sábado, 13 de julho de 2013

História...

Prestígio e hábitos da nobreza absolutista

As roupas e os hábitos eram utilizados para marcar as diferenças entre os grupos sociais, durante a Idade Moderna.
Uma maneira de concretizar e apresentar a superioridade do poder real sobre as demais pessoas do reino durante a Idade Moderna era através os rituais das cortes absolutistas. Com os rituais, os reis criavam uma imagem de requinte e sofisticação em seus hábitos que não era acessível aos demais grupos sociais.

Esses rituais eram compostos por regras de etiqueta que marcavam a diferenciação social, e eram apresentadas como um conhecimento detido por nobres e reis, não possibilitado a burgueses, camponeses e servos. O conhecimento dos rituais palacianos era necessário para saber se portar em festas e jantares reais. Havia uma forma específica para dançar, para se portar à mesa de um jantar ou mesmo para se vestir e se apresentar em público. Até para cumprimentar nobres e reis era necessário conhecer os gestos adequados, a fim de não criar situações constrangedoras e, até mesmo, inimizades.

Através dos códigos de etiqueta os nobres exerciam influência e mostravam o poder que detinham, já que eram nas cerimônias palacianas que muitas decisões eram tomadas. Daí a possibilidade de se criarem as intrigas palacianas com o objetivo de influenciar decisões, tão comumente apresentadas na literatura que retrata essa época.

A participação nestas cerimônias garantia prestígio social, através de um estilo de vida diferente das pessoas pobres, e proporcionava ainda um sentimento de honra. São estas características que levam alguns historiadores e sociólogos a afirmar que diferentemente da sociedade capitalista, dividida em classes sociais com base em critérios econômicos, a sociedade da Idade Moderna era dividida em estamentos. Os que tinham privilégios, como o clero e a nobreza, sobrepunham-se aos que não tinham, como os camponeses, os nobres e os burgueses. Essa forma de divisão social é chamada de sociedade estamental, onde não há mobilidade social. Desta forma, as pessoas que nascem em algum estamento jamais passarão para outro. Por exemplo, os camponeses serão sempre camponeses, não podendo um dia se tornar nobres.

Para estes estudiosos eram os privilégios, a honra, o estilo de vida e a tradição que colocavam a nobreza e o clero numa situação de superioridade social em relação aos demais grupos da população. A exploração do trabalho camponês, o recolhimento de impostos e a detenção de grandes quantidades de terras eram apenas um poder acessório. Assim, o que garantia a superioridade social da nobreza e do clero era o prestígio social e os hábitos requintados de vida, baseados em uma tradição secular.

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