sábado, 28 de setembro de 2013
Refletir...
"Se você é paciente
em um momento de raiva, você evitará cem dias de sofrimento."
(Provérbio Chinês)
http://pensador.uol.com.br/autor/proverbio_chines/6/Língua afiada...
A flexão dos adjetivos
O adjetivo varia de acordo com o gênero, número e grau
Ao conhecermos sobre os conteúdos gramaticais de uma forma geral, um aspecto extremamente relevante é entendermos sobre o sentido denotativo no que se refere ao conceito de um determinado termo.
Para tal, iniciaremos o referente assunto enfatizando sobre a maneira como se dá a flexão:
Assim como os substantivos, os adjetivos são mutáveis quanto ao gênero, número e grau, sendo que tais termos remetem-nos à ideia de singular/plural, masculino/feminino, aumentativo/diminutivo.
Quanto ao gênero, subdividem-se em:
Uniformes – Possuem apenas uma forma, sendo aplicada tanto a substantivos masculinos, quanto a femininos:
Exemplos:
garoto feliz – garota feliz
mulher triste – homem triste
momento anterior – hora anterior
Biformes – Possuem duas formas distintas de aplicabilidade, uma para o masculino e outra para o feminino:
Exemplos:
professor dinâmico – professora dinâmica
alunos inquietos – alunas inquietas
gato furioso – gata furiosa
Quanto ao número:
Os adjetivos simples geralmente concordam com o substantivo a que eles se referem:
Exemplos:
criança amável – crianças amáveis
jovem trabalhador – jovens trabalhadores
público animado – públicos animados
Já os adjetivos compostos, obedecem a algumas regras específicas, na qual somente o último elemento é flexionado:
Exemplos:
olhos castanho-claros
esculturas greco-romanas
comemorações cívico-religiosas
Há algumas exceções, como é o caso de:
azul-marinho e azul-celeste, ambos são invariáveis, observe:
ternos azul-marinho
lingeries azul-celeste
surdo-mudo – os dois elementos são variáveis:
Exemplos:
alunos surdos-mudos
garotas surdas-mudas
*Quando o segundo elemento representar um substantivo, também permanece invariável:
Exemplos:
vestidos amarelo-limão
geladeiras branco-gelo
tecidos verde-oliva
Quanto ao grau:
Apresentam-se em dois graus: comparativo e superlativo:
Grau comparativo- subdivide-se em:
Comparativo de igualdade – Paulo é tão alto quanto seu irmão
Comparativo de inferioridade – Paulo é menos alto que (ou do que) seu irmão.
Comparativo de superioridade – Paulo é mais alto que (ou do que) seu irmão.
Grau superlativo – subdivide-se em:
Superlativo relativo de inferioridade – Mariana é a menos esforçada das irmãs.
Superlativo relativo de superioridade – Marcos é o mais calmo de toda a família.
Superlativo absoluto – é quando a qualidade é expressa de maneira intensificada.
Superlativo absoluto analítico – A funcionária é extremamente (ou bastante, muito) esforçada.
Superlativo absoluto sintético – A recepcionista é agradabilíssima.
Note que o superlativo absoluto sintético é formado pelo acréscimo do sufixo - íssimo,
-rimo, - imo.
História...
As etapas da evolução humana
É preciso lembrar, porém, que esse painel não está completo. Ele apenas resume o que foi possível concluir a partir dos fósseis estudados até hoje. Ainda faltam muitas peças no quebra cabeça da evolução humana, por exemplo, o tão procurado "elo perdido", aquele espécime com características de primatas e de humanos, que explicaria um importante passo da humanidade em sua fascinante aventura sobre a Terra.
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Viva a sabedoria...
Lógica de Aristóteles
Aristóteles - Criador da lógica
Para Aristóteles, a
lógica não é ciência e sim um instrumento (órganon) para o correto pensar. O
objeto da lógica é o silogismo.
Silogismo nada mais
é do que um argumento constituído de proposições das quais se infere (extrai)
uma conclusão. Assim, não se trata de conferir valor de verdade ou falsidade às
proposições (frases ou premissas dadas) nem à conclusão, mas apenas de observar
a forma como foi constituído. É um raciocínio mediado que fornece o
conhecimento de uma coisa a partir de outras coisas (buscando, pois, sua
causa).
Em si mesmas, as
proposições ou frases declarativas sobre a realidade, como juízo, devem seguir
apenas três regras fundamentais.
1- Princípio de
Identidade: A é A;
2- Princípio de não
contradição: é impossível A é A e não-A ao mesmo tempo;
3- Princípio do
terceiro excluído: A é x ou não-x, não há terceira possibilidade.
Dessa forma, o valor
de verdade ou falsidade é conferido às proposições, pois são imediatamente
evidenciados. No entanto, a lógica trabalha com argumentos.
As proposições
classificam-se em:
Afirmativas: S é P;
Negativas: S não é
P;
Universais: Todo S é
P (afirmativa) ou Nenhum S é P (negativa);
Particulares: Alguns
S são P (afirmativa) ou Alguns S não são P (negativa);
Singulares: Este S é
P (afirmativa) ou Este S não é P (negativa);
Necessárias: quando
o predicado está incluso no sujeito (Todo triângulo tem três lados);
Não necessárias ou
impossíveis: o predicado jamais poderá ser atributo de um sujeito (Nenhum
triângulo tem quatro lados);
Possíveis: o
predicado pode ou não ser atributo (Todos os homens são justos).
O silogismo é
composto de, no mínimo, duas proposições das quais é extraída uma conclusão. É
necessário que entre as premissas (P) haja um termo que faça a mediação (termo
médio sujeito de uma P1 e predicado da P2 ou vice-versa). Sua forma lógica é a
seguinte:
A é B
Logo, B é C (sempre
os termos maior e menor).
C é A
Observem que o termo
médio é o termo A, que é sujeito numa frase e predicado na outra. Assim ele não
aparece na conclusão, evidenciando que houve mediação e que a conclusão é, de
fato, uma dedução ou inferência, isto é, ela é realmente extraída da relação
entre as premissas.
A relação entre as
proposições acontece da seguinte maneira:
Proposições
Contraditórias: quando se diz que Todo S é P e Alguns S não são P ou Nenhum S é
P e Alguns S são P
Proposições
contrárias: quando se diz que Todo S é P e Nenhum S é P ou Alguns S são P e
Alguns S não são P
Subalternas: quando
se diz que Todo S é P e Alguns S são P ou Nenhum S é P e Alguns S não são P
O silogismo,
portanto, é o estudo da correção (validade) ou incorreção (invalidade) dos
argumentos encadeados segundo premissas das quais é licito se extrair uma
conclusão. Sua validade depende da Forma e não da verdade ou falsidade das
premissas. Desse modo, é possível distinguir argumentos bem feitos, formalmente
válidos, dos falaciosos, ainda que a aparência nos induza a enganos. Por
exemplo:
P1 - Todo homem é
mortal (V)
P2 - Sócrates é
homem (V)
C - Logo, Sócrates é
mortal (V).
O argumento é válido
não porque a conclusão é verdadeira, mas por estar no modelo formal:
A é B
Logo, B é C
C é A
Outro exemplo:
P1 – Todos os
mamíferos são mortais (V)
P2 – Todos os cães
são mortais (V)
C – Logo, todos os
cães são mamíferos (V).
Ora, embora as
premissas e a conclusão sejam verdadeiras, não houve inferência, já que por não
estarem formalmente adequadas, as premissas não têm relação com a conclusão.
Formalmente o
argumento é A é B
C é B
Logo, A é C,
argumento falacioso, já que o termo médio não faz ligação entre os outros
termos.
São várias as
combinações, o importante é atentar para a forma. É dela que se pauta a lógica.
http://www.brasilescola.com/filosofia/logica-aristoteles.htm
Arte...
Blues
Podemos definir o
blues como um estilo ou forma musical que se baseia no uso de notas baixas
(graves) com fins expressivos e que mantém uma estrutura musical repetitiva.
O gênero surgiu nos
Estados Unidos a partir do século XVII, quando os escravos negros da região sul
faziam canções de trabalho nas plantações de algodão e outras músicas
relacionadas a sua fé religiosa (spirituals). O conceito de "blues"
só se tornou conhecido depois do término da Guerra Civil Americana, período em
que passou a representar a essência do espírito da população afro-americana.
Provavelmente, o
"pai do blues" W. C. Handy ouviu este tipo de música pela primeira
vez em 1903, quando viajava e observava um homem tocando seu violão com um
canivete. O primeiro artista popular do gênero foi Charley Patton, na década de
20. Posteriormente, surgiram outros nomes, como Son House, Willie Brown, Leroy
Carr e Bo Carter.
Procurando melhores
condições de vida e oportunidades, no incício da década de 40, uma grande parte
dos negros americanos emigrou para Chicago, levando o blues juntamente com
eles. Com o uso de instrumentos musicais elétricos, uma gama enorme de novas
possibilidades se abriu, permitindo que os adeptos ao gênero pudessem alcançar
voos mais altos.
Nesta época surgiu o
primeiro músico do blues (bluesman) a ter reconhecimento fora da Inglaterra e a
ter eletrificado todos os instrumentos de sua banda: Muddy Waters, o qual foi
uma grande influência para famosas bandas, como The Beatles e Rolling Stones.
Ainda podemos citar
o surgimento de outros importantes músicos nesse período. Alguns exemplos:
Willie Dixon, com seu baixo acústico tradicional e sua voz grave, sendo
considerado o "poeta do blues”; e Howlin' Wolf, guitarrista e gaitista,
ficou famoso por sua voz rouca.
É impossível falar
sobre o blues sem mencionar B.B.King. O “rei do blues” se consagrou em razão de
ter colocado a guitarra solo como elemento central, criando um estilo de forma
pura e melódica e com características únicas.
Nos anos 60, o
gênero serviu de fundamento para a criação de um dos maiores estilos musicais:
o rock. Elvis Presley tinha sua origem totalmente enraizada no blues. Bandas
como Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin também foram totalmente
influenciadas pelo mesmo.
Durante os anos 70,
o estilo começou a perder seu espaço para outros gêneros com elementos
eletrônicos, especialmente da era Disco. No início dos anos 80, as
apresentações de blues começaram a ficar cada vez mais escassas, pois a própria
moda da época rejeitava a sua tendência não-comercial, entrando em contraste
com a fase "Dancing”.
Porém, graças ao
guitarrista americano Stevie Ray Vaughan, o gênero ganhou novas forças. O
músico começou a regravar clássicos e a criar sua própria marca, unindo
elementos típicos do blues de Chicago, como Albert King, B.B. King e Howlin'
Wolf, com o de Jimi Hendrix.
Após a morte de
Vaughan, o gênero nunca mais teve a mesma força de antes, sendo gradativamente
esquecido pelas massas a partir dos anos 90. Em razão do apelo comercial da
indústria da música, infelizmente o blues tomou uma proporção cada vez mais
restrita, algo definitivamente diferente do que se via na época de sua criação.
Entendendo...
Problema social e problema sociológico
Para Augusto Comte, as leis sociais, regeriam a vida
social
A Sociologia
enquanto ciência nasceu no século XIX a partir do pensamento positivista de
Augusto Comte, o qual, propondo uma analogia aos métodos empregados em outras
ciências como a biologia, a física e a química, tentou construir uma ciência da
sociedade. Segundo Comte, para além das leis físicas e biológicas haveria as
leis sociais, que regeriam a vida social.
Mais tarde, Emile
Durkheim se esforçaria em dar um caráter mais cientificista à Sociologia.
Segundo Raymond Aron, a concepção de Sociologia de Durkheim se baseia em uma
teoria do fato social, sendo seu objetivo demonstrar que poderia haver uma
ciência sociológica que tinha como objeto de estudo os fatos sociais. Para
Durkheim, seria preciso observá-los como “coisas”, de forma imparcial e
distanciada, assim como quaisquer outros fatos ou fenômenos das demais
ciências, aplicando-se para isso um método específico (método este desenvolvido
em sua obra). Esse esforço para a institucionalização de uma ciência da vida
social (das relações sociais e dos fenômenos que delas resultam) fazia muito
sentido naquele contexto se levarmos em consideração os desdobramentos das
principais transformações sociais, políticas e econômicas pelas quais passava a
Europa.
O desenvolvimento de
uma sociedade industrial, de caráter urbano, trazia à tona novos problemas
sociais, os quais poderiam ser compreendidos por uma nova ciência. Contudo,
embora a Sociologia tenha se pretendido como uma ferramenta de intervenção na
sociedade em alguns momentos, ao longo de sua constituição enquanto área de
conhecimento, vale ressaltar que ela não tem como maior objetivo solucionar os
problemas que afetam a vida em sociedade, mas sim compreendê-los. Obviamente,
enquanto ciência, ela pode colaborar na construção de vias alternativas para a
resolução de problemas, mas daí a pensarmos nela como ferramenta para solução
de tudo é no mínimo um erro. Compreender a lógica de funcionamento dos
fenômenos não significa poder intervir necessariamente. Basta fazermos uma alusão
à Medicina enquanto área de conhecimento. Quantos médicos devem estudar uma
doença como a AIDS? Já sabem como esse mal se manifesta nos seres humanos, suas
causas, as características do vírus e efeitos sobre o corpo doente, entre
tantas outras coisas. Contudo, ainda não foi descoberto um tratamento visando a
cura, mas apenas como tratar o doente de uma forma que sua expectativa de vida
possa ser ampliada. Assim, seja a Sociologia, a Medicina, ou qualquer outra
ciência, devemos apenas esperar possíveis explicações para os fenômenos em si,
suas causas e efeitos (embora não sejam tão claros na sociedade), e não
necessariamente a resolução definitiva de algum problema.
Partindo desse
ponto, é importante sabermos que há uma diferença entre problemas sociais e problemas
sociológicos. Em alguns livros de introdução à Sociologia, como no trabalho de
Sebastião Vila Nova, define-se que um problema social tem origem em fatores
sociais e tem consequências sociais. Embora a classificação de um problema
social possa ser subjetiva (afinal de contas, o que é um problema para nossa
cultura pode não ser em outra), dentre as suas características mais gerais
podemos dizer que estão o sentimento de indignação e de ameaça à coletividade
que podem ser gerados. A indignação estaria ligada ao sentimento de injustiça
(do ponto de vista moral) despertado por esse problema social e, da mesma
forma, a ideia de ameaça à coletividade estaria vinculada à desestabilização do
que Durkheim chamava de solidariedade social, a qual seria responsável pelos
laços sociais entre os indivíduos.
Para exemplificar a
primeira característica (da indignação), podemos pensar no trabalho e na
prostituição infantil, na fome no Nordeste brasileiro, na condição do
trabalhador desempregado, na pobreza que afeta as regiões metropolitanas
brasileiras, entre outros assuntos que certamente nos “incomodam” mesmo que não
sejamos atingidos diretamente. Já com relação à noção de ameaça à coletividade,
podemos pensar na violência urbana, nas crises econômicas que levam ao
desemprego, nas guerras entre os países e etnias, nas ações preconceituosas das
mais diversas naturezas, enfim, numa série de fatores que afetam a ordem social
como um todo.
Já os problemas
sociológicos são os objetos de estudo da Sociologia enquanto ciência, a qual se
debruça sobre esses para compreender suas características gerais. Como afirmado
anteriormente, a Sociologia estuda os fenômenos sociais, sendo eles percebidos
como problemas sociais ou não, lançando mão de uma observação sistemática e pormenorizada
das organizações e relações sociais. Problemas sociológicos, nas palavras de
Sebastião Vila Nova, são questões ou problemas de explicação teórica do que
acontece na vida social, isto é, na sociedade, como por exemplo: o casamento, a
família, a moda, as festas como o carnaval, o gosto pelo futebol, a religião,
as relações de trabalho, a produção cultural, a violência urbana, as questões
de gênero, desigualdade social, etc.
A violência urbana,
por exemplo, pode ser um problema sociológico, uma vez que pode despertar o
interesse dos sociólogos para desvendar os motivos de tal fenômeno social, mas
ao mesmo tempo trata-se de um problema social, haja vista afetar toda a
coletividade. No entanto, caberia à Sociologia apenas explicá-la, e não
necessariamente resolvê-la. Dessa forma, podemos dizer que todo problema social
pode ser um problema sociológico, mas nem todo problema sociológico é um
problema social.
http://www.brasilescola.com/sociologia/problema-social-problema-sociologico.htmCuriosidade...
O susto faz o soluço parar?
Sim, pois no momento
em que a pessoa se assusta o organismo libera a adrenalina, substância que
restabelece o funcionamento normal do nervo frênico, interrompendo o problema.
Mas para que isso ocorra a pessoa tem que se assustar de verdade.
Além do susto, quem
está com soluço pode experimentar prender a respiração por alguns segundos,
pois a taxa de gás carbônico no organismo aumenta, o gás carbônico num nível
mais elevado inibe o nervo frênico, que volta, então a trabalhar corretamente.
Piada...
-Porque a roda de
trem é de ferro e não de borracha? Por que se fosse de borracha apagaria a
linha!
Devanear...
Leia um trecho erótico do livro "Beije-me Antes de Morrer"
Cansada da rotina do escritório? Então, dê uma pausa e curta esta história cheia de mistério, suspense e ação da escritora Allison Brennan.
Foto: Divulgação
Um loiro alto e magro aproximou-se com um sorriso muito conhecido. Cerca de uma hora antes, assim que chegou, ela não estava com vontade de transar, mas o que quer que estivesse em seu drinque a fez relaxar. O cara nem era tão feio assim. Universitário, provavelmente. E Jessie estava atrasada.
- Quer se divertir? - perguntou ele, esfregando-lhe o braço com a mão.
- Na pista.
Ele olhou criticamente para a multidão. Nem todos iam às festas alternativas em busca de sexo, ainda que a noite frequentemente terminasse dessa forma. Boa parte ia à procura de drogas, bebida e música.
Ela riu e pegou a mão dele, esfregando o polegar em sua palma.
- É novo nisso?
- Só estou considerando a logística.
O celular dela vibrou, e ela quase o ignorou. Olhou para o número e viu que era uma mensagem de Jessie.
- Continue pensando - ela apertou um botão para ver a mensagem da amiga.
"Tô vendo vc com esse cara. Precisamos conversar. Tô preocupada. Lá fora em 10 min."
Para que tanto mistério? Kirsten olhou ao redor, mas não viu Jessie em lugar algum. Respondeu:
- O q foi?
- Ei, você quer transar com o celular ou comigo?
- Qual é o seu nome?
- Ryan.
- Preciso falar com uma amiga antes, depois sou toda sua - envolveu-o pelo pescoço e deu-lhe um beijo de corpo inteiro. Ele a empurrou contra a parede de metal corrugado e pressionou a pélvis na dela.
- Você é um tesão - disse ele em seu ouvido.
Ela beijou aquela boca diferente e desconhecida com vontade. A excitação do momento atingiu-a, e ela esqueceu-se de todo o resto. Esqueceu-se de quem era, de onde estava, simplesmente se deixando levar pelo aqui e agora. Sorriu enquanto a mente levitava, o corpo praticamente esquecido.
- Gosta disso? - sussurrou uma voz em seu ouvido.
- Sim... - respondeu ela, mesmo sem saber por quê.
Os braços estavam apertados ao redor do pescoço dele. Dele quem mesmo? Ryan. O celular vibrou. Ela balançou a cabeça para clarear a mente e, por cima do ombro de Ryan, leu a mensagem enviada por Jessie.
"Deixa de ser piranha e me encontra lá fora. Agora, Ash."
Piranha? E isso fazia com que Jessie fosse o quê? Mas alguma coisa estava errada. No fundo de sua mente, sabia que alguma coisa não fazia sentido. Sua cabeça, porém, estava embaralhada, e as mãos de Ryan estavam sobre seus seios por dentro da roupa. Como foi que ele chegara àquele ponto tão rapidamente? Ela olhou a hora no celular. Aquilo não fazia sentido. Já fazia quinze minutos que estavam se agarrando contra a parede de metal?
Ela sabia, por experiência própria, que os caras que iam a esse tipo de festa em busca de sexo não desistiam fácil, e que a sua promessa de voltar logo não significava nada para ele. Mas e se Jessie estivesse em apuros? Ela estava muito estranha, ligar numa sexta-feira de manhã não era de seu feitio...
Ela a chamara de Ash. Apelido de Ashleigh, seu nome de festas. Jessie conhecia seu nome real. Ashleigh e Jenna só eram usados para manter as aparências. Talvez ela a tivesse chamado de Ash porque estava no modo Party Girl. Enquanto Kirsten pensava no estranho comportamento de Jessie, Ryan já tinha exposto o membro e levantado seu vestido. Tudo se movia em câmera lenta. Era como se ela estivesse observando seu corpo de longe. Ela conhecia essa sensação, mas dessa vez não tinha bebido tanto assim. Ou tinha?
- Camisinha - sussurrou ela.
- Já está a postos, doçura.
Como ela não havia percebido? Sentiu-o dentro de si, mas não se lembrou de ele a ter penetrado; suas pernas envolviam-no, mas ela não sabia como elas tinham ido parar ali. E ele logo terminou. Ela ficou sem saber se foram necessários dois minutos ou uma hora, mas ambos estavam suados e ele sorria satisfeito.
- Caramba, você é sexy.
- Preciso encontrar minha amiga.
- Vai rápido, e depois a gente vai para os bastidores.
"Bastidores" era um eufemismo para ficar deitado num lugar semiprivativo. Havia escritórios no galpão, vazios em sua maioria, só com algum tipo de mobília velha. Se Kirsten estivesse sóbria, sequer pensaria em ir para lá. O lugar era imundo.
- Ok - disse, e seguiu para a porta.
Quanto mais ignorante o povo, maior a facilidade em manipulá-lo...
Brasil 'ganha' 300.000 analfabetos em apenas um ano
Taxa registrou crescimento de 2011 para 2012, interrompendo a tendência de queda que se mantinha havia 15 anos, mostra novo estudo divulgado pelo IBGE
Cecília Ritto
O carioca Ionácio Santana sabe escrever e ler apenas o básico ( Leo Corrêa)
"O analfabetismo tem endereço no Brasil: está concentrado na população mais velha e nordestina", frisa Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa e gerente do IBGE.
Pela primeira vez em quinze anos, a taxa de analfabetismo cresceu no Brasil. É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada em 2012 e divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de pessoas de 15 anos de idade ou mais que não sabem ler nem escrever subiu de 8,6% em 2011 para 8,7% no ano passado. Isso significa que no período de um ano, o país "ganhou" 300.000 analfabetos, totalizando 13,2 milhões de brasileiros. A tendência de queda, que se mantinha desde 1997, estacionou, despertando a atenção dos pesquisadores do IBGE, que agora se debruçam em busca de explicações. "Ainda estamos verificando o que levou a essa variação, já que o porcentual vinha caindo há tanto tempo", diz Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa e gerente do IBGE.
Analfabetismo – Série histórica (%)*
*Levantamento realizado apenas na área urbana do país
Com a lupa sobre cada região brasileira, o que se observa é que o Nordeste foi o principal responsável por elevar a taxa nacional - é onde moram 53,8% de todos os analfabetos do país, ou 7,1 milhões. No mesmo período de um ano, a taxa local passou de 16,9% para 17,4%. No Centro-Oeste, também houve crescimento, de 6,3% para 6,7% entre 2011 e 2012. Já no Sudeste, os números estão estagnados, enquanto o Norte e o Sul conseguiram manter a redução. "O analfabetismo tem endereço no Brasil: está concentrado na população mais velha e nordestina", frisa Maria Lucia.
O alagoano José Carlos Vieira dos Santos, de 54 anos, se encaixa no perfil observado pelo IBGE. Morador da cidade de Murici, começou a trabalhar aos 14 anos no corte de cana. Não teve tempo de frequentar a escola e chegou à idade adulta sem qualquer intimidade com as letras. "Ele escreve o nome todo, devagar, e se aborrece porque tem dificuldade", conta a mulher, Maria Cícera Guedes, da mesma idade, que cursou até a 5ª série do Ensino Fundamental (hoje 6º ano). Dos quatro filhos do casal, a mais velha largou a escola ainda na 1ª série. Atualmente com 30 anos, também não sabe ler nem escrever.
Maria lamenta. Diz que tem o sonho de ver os filhos concluindo os estudos. Mas apenas o de 18 anos lhe dá esperanças. No 2º ano do Ensino Médio, é o único com disposição de conquistar o diploma. Os outros dois irmãos, de 16 e 21 anos, ainda frequentam as salas de aula do primário. "Vejo muita coisa errada por aqui - drogas, por exemplo. Coloquei meus filhos no colégio para que aprendessem alguma coisa e ficassem longe da rua", diz a matriarca da família que exemplifica bem outra constatação do estudo: a dificuldade dos adultos em ultrapassar a barreira do analfabetismo.
- Taxa de analfabetismo no Brasil
- Por faixa etária
- Nível de instrução dos brasileiros
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2004-2012.
Idade - Foi na faixa dos 40 aos 59 anos o crescimento mais representativo de analfabetos no país, de 9,6% para 9,8%. Uma das possibilidades é de que este grupo esteja mais crítico em relação ao conceito de analfabetismo. Por alfabetizado, o IBGE entende ser uma pessoa com condições de ler e escrever um bilhete simples. Mas a maioria dos analfabetos do país ainda tem 60 anos ou mais - eles são 3,2 milhões. Priscila Cruz, diretora executiva da ONG Todos pela Educação, enfatiza que a idade adulta é a mais resistente à escolarização. "Essas pessoas procuram o ensino só quando querem, e se tiverem tempo e disposição."
Cícero Custódio, morador de Lagoa do Ouro, interior de Pernambuco, engrossa as estatísticas. Assim como Santos, foi levado pelo pai ainda criança, aos 7 anos, para o trabalho na roça. Pisou na escola pela primeira vez somente aos 30 anos, ficou 15 dias, aprendeu a escrever o nome e viu a instituição fechar as portas. Até hoje, aos 63, não teve outra oportunidade. "Entendo as letrinhas muito pouco. Não sei fazer as palavras, nem juntar as letras para ler. Fico enrascado nisso aí", explica. Fez questão de matricular os seis filhos na escola, mas não viu nenhum chegar ao Ensino Médio. "A maior ajuda que os pais podem dar é apoiando os estudos."
Escolarização - Entre os mais jovens, a taxa de analfabetismo é drasticamente menor - apenas 1,2% dos 15 aos 19 anos, por exemplo -, o que pode indicar uma redução no futuro das taxas entre os mais velhos. O gargalo, neste caso, fica por conta do Ensino Fundamental, incompleto para 33,5% da população com 25 anos ou mais (que exclui os grupos em processo de escolarização). É o caso de Ionácio Santana, carioca de 37 anos, pai de doze filhos, morador da favela do Vidigal e conhecido na praia de Ipanema pela barraca em frente à Rua Farme de Amoedo, onde aluga cadeiras e vende bebidas.
Gostava de estudar, garante. Chegou à 6ª série do Ensino Fundamental (hoje 7º ano), até que desistiu para viver o sonho de ser jogador de futebol. Entrou para o profissional da Ponte Preta e os juniores do Botafogo. Mas a carreira não foi adiante, e ele admite arrependimento da escolha que fez no passado. "Toda vez que empurro um carrinho de mão para carregar material de obra, lembro da minha irmã avisando que era melhor eu estudar. A escola era muito boa. A professora acordava cedo para ajudar trinta alunos a serem alguém na vida."
Para não repetir o erro com os filhos, Nélio, como é conhecido, mantém sete deles na escola. Até o caçula, de 10 meses, está prestes a entrar na creche. "Se com estudo está difícil, imagina sem. Com os meus filhos, eu sou duro", afirma ele, revelando que também tem planos de retomar os estudos, no próximo ano. Entre os motivos, está o carro que comprou há pouco tempo mas não pode dirigir, porque precisa passar pela prova teórica exigida para tirar a carteira de motorista.
A Pnad 2012 traz também dados positivos, como a redução na taxa de analfabetos funcionais (capazes de ler e escrever mas com dificuldades de interpretação do texto). Entre a população com 15 anos de idade ou mais, 18,3% tem menos de quatro anos de estudo completo, o equivalente a 27,8 milhões de brasileiros. O número é significativo, mas representa uma queda de 2,1 pontos porcentuais em relação a 2011, quando eles eram 20,4% do total. As regiões Norte e Nordeste ainda apresentam as maiores taxas de analfabetismo funcional, de 21,9% e 28,4% respectivamente.
Futuro - A situação geral, porém, é preocupante. O país está se distanciando da meta firmada com a Organização das Nações Unidas (ONU): diminuir a taxa de analfabetos para 6,7% até 2015. Faltam dois anos, portanto, para fazer ler e escrever cerca de 3 milhões de pessoas. Mas o governo não tem se esforçado para atingir o objetivo. A diretora executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, alerta para o fato de que, neste sábado, o país completa mil dias sem um Plano Nacional de Educação, responsável por nortear políticas públicas pelos próximos dez anos. "O não avanço é sempre um retrocesso em educação", critica.
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