do cargo.
O anúncio de sua candidatura de Renan foi feito ontem pelo presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que negou constrangimento por Renan correr o risco de virar réu em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que Renan é um “líder nato”.
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http://g1.globo.com/parana/noticia/2013/02/padres-de-curitiba-podem-trocar-vinho-por-suco-de-uva-em-missas.html

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