quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Até quando?

Manuela teve um dedo e parte de outro amputados por causa da explosão (Foto: João Terra/RBS TV)
Vingança motivou envio de secador que explodiu e feriu jovem, diz polícia
Pacote endereçado a namorada de médico foi enviado por padrasto dela.
Secretária do médico perdeu a visão de um olho ao testar o produto.
Manuela teve um dedo e parte de outro amputados por causa da explosão.
Com a prisão do suspeito de ter cometido o atentado, a Polícia Civil acredita ter desvendado o mistério em relação ao caso do secador de cabelos que explodiu nas mãos da secretária Manuela Martins, de 19 anos, no início de novembro, em um consultório médico em Rio Pardo, no Região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. A intenção do autor era atingir a namorada do médico, para quem estava endereçado o pacote.
De acordo com o delegado Anderson Faturi, o suspeito de 46 anos queria vingança, já que a jovem havia provocado o fim do relacionamento que ele mantinha com a mãe dela. O homem será indiciado por tentativa de homicídio, com utilização de explosivos, segundo a polícia.

Ainda conforme o delegado, a Polícia Civil chegou ao nome do suspeito um dia depois da explosão, que provocou a amputação de um dedo e de parte de outro da menina, e ainda a deixou sem a visão do olho direito. Ele é militar e sabe lidar com explosivos. Além disso, trabalhava atualmente com consertos de eletrodomésticos. O homem foi preso na quarta-feira (20), em uma propriedade rural no município de Venâncio Aires. "Tínhamos conhecimento de que ele estava em Venâncio Aires, mas ele trocava de casa a cada dia", afirmou ao G1 o delegado.
Junto com o secador de cabelos, a polícia encontrou um cartão. Com base no modelo do cartão, chegou até a livraria que vendeu o produto. Os investigadores pediram as imagens das câmeras de segurança do estabelecimento. Estas imagens foram decisivas para identificar o suspeito.
O suspeito aparece nas imagens, entrando na livraria e escolhendo o cartão. Ele ainda pediu para a atendente escrever uma dedicatória. Dali, segundo a polícia, seguiu ao consultório, mas, por medo de ser reconhecido, teria pedido para outra pessoa entregar o pacote. A secretária foi quem recebeu o embrulho e, a pedido do médico, foi testar o secador de cabelo.
Com a explosão, Manoela Martins ficou gravemente ferida. Perdeu a visão do olho direito, teve um dedo amputado e perdeu parte do outro. À polícia, o suspeito confessou ter fabricado a bomba, mas afirmou que foi obrigado a fazer isso.
"Ele disse que foi obrigado por terceiros, que a sua família estava sofrendo ameaças para que fizesse isso. Mas é uma história fantasiosa, sem nenhum poder de convencimento", disse o delegado Anderson Faturi.
Por ser militar, o suspeito está preso no quartel do Exército de Santa Cruz do Sul. Ele vai responder por tentativa de homicídio, com utilização de explosivos. A polícia aguarda pela perícia para saber que tipo de explosivo foi usado.
Em entrevista ao G1 após receber alta, a secretária isentou o chefe de culpa e diz que ele ficou em estado de choque após a explosão. "Ele me pediu para testar o secador porque eu também trabalho no salão de beleza da minha mãe e sei mexer nessas coisas. Foi tudo muito natural, ele não me obrigou a nada. Ele é uma pessoa muito boa", destacou. "O doutor está bem abatido, chorou bastante, me pediu desculpas", acrescentou.
Após a explosão do secador, Manuela foi socorrida e precisou ser levada para o Hospital de Pronto Socorro, em Porto Alegre. Ela passou a semana internada no hospital e recebeu alta no dia 9.

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