Prestígio e hábitos da nobreza absolutista
As roupas e os hábitos
eram utilizados para marcar as diferenças entre os grupos sociais, durante a
Idade Moderna.
Uma maneira de
concretizar e apresentar a superioridade do poder real sobre as demais pessoas
do reino durante a Idade Moderna era através os rituais das cortes
absolutistas. Com os rituais, os reis criavam uma imagem de requinte e
sofisticação em seus hábitos que não era acessível aos demais grupos sociais.
Esses rituais eram
compostos por regras de etiqueta que marcavam a diferenciação social, e eram
apresentadas como um conhecimento detido por nobres e reis, não possibilitado a
burgueses, camponeses e servos. O conhecimento dos rituais palacianos era
necessário para saber se portar em festas e jantares reais. Havia uma forma
específica para dançar, para se portar à mesa de um jantar ou mesmo para se
vestir e se apresentar em público. Até para cumprimentar nobres e reis era
necessário conhecer os gestos adequados, a fim de não criar situações constrangedoras
e, até mesmo, inimizades.
Através dos códigos de
etiqueta os nobres exerciam influência e mostravam o poder que detinham, já que
eram nas cerimônias palacianas que muitas decisões eram tomadas. Daí a
possibilidade de se criarem as intrigas palacianas com o objetivo de
influenciar decisões, tão comumente apresentadas na literatura que retrata essa
época.
A participação nestas
cerimônias garantia prestígio social, através de um estilo de vida diferente
das pessoas pobres, e proporcionava ainda um sentimento de honra. São estas
características que levam alguns historiadores e sociólogos a afirmar que
diferentemente da sociedade capitalista, dividida em classes sociais com base
em critérios econômicos, a sociedade da Idade Moderna era dividida em estamentos.
Os que tinham privilégios, como o clero e a nobreza, sobrepunham-se aos que não
tinham, como os camponeses, os nobres e os burgueses. Essa forma de divisão
social é chamada de sociedade estamental, onde não há mobilidade social. Desta
forma, as pessoas que nascem em algum estamento jamais passarão para outro. Por
exemplo, os camponeses serão sempre camponeses, não podendo um dia se tornar
nobres.
Para estes estudiosos
eram os privilégios, a honra, o estilo de vida e a tradição que colocavam a
nobreza e o clero numa situação de superioridade social em relação aos demais
grupos da população. A exploração do trabalho camponês, o recolhimento de
impostos e a detenção de grandes quantidades de terras eram apenas um poder
acessório. Assim, o que garantia a superioridade social da nobreza e do clero
era o prestígio social e os hábitos requintados de vida, baseados em uma
tradição secular.
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