Vingança
motivou envio de secador que explodiu e feriu jovem, diz polícia
Pacote endereçado a namorada de
médico foi enviado por padrasto dela.
Secretária
do médico perdeu a visão de um olho ao testar o produto.
Manuela
teve um dedo e parte de outro amputados por causa da explosão.
Com
a prisão do suspeito de ter cometido o atentado, a Polícia Civil acredita ter
desvendado o mistério em relação ao caso do secador de cabelos que explodiu nas
mãos da secretária Manuela Martins, de 19 anos, no início de novembro, em um
consultório médico em Rio Pardo, no Região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande
do Sul. A intenção do autor era atingir a namorada do médico, para quem estava
endereçado o pacote.
De
acordo com o delegado Anderson Faturi, o suspeito de 46 anos queria vingança,
já que a jovem havia provocado o fim do relacionamento que ele mantinha com a
mãe dela. O homem será indiciado por tentativa de homicídio, com utilização de
explosivos, segundo a polícia.
Ainda
conforme o delegado, a Polícia Civil chegou ao nome do suspeito um dia depois
da explosão, que provocou a amputação de um dedo e de parte de outro da menina,
e ainda a deixou sem a visão do olho direito. Ele é militar e sabe lidar com
explosivos. Além disso, trabalhava atualmente com consertos de eletrodomésticos.
O homem foi preso na quarta-feira (20), em uma propriedade rural no município
de Venâncio Aires. "Tínhamos conhecimento de que ele estava em Venâncio
Aires, mas ele trocava de casa a cada dia", afirmou ao G1 o delegado.
Junto
com o secador de cabelos, a polícia encontrou um cartão. Com base no modelo do
cartão, chegou até a livraria que vendeu o produto. Os investigadores pediram
as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento. Estas imagens foram
decisivas para identificar o suspeito.
O
suspeito aparece nas imagens, entrando na livraria e escolhendo o cartão. Ele
ainda pediu para a atendente escrever uma dedicatória. Dali, segundo a polícia,
seguiu ao consultório, mas, por medo de ser reconhecido, teria pedido para
outra pessoa entregar o pacote. A secretária foi quem recebeu o embrulho e, a
pedido do médico, foi testar o secador de cabelo.
Com
a explosão, Manoela Martins ficou gravemente ferida. Perdeu a visão do olho
direito, teve um dedo amputado e perdeu parte do outro. À polícia, o suspeito
confessou ter fabricado a bomba, mas afirmou que foi obrigado a fazer isso.
"Ele
disse que foi obrigado por terceiros, que a sua família estava sofrendo ameaças
para que fizesse isso. Mas é uma história fantasiosa, sem nenhum poder de
convencimento", disse o delegado Anderson Faturi.
Por
ser militar, o suspeito está preso no quartel do Exército de Santa Cruz do Sul.
Ele vai responder por tentativa de homicídio, com utilização de explosivos. A
polícia aguarda pela perícia para saber que tipo de explosivo foi usado.
Em
entrevista ao G1 após receber alta, a secretária isentou o chefe de culpa e diz
que ele ficou em estado de choque após a explosão. "Ele me pediu para
testar o secador porque eu também trabalho no salão de beleza da minha mãe e
sei mexer nessas coisas. Foi tudo muito natural, ele não me obrigou a nada. Ele
é uma pessoa muito boa", destacou. "O doutor está bem abatido, chorou
bastante, me pediu desculpas", acrescentou.
Após
a explosão do secador, Manuela foi socorrida e precisou ser levada para o
Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre. Ela passou a semana internada no
hospital e recebeu alta no dia 9.
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